terça-feira, 6 de dezembro de 2016

FAMÍLIA VICENTINA
Papa reconhece mártires da Guerra Civil Espanhola

O Vaticano publicou (2 de Dezembro) o decreto através do qual o Papa Francisco reconheceu o martírio de mais de 20 sacerdotes, religiosos e leigos assassinados por ódio à fé durante a guerra civil espanhola, entre 1936 e 1937.
De acordo com o comunicado da sala de imprensa da Santa Sé, Francisco promulgou um decreto respeitante ao "martírio dos Servos de Deus Vicente Queralt Lloret, sacerdote professo da Congregação da Missão" e de mais 20 companheiros".
"Entre os quais seis sacerdotes professos da mesma Congregação, cinco sacerdotes diocesanos, duas religiosas Filhas da Caridade e sete leigos da Associação Filhos de Maria da Medalha Milagrosa", pode ler-se.
Na sequência de um encontro com prefeito da Congregação das Causas dos Santos, o cardeal Angelo Amato, o Papa argentinou autorizou ainda o referido dicastério a promulgar decretos que reconhecem milagres, martírios e virtudes heróicas de mais uma dezena de pessoas, de diversos países.
Entre as quais dos Servos de Deus João Schiavo, sacerdote professo da Congregação de São José (Brasil); morto em 27 de janeiro de 1967; Teófilo Matulionis, arcebispo-bispo de Kaišiadorys (Lituânia); assassinado por ódio à fé em 20 de agosto de 1962; e Stanley Francesco Rother, sacerdote diocesano (EUA); assassinado por ódio à fé em 28 de julho de 1981.
Agência Ecclesia02 de Dezembro de 2016


sábado, 3 de dezembro de 2016

 S. Francisco Xavier – Padroeiro das Missões
Francisco Xavier nasce perto de Pamplona, Espanha, a 7 de Abril de 1506, quinto filho de D. João de Jassu, Senhor de Xavier e Ydocin, e de Dona Maria de Azpilcueta e Xavier. Aos 19 anos está em Paris, instalado no Colégio de Santa Bárbara, a estudar Humanidades. Forma-se depois em Filosofia e Teologia pela Sorbonne. Aí conhece Inácio de Loyola que viria a ser fundador da Companhia de Jesus. Torna-se seu amigo e seguidor.




A 15 de Agosto de 1534, na Capela de Montmartre, faz votos de pobreza e castidade perpétua. Recebe as Ordens Sacras em Veneza a 24 de Junho de 1537, seguindo depois para Roma onde se põe à disposição do Papa para o serviço da Igreja. A 15 de Março de 1540 parte de Roma com destino a Lisboa, onde chega três meses depois.

Enviado pelo Papa Paulo III, era a resposta de Roma aos apelos veementes do Rei de Portugal, D. João III, preocupado com a evangelização da Índia e a dilatação da Fé no Oriente.

De Portugal para o Oriente
Chegado a Lisboa, o Pe. Francisco Xavier refugia-se no Hospital de Todos-os-Santos onde de imediato se dedica aos enfermos e ao ensino da doutrina cristã. Ganha em pouco tempo a percepção do universalismo dos portugueses e de Lisboa larga, a 7 de Abril de 1541, na armada das índias, para ser Apóstolo e Santo. Antes da partida, o Rei D. João III entrega-lhe o Breve Papal nomeando-o Núncio Apostólico nas Partes da índia, com amplos poderes para estabelecer e manter a Fé em todo o Oriente.


Depois de uma breve passagem em Moçambique, chega a Goa a 6 de Maio de 1542. Logo se apresta a ir oferecer os seus serviços a D. João de Albuquerque que pastoreia a Diocese de Goa, na altura a mais dilatada da Cristandade. Rapidamente se apercebe de uma vida religiosa local muito precária, e carenciada de assistência. Os pouco mais de dez anos que se seguem até à sua morte, vai vivê-los de forma febril, andando por terra e por mar, sem nunca parar, num frenesim constante a espalhar a palavra Divina, a levar a Boa Nova.

Logo em Outubro de 1542 parte para o Sul da índia a evangelizar os pescadores da Costa da Pescaria. Visita Comorim, Manapar e Tuticorim. Em Outubro de 1543 regressa a Goa. Fundada canonicamente a Companhia de Jesus, o Padre Francisco Xavier é nomeado Superior de toda a Missão da índia Oriental, desde o Cabo da Boa Esperança até à China. Volta à Costa da Pescaria. Visita depois Cochim, Malaca, as Molucas, Macassare, Ceilão. Ensina, baptiza, e concilia príncipes desavindos.

Morte em Sanchoão
A 15 de Agosto de 1549, via Cochim e Malaca e navegando pelos mares da China, chega a Kagochima, na costa meridional do Japão. De regresso a Cochim envia cartas ao Rei D. João III. Solicita-lhe reforços missionários. Tentando a missionação na China, para lá se dirige a bordo da nau Santa Cruz. Em Singapura volta a escrever a D. João III. Em Setembro de 1552 desembarca na Ilha de Sanchoão, a dez léguas da Ilha de Macau, na China.

Aí adoece gravemente. Sofrendo vertigens e convulsões, minado por febres devoradoras, cheio de privações, morre só e pobre na noite de 2 para 3 de Dezembro de 1552. Havia percorrido milhares de quilómetros, cruzado várias vezes os mares do Índico e do Pacífico, visitado mais de cinco dezenas de reinos, fundado Igrejas, reorganizado as missões.

Exemplo de humildade e de solidariedade cristã, de amor ao próximo e de evangélica pobreza, era venerado por milhões de pessoas de todas as condições sociais, de todas as idades, de todas as etnias. A fama de Santo, o "Santo de Goa", tinha chegado a toda a parte, as suas virtudes eram exaltadas.

Em 17 de Fevereiro de 1553 o seu corpo é removido e levado para Malaca e daqui para Goa, onde chega a 16 de Março de 1554. A recebê-lo, numa impressionante manifestação de Fé, estão o Vice-Rei, o Clero, a Nobreza e o imenso Povo.

A subida aos altares
A devoção de que já gozava em vida vai crescer extraordinariamente depois da morte. Os seus milagres tornam-se conhecidos. A 25 de Outubro de 1605 Francisco Xavier é beatificado por Paulo V e Gregório XV canoniza-o a 12 de Março de 1622. A 24 de Fevereiro de 1748 Bento XIV proclama-o Padroeiro do Oriente.

Em 1904 Pio X coloca sob a sua protecção a Sagrada Congregação da Propagação da Fé. Em 1927, Pio XI constitui-o, com Santa Teresa do Menino Jesus, protector de todas as obras missionárias.
O seu corpo repousa numa riquíssima urna de prata, na Basílica do Bom Jesus, na Velha Goa.

Para lá se dirigem todos os anos milhares de peregrinos, crentes e mesmo não crentes, venerando o "Homem Bom", o Apóstolo incansável. A Igreja festeja-o todos os anos no dia 3 de Dezembro.


In “Paróquia de S. Francisco Xavier – Lisboa”