quinta-feira, 27 de junho de 2013

ENCONTRO DE FORMAÇÃO - NISA - 23 de JUNHO

Tu és meu irmão, minha irmã!
No domingo, dia 23 de Junho, à tarde, realizou-se um Encontro de Formação e Animação Missionária para Colaboradores da Missão Vicentina e Animadores da Comunidade. Foi orientado pelo Padre Manuel Nóbrega, padre vicentino, que desenvolveu o tema: “Tu és meu irmão, minha irmã”. O Centro Paroquial do Calvário, em Nisa, acolheu esta reunião anual e os participantes eram de várias paróquias de Nisa e de Ponte de Sor (Tramaga e Vale de Açor).
A temática do encontro foi orientada muito a partir da vivência do Ano da Fé, de modo a que no testemunho de vida pelas obras transpareça a Fé e a Caridade. Algumas das linhas de força foram tiradas da Carta “A Porta da Fé”. O número 14, sobre “A fé e o testemunho da Caridade” mereceu maior destaque. O Ano da Fé deve intensificar o testemunho da Caridade. A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem fé seria, apenas, um sentimento. Fé e caridade reclamam-se mutuamente.

Falamos, ainda, de Frederico Ozonam, fundador das Conferências de S. Vicente de Paulo. Neste ano, celebram-se 200 anos do seu nascimento (1813-1853)
Ao falarmos do amor cristão e de como deve ser esse amor, temos que ter sempre como exemplo e modelo, Jesus Cristo. Ele é a fonte principal do amor porque Deus é Amor, que nos ama e nos impele a amar os irmãos. Como diz o Papa Francisco, “somo chamados a cuidar de nós e dos outros, com bondade e ternura”.
A parábola do Bom Samaritano serviu de mote para se descobrir “como fazer” a caridade. Jesus, depois de contar pormenorizadamente a história do homem caído nas mãos dos ladrões, disse ao escriba: “Vai e faz o mesmo!” O amor, na linha de São Vicente de Paulo, patrono das Obras de Caridade, deve ser vivido ao jeito das obras de misericórdia, expressas em S. Mateus (capítulo 25). Como cristãos, devemos chorar com quem chora, alegrar-se com quem se alegra, visitar o doente, o preso, estar com o outro, usar de compaixão. Isso é ter caridade, viver o amor.
No final do encontro, houve um pequeno lanche convívio. Durante o mesmo o padre Manuel Nóbrega tocou viola e cantou músicas populares e religiosas. Os presentes dançaram, quando era para dançar e cantaram quando era para cantar. Foi uma animação alegre e uma forma agradável de terminar o encontro e o convívio.

 Ana Luísa e Joaquina Carvalho
(Tramaga – Ponte de Sor)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

ECOS DA MISSÃO EM PENAMAIOR – PAÇOS DE FERREIRA





Testemunho do Grupo de Jovens “Fonte Viva”

No dia 20 de Abril, com grande alegria, os Jovens de Penamaior, receberam a Irmã Maria Adélia, juntamente com um Grupo da Juventude Maria Vicentina (JMV). Este grupo veio dar o seu testemunho sobre a Fé. Por vezes, trazemos dentro de nós, sonhos e imaginações, e estes estão à espera de uma oportunidade para se tornarem realidade e aparecerem. Ao envolvermo-nos nestes grupos, conseguimos chegar até aos outros, dando a conhecer a nossa fé, demonstrando quem somos.

No final do dia, participamos na Vigília de Oração pelas Vocações, com momentos de oração comunitária e de adoração. Nós, jovens “Fonte Viva”, tivemos o privilégio de encenar a cena do evangelho “Chamamento dos Apóstolos”, recriando, deste modo, uma grande passagem bíblica. Tudo foi feito com a máxima dedicação.
Para nós foi uma magnífica Missão. Relembramos o início da Missão Vicentina, realizada na nossa Paróquia, em Setembro/Outubro passado. Dela temos recolhido muitos frutos: Todas as pessoas se unem na procura do aprofundamento e vivência da fé.
Todos nós somos missionários por palavras e acções, dando testemunho da fé a todos os que nos rodeiam.

Alexandra
Grupo “Fonte Viva” - Penamaior

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Celebrar a fé na comunhão de culturas



Pelo segundo ano consecutivo, no passado domingo, a comunidade de Santiago do Cacém, acolheu os irmãos que vieram de Lisboa, provenientes do Bairro 6 de Maio – Venda Nova e que, semana a semana, vão fazendo a sua caminhada missionária. Desde finais dos anos noventa do século passado, apoiados pelas Irmãs Dominicanas do Rosário e por missionários de várias congregações e institutos, entre os quais, a Congregação da Missão, esta comunidade de gente proveniente de países lusófonos de África, ao seu jeito e ritmo, vivem uma Missão contínua. Todos os anos, como sinal de testemunho e de convívio, visitam outras comunidades irmãs. Eram cerca de cem pessoas, de todas as idades.

O ponto alto deste encontro foi a celebração da Eucaristia, celebrada na Igreja Matriz (Igreja do Castelo), presidida pelo P. Manuel Nóbrega, vicentino, e concelebrada pelos padres Pedro e Agostinho. De várias raças, países, línguas e culturas, todos vieram adorar o mesmo Senhor, celebrar a mesma fé. A animação da Eucaristia foi feita conjuntamente pela Juventude Mariana Vicentina, pelos Escuteiros e pelas gentes de raça africana. O ritmo, a dança, a alegria, os símbolos e os gestos emprestaram beleza e interioridade à celebração.
Acresce dizer que, nesta celebração, o nono ano da catequese, o grupo das Bem-aventuranças, fez o seu compromisso.

A simbologia da Barca, no início, a entronização da Palavra ao jeito africano, o ofertório do pão e o envio foram momentos muito ricos. Momento único, foi o da elevação do Corpo e Sangue do Senhor, a aclamação do Mistério da Fé. A sonoridade do canto, a leveza dos gestos e a atitude interior de quem o fez, encheu o coração e a alma. Foi momento que dificilmente se esquecerá!

O envio, de novo trouxe a imagem da barca, a partilha do pão e o apelo à vivência da fé, em gestos de compromisso, de acolhimento e de comunhão fraterna. A festa, a alegria, o sorriso, era coisa que se via no rosto das pessoas.

O convívio continuou no parque do Rio da Figueira, zona fresca e ampla, onde houve partilha de farnéis e de ritmos. Quase à hora da despedida, e porque os afazeres pastorais não lhe permitiram a presidência da Eucaristia, D. António Vitalino, foi cumprimentar, naquele local, o grupo de irmãos que veio até nós. Além de um gesto simpático, foi um gesto de pastor, de irmão, de amigo.

P. Agostinho Sousa, CM

Santiago do Cacém

sábado, 15 de junho de 2013

Ser Missionária Leiga



Uma das características da Missão renovada é a participação de missionários leigos. Nos últimos 20 anos muitos foram aqueles e aquelas que, por mais de uma vez, fizeram parte de equipas missionárias. Alguns desses missionários, só a doença ou a idade, impediram com que continuassem a “ir em missão”. Continuem em missão permanente, com a sua oração, as suas dores, a sua entrega total.

Este ano, fizeram-se várias Missões. Uma das missionárias, em Maio último, fez a sua 12ª Missão Popular. Numa pequena entrevista, quisemos saber quem é a missionária leiga e como descobriu a sua vocação missionária.

Missão Popular Vicentina (MPV) – Para a página das Missões Populares Vicentinas trace um pequeno retrato de quem é e do seu curriculum vitae?
Henriqueta Varela (HV) – Sou a Maria Henriqueta Vieira da Luz Varela, natural da Ponta do Sol, Ilha da Madeira. Com 20 anos saí da ilha e vim viver para Lisboa. Arranjei um emprego na Segurança Social. Fui trabalhadora estudante, tirei um curso e fui trabalhar para a antiga Mitra, hoje, Lar da terceira idade. Reformei-me. Com bastante tempo disponível, inscrevi-me no Voluntariado e nas Missões Populares.



MPV - Desde 2006 que participa em Missões Populares. Como aconteceu ser chamada para este serviço de evangelização?
HV - Uma minha amiga, a Natividade, que trabalhava comigo, convidou-me para participar no Retiro dos Colaboradores da Missão Vicentina. Fui, gostei e continuei a ir. Num dos retiros, o Padre Gouveia, na altura o responsável pelas Missões, fez uma palestra e convidou-nos a fazer uma Missão Popular. Foi assim que tudo começou.

MPV - Neste ano pastoral de 2012-2013 participou em 4 Missões Populares. Em quantas missões já participou? Onde foram?
HV - Este ano comecei em Penamaior (Paços de Ferreira), com o P. Pereira. Depois, seguiram-se as Missões do Granho e Glória do Ribatejo (Salvaterra de Magos) e de Longomel (Ponte de Sor), todas estas Missões com o P. Agostinho. Esta última foi a 12ª Missão em que fiz parte da Equipa Missionária.
Comecei no Chouto (Chamusca), com o P. João Maria e, posteriormente, em Santa Marinha (Ribeira de Pena), com o P. Fernando e em Vilar de Ferreiros (Mondim de Basto), com o P. Álvaro. Em 2010, estive em Vale de Açor (Ponte de Sor), com o P. Albertino e mais tarde, em Pombeiro (Felgueiras) e S. Domingos (Santiago do Cacém), com o P. Bruno. Com os Padres Pereira e Moura participei na Missão de Arnoia (Celorico de Basto) e, no início de 2012, com o P. Agostinho, fiz a Missão de Foros de Salvaterra (Salvaterra de Magos).

MPV - Estas Missões não foram todas na mesma Diocese. Em que dioceses aconteceram? A Missão é igual no norte, no centro ou no sul?
HV - As Missões foram em diversas Dioceses: Vila Real, Porto, Santarém, Beja, Portalegre-Castelo Branco. As Missões são todas diferentes pois as populações não são iguais no norte, centro, sul. Neste sentido, os Padres que as organizam têm de fazer adaptações conforme os locais.

MPV - Como se prepara para uma Missão? É fácil fazer parte de uma equipa missionária e ir para uma terra que não se conhece?
HV - Não tenho muita dificuldade de adaptação mas, no início de cada Missão, estou sempre um pouco nervosa. 
“As comunidades são a parte principal da Missão”
MPV - O tempo de Missão é de 15 dias. Como decorrem esses dias e como é que, como leiga missionária, age nesse tempo?
HV - A primeira semana é de adaptação ao ambiente; a segunda passa muito depressa. Tento agir conforme as circunstâncias, o que nem sempre se consegue, mas com a ajuda do Espírito Santo, faço o meu melhor.

MPV - Como vê a pós-Missão? Tem participado em algumas acções da pós-Missão?
HV - Só participei na pós-Missão de Abela e S. Domingos (Santiago do Cacém). É um avivar da Missão que aconteceu anteriormente.


MPV - As comunidades ou assembleias, na Missão Popular, assumem um papel importante no tempo da Missão. As pessoas estão preparadas para continuar a reunir e manter o entusiasmo e a alegria experimentada nessas reuniões?
HV - As comunidades são a parte principal da Missão. São elas que vão dar continuidade, reunindo-se com o mesmo entusiasmo

MPV - Pertence aos Colaboradores da Missão Vicentina (CMV). O que é ser Colaborador da Missão e quem pode ser?
HV - Todos podem ser Colaboradores da Missão, de diversas maneiras: rezando, contribuindo monetariamente, e fazendo Missões Populares, como eu.

MPV - Os Colaboradores da Missão que participam nas Missões têm preparação específica?
HV - Os Colaboradores da Missão que participam nas Missões e os outros que o não podem fazer, têm retiros anuais, encontros, momentos de oração. Já houve peregrinações a locais vicentinos e significativos. Todos os anos há o Encontro da Família Vicentina, em Fátima (Setembro).

MPV - Há muitos colaboradores da Missão a participar nas Missões Populares? O que poderá fazer para interpelar alguém para participar numa Missão Popular?
HV - Há alguns. Dar testemunho de como a Missão Popular não só altera a vida dos destinatários da mesma, como também enriquece humana e espiritualmente a vida dos missionários, sejam leigos, sacerdotes ou religiosas.


Nota:
Agradecemos à Henriqueta e a todos os missionários leigos o trabalho simples, humilde e dedicado, bem como a disponibilidade, gratuidade e dedicação à obra da Missão.
Se Deus quiser, e a sua saúde permitir, contamos com eles para novas missões. Há um programa vasto para os próximos tempos, desde Sabóia e Santa Clara-a-Velha (quase Algarve) até Madalena (Chaves), desde a diocese de Viseu até à diocese de Santarém. Com o nosso obrigado, pedimos ao Senhor da messe que os abençoe e proteja.

P. Agostinho Sousa,

Responsável pelas Missões Populares Vicentinas

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Jovens mudaram concepção das missões na Igreja
Os jovens estão a mudar a forma como a sociedade olha para as missões e a acção da Igreja Católica em Portugal, defende Ana Patrícia Fonseca, da Rede de Voluntariado Missionário que congrega cerca de 60 entidades.

“Há 50 anos quando falávamos de pessoas missionárias falávamos de padres ou irmãs religiosas que viviam grande parte do seu tempo em missões, sobretudo em África. Hoje pela expressão que este movimento missionário tem, podemos pensar nos leigos”, afirma, numa entrevista à Agência ECCLESIA, no contexto das celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.


A responsável da Fundação Fé e Cooperação (FEC) admite um crescimento sustentável uma vez que “5.000 pessoas já fizeram missões fora mas milhares de outros participaram na formação”, criando assim um dinamismo missionário em Portugal. “Os jovens têm vontade, movem-se por ideais e por isso são capazes de transformar o seu mundo. Nas missões não é diferente”, explica Ana Patrícia Fonseca, mostrando o desejo de “assumirem a sua vocação de baptizados” e uma “Igreja jovem e para os jovens”.

Com o Ano Europeu do Voluntariado e da Cidadania Activa, em 2011, estas acções gratuitas e desinteressadas ganharam um “forte impulso”, mas a responsável pela Rede de Voluntariado Missionário alerta para uma dinâmica que se pode tornar “perversa”. Mais do que promover as acções, a FEC está atenta ao “silêncio com que o voluntariado missionário as realiza”, num cuidado para não “tornar na pessoa um herói” e para “respeitar as comunidades locais”.

“Essa massificação do voluntariado pode ter efeitos perversos”, por isso “importa preparar bem os voluntários que partem para respeitar o ritmo e a cultura” dos locais onde as missões se realizam. No regresso, o voluntário tem “uma rede de amigos, a família, mais ou menos próximos com quem partilham a sua experiência”, numa lógica de contágio e potenciação da dinâmica mas de “equilíbrio na visibilidade e discrição”.

Numa altura de “forte crise, em que o desemprego e o tempo livre levam as pessoas a voluntariar-se para alguma ação” compete ao Estado “proteger voluntários e comunidades” para não permitir “instrumentalizar ovoluntariado”.

“Neste tempo que vivemos de forte crise corremos o risco de instrumentalizar o voluntariado, ao ponto de o voluntariado ser uma coisa onde cabe tudo, inclusive a substituição de postos de trabalho e isso é preciso acautelar, tanto por parte do Estado como de quem acolhe e envia os voluntários”, assinala Ana Patrícia Fonseca, que apela a um “trabalho sério” na formação de quem parte, tanto por parte do Estado como das entidades missionárias para “servir melhor quem está do outro lado”.

Ecclesia - LS - FEC |
Lisboa, 10 Junho 2013


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Missão Popular – Uma experiência de vida


A convite do Padre Agostinho, padre vicentino, fiz parte, pela segunda vez, de uma equipa missionária, constituída por quatro pessoas: O padre Agostinho, a Henriqueta Colaboradora da Missão Vicentina (CMV), o José Neves, do Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC), de Santiago do Cacém, e eu, Adelaide, da Ordem Franciscana Secular (OFS), de Tomar.



Esta missão, que decorreu de 18 de Maio a 2 de Junho, em Longomel, foi para mim uma experiência de vida. Aprendi a dar-me aos outros em troca de nada. É mais uma graça que recebo de Deus no meio de tantas já recebidas. Participar na Missão é o jeito que encontrei de agradecer a Deus.
Estar com gente solidária e participativa, partilhando connosco as suas dificuldades, alegrias e tristezas. A maior parte destas pessoas têm uma vida árdua, mas não deixam de se preocupar com a sua vida espiritual. Vêem em nós alguém com quem podem partilhar as suas dúvidas e medos, somos para eles mais um membro da família.
Além das lindas celebrações e do empenho nas comunidades houve tempos marcantes, em idades e situações bem diferentes: Nas visitas aos doentes e aos lares, senti a sua alegria por nos ter por perto, partilhando connosco os saberes e experiências de vida; nos momentos com as crianças, na escola ou na igreja, os seus olhos brilhavam e, como aves esvoaçando, chamavam por nós e falavam da missão aos pais e conhecidos. Era um encanto sentir a sua presença e a alegria que brotava dos seus rostos.
No final desta 2ª Missão não encontro palavras para descrever tanta alegria que sinto. Valeu a pena todo o esforço e entrega destas gentes. Tudo se foi transformando e nem o cansaço demoveu. Estou feliz pelos testemunhos que deram, pela dedicação e fé que este povo manifestou. “Bendito seja Deus!”.

Adelaide José Pedro,
Tomar

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Testemunho: A minha primeira Missão Popular



Sou o José Neves, tenho sessenta e seis anos, sou casado com a Deomélia. Temos duas filhas e duas netas. Fazemos parte da Paróquia de Santiago do Cacém.
Até há algum tempo atrás, eu era daqueles que dizia: “eu cá tenho a minha fé”. Ia à igreja quando necessitava, mas mais nada.
No ano de dois mil, através do Padre João Maria, o Senhor convidou-me para O conhecer melhor, através de um Cursilho de Cristandade. Nesse Cursilho, tive oportunidade de verificar que, afinal, eu não tinha fé nenhuma. O que eu tinha não era fé porque a fé sem oração e sem obra é morta.

Foi uma oportunidade extraordinária para conhecer o Deus vivo, o Deus de Amor que, ao longo da minha vida, tinha caminhado ao meu lado sem eu dar por isso.
Como o carisma do MCC é fermentar ambientes, ao ser convidado pelo Padre Agostinho para uma Missão Popular, não podia dizer que não. A Missão era em Longomel, no concelho de Ponte de Sor, na diocese de Portalegre-Castelo Branco e estava programada para a última quinzena de Maio, mais concretamente de dezoito desse mês a dois de Junho.
Enquanto o Padre Agostinho, a Adelaide e a Henriqueta, os três membros que comigo formavam a equipa missionária, chegaram no sábado dia dezoito, por motivos pessoais, só integrei a equipa no dia dezanove, domingo, dia do envio. Cheguei ao fim da tarde, cansado depois de uma longa viagem de três horas, com uma grande expectativa e algum receio.
A Missão foi para mim aquilo que eu idealizei ao longo do tempo de preparação e viagem? Não! A Missão foi muito mais do que eu podia imaginar.
Formaram-se nove comunidades de pessoas interessadas em discutir e aprofundar o Evangelho, com as quais tive oportunidade de conviver ao longo destes quinze dias do tempo de Missão e tenho uma certeza: Recebi muito mais do que aquilo que dei.
Tive oportunidade de ver a dedicação, partilha, entreajuda, simplicidade e amor que os habitantes dos lugares que frequentámos punham em tudo o que faziam. Nas comunidades havia alegria, entusiasmo e vontade de conhecer melhor Jesus Cristo. A partilha expressa na Comunidade das comunidades presidida pelo Bispo D. Antonino, de Portalegre-Castelo Branco, foi reveladora de abertura aos outros, de encontro com Deus e de resposta aos desafios lançados pelo Sínodo diocesano que está a decorrer.
As celebrações da segunda semana que decorreram em quatro lugares distintos envolveram as comunidades, desde a preparação dos cenários alusivos ao tema até à vivência da mensagem que se queria transmitir a partir dos temas da Missão. A forma como foram preparados e vividos foi um hino à beleza e à interiorização.

Com a preciosa ajuda dos elementos da equipa missionária e a colaboração da população, nesta minha primeira missão popular, parto feliz, transportando no coração as gentes destes lugares e muito mais rico, levando na bagagem muito amor para compartilhar noutras missões, se para tal for convocado. Também levo o desafio de partilhar nos ambientes que frequento o quão gratificante é estar em missão, para falar de Jesus Cristo com comunidades que vimos pela primeira vez. Mas, quando falamos de Cristo as portas abrem-se e o verdadeiro amor humilde e desinteressado acontece.

José Neves,
Santiago do Cacém


terça-feira, 4 de junho de 2013

VICENTE DE PAULO – “UMA DESCOBERTA”



Os primeiros dias de Missão, em Longomel, foram gastos no contacto com as pessoas, em suas casas, nas ruas ou em lugares públicos. “A Missão está na rua!” é o lema do início da Missão.
Foram percorridos os centros habitacionais de Longomel (centro da paróquia), Vale do Arco (localidade onde ficou instalada a equipa missionária), Tom, Escusa, Rosmaninhal, Sete Sobreiras e Monte Novo. O encontro com as pessoas, a troca de impressões, o convite para a participação nas comunidades, bem como a localização das casas onde iam reunir as assembleias deram motivo a que se fizesse uma descoberta muito significativa e importante que aguçou a curiosidade à equipa missionária e a motivou para “ir à fonte”, ou seja, ao Sermão de Folleville, de 25 de Janeiro de 1617.
Na localidade da Escusa, fora da rua mais movimentada, em zona agrária e um pouco escondida, fica situada a Rua Vicente de Paulo. Só tem uma casa (uma bela casa!). Essa casa tem a figura de Vicente de Paulo, em azulejo. Não foi uma “aparição”, mas foi uma descoberta que, em outros tempos não muito eu longínquos não tinha feito. Ignorava, simplesmente, a sua existência pois nunca por lá tinha passado e ninguém me tinha falado de tal.
A equipa questionou-se sobre a razão de tal “descoberta”. Falamos com várias pessoas, mas ninguém tinha reparado ou sabia a razão. Ainda procuramos os donos da casa, mas não os encontramos. Disseram-nos que um dos donos se chamava Vicente. Talvez esteja aqui a razão do nome da rua e do azulejo.
Com esta “descoberta”, durante a Missão, fizemos duas reflexões complementares: a primeira, sermos fiéis ao espírito do impulsionador das Missões Populares, a partir da experiência fundante de 1617 e que o Santo iria ser inspirador nos trabalhos desta Missão; a segunda, mais abrangente e desafiante: o nome de uma pessoa, levou a que esta quisesse perpetuar a memória do Santo da Caridade.
Os que seguem o seu carisma e fazem parte da grande família vicentina, mais que o dono daquela casa, têm por obrigação e imperativo dar a conhecer a sua obra, a sua marca original, o seu amor a Cristo e ao irmão. Não serão precisos nomes de ruas ou azulejos ilustrativos, mas exemplos de vida, de entrega e de paixão pela Missão de Jesus Cristo.
Às vezes, o nome de uma rua ou um azulejo, também ajudam a ver outras realidades!
P. Agostinho, CM



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Animação Missionária


Com o mês de Maio passado e as festas da catequese já celebradas, as paróquias e comunidades, começam a celebrar as festas dos padroeiros. O ano pastoral caminha para o fim e para um tempo de descanso. Nesse período, há um Sínodo em movimento e há um ou outro momento que desperta e mexe com algumas comunidades: A Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, e as férias missionárias de Grupos de voluntários ou de cariz religioso são alguns desses momentos em que há actividades concretas para lugares e pessoas concretas.
O Departamento Diocesano da Juventude tem calendarizado um tempo missionário para Almograve-Odemira e um Grupo da Missão, de Santiago do Cacém, em colaboração com o Grupo Ondjoyetu, de Leira, vai promover uma experiência missionária em S. Francisco da Serra. Outros grupos de jovens fazem planos, recolhem fundos, idealizam um programa e partem das suas terras e vão em Missão. É uma experiência de dádiva e partilha que enriquece e leva a um encontro connosco e com aqueles a quem se é enviado.


Missões Populares e seus agentes
Se o tempo de férias é propício para esta vivência missionária, durante este ano pastoral, Ano da Fé, houve comunidades que tiveram a experiência de Missão (Cavaleiro e Fataca – S. Teotónio, Vila Nova de Santo André, Odemira, S. João de Negrilhos e Vale de Água). Outras paróquias e comunidades tal como Brejão (S. Teotónio), Sines e Porto Covo já se preparam para, no início do próximo ano pastoral, viverem a Missão. Santa Clara a Velha, Saboia e Colos, são outras que se preparam para receber o anúncio deste tempo forte de evangelização.
Durante este ano houve cinco encontros de Formação de animadores. Mais de uma centena de pessoas participaram nestes dias de sensibilização missionária e de despertar para participar em alguma missão. Este é um desafio do nosso Bispo que quer que leigos, religiosos e religiosas, sacerdotes e diáconos participem de forma activa na preparação e vivência da missão quer na sua preparação, quer no tempo de pós-missão.
Houve membros de comunidades religiosas femininas da Diocese que já participaram na Missão Popular (Espiritanas, do Bom Pastor, Carmelitas Missionárias). Em algumas paróquias, as comunidades residentes também deram o seu contributo nesta acção de evangelização (Franciscanas Missionárias-Sto André, Oblatas-Odemira e Doroteias-Montes Velhos). Um diácono permanente e sua esposa (S. Teotónio) e o P. Abílio Raposo tomaram a peito esta matriz missionária da Igreja, na sua paróquia e fora dela. Aqui há um grupo missionário paroquial.
A nível de leigos, a Joaquina (Sta Luzia) e o José Neves (Santiago do Cacém) são dois exemplos de alguém que parte em Missão e torna visível este modo de viver o Evangelho. O seu exemplo pode abrir portas para outros leigos se deixarem tocar por este apelo e desafio. O testemunho do José Neves, da sua vivência na Missão de Longomel (Ponte de Sor), além de ser partilha e conhecimento tem por finalidade inquietar ou desinquietar alguns ou algumas pessoas para o campo da Missão.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja