sexta-feira, 29 de abril de 2011

Beatificação de João Paulo II


João Paulo II, morreu aos 84 anos, no dia 2 de Abril de 2005, em plena semana da Páscoa. Deixou atrás de si um fecundo pontificado de 26 anos e meio, o terceiro mais longo da História da Igreja. A sua beatificação, marcada para o próximo dia 1 de Maio, vai decorrer sob a presidência do actual Papa, Bento XVI.

Durante 26 anos e meio, em que a história nos fez assistir a quase tudo, João Paulo II foi um extraordinário protagonista. Vítima de um grave atentado em 13 de Maio de 1981, João Paulo II confiou o mundo e o seu pontificado a Maria (Totus Tuus) e não hesitou em afirmar, no Brasil: ”Tenho três anos de pontificado, os restantes são milagre”.

Em 16 de Outubro de 1978, Karol Józef Wojtyla foi eleito Papa, sucedendo a João Paulo I na Cátedra de S. Pedro, com o nome de João Paulo II.

Desde o começo do seu pontificado, João Paulo II efectuou 104 viagens fora da Itália e 146 neste país. A primeira viagem fora de Itália foi à República Dominicana, México e Bahamas, em 1979, e a última, a Lourdes, em 14 e 15 de Agosto de 2004. Como Bispo de Roma, visitou 301 das 344 paróquias da sua diocese.

Nenhum outro Papa contactou com tantas pessoas como João Paulo II. Mais de 17,5 milhões de peregrinos participaram nas mais de 1164 Audiências Gerais das quartas-feiras, no Vaticano

Os jovens sempre estiveram no coração do Papa. As Jornadas Mundiais da Juventude iniciaram-se em Roma, em 1986. Depois, tiveram particular significado as internacionais: em Buenos Aires, Argentina (1987); em Santiago de Compostela, Espanha (1989); em Czestochowa, Polónia (1991); em Denver, Estados Unidos (1993); em Manila, Filipinas (1995); em Paris, França (1997); em Roma, Itália (2000); em Toronto, Canadá (2002).
Publicou 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 46 Cartas Apostólicas.

É impossível em tão poucas linhas sintetizar um pontificado tão rico, mas não podemos deixar de lembrar alguns acontecimentos marcantes: o atentado, na Praça de S.Pedro, a 13 de Maio de 1981; 1338 novos beatos e 482 novos santos proclamados por João Paulo II; o empenho do Santo Padre no diálogo ecuménico e inter-religioso, encontros com os responsáveis da Comunhão Anglicana, das Igrejas Ortodoxas, ou ainda, os encontros com o rabino chefe da comunidade judaica de Roma, cuja sinagoga João Paulo II visitou; a preparação e vivência do grande jubileu do Ano 2000; as viagens ao Egipto, Jordânia e Terra Santa, no ano 2000, percorrendo os lugares da História da Salvação; as duas grandes Jornadas Mundiais de Oração pela Paz, em Assis, com representantes de diversas religiões: 27 de Outubro de 1986, ainda em plena «guerra fria», e 24 de Janeiro de 2002, na sequência dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.

Portugal nunca esquecerá as três visitas pastorais: Maio de 1982, Maio de 1991 e Maio de 2000 com a beatificação dos pastorinhos de Fátima, Jacinta e Francisco.

Numa Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa de 14 de Março, afirma-se: “Ao beatificar João Paulo II, a Igreja está a sublinhar certos traços de uma santidade particular, considerando que não só merece ser conhecida e admirada, como pode ser luz que guia e estimula a prosseguir nos caminhos da conversão ao amor de Deus e do serviço aos homens e mulheres dos nossos dias”. João Paulo II é apresentado, neste documento, como: homem de intensa vida interior que se comunica, profeta de audazes intervenções em nome da justiça e da paz, servidor do amor e ternura pelos mais fracos e do perdão aos inimigos e testemunha da alegria na saúde e na doença, com máximo respeito pela vida.

Pelas 20.00 horas do próximo dia 30 de Abril, o mundo vai unir-se em oração. Intitulada «Totus Tuus – Vigília de Oração de Preparação da Beatificação de João Paulo II», a iniciativa terá um forte impacto e juntará cinco lugares diferentes, através da televisão: basílica de Guadalupe (México), santuário de Kawekamo (Tanzânia); santuário de Fátima (Portugal); Cracóvia (Polónia) e santuário de Nossa Senhora do Líbano, em Beirute.


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