quarta-feira, 5 de outubro de 2016

12º ENCONTRO DA FAMÍLIA VICENTINA


“Um olhar de Misericórdia que vê longe”


A 1 de Outubro, num bonito dia de sol, de Trás os Montes ao Algarve, cerca de um milhar de membros da Família Vicentina rumaram a Fátima para celebrarem o seu 12º Encontro Nacional.O programa deste ano apresentou formato diferente. Concentrados na “Cruz Alta”, dirigiram-se para a Capelinha das Aparições, para a celebração do Terço do Rosário. Foi invocada a figura de S. Vicente de Paulo e a AIC presidiu à recitação do primeiro mistério.

Terminada a oração Mariana, esta pequena multidão dirigiu-se para a Basílica da Santíssima Trindade, para a Eucaristia, presidida pelo Bispo Emérito da diocese de Portalegre-Castelo Branco e animada pelo Coro Vicentino de Chaves.
Foi celebrada a liturgia de Santa Teresinha do Menino Jesus. No momento próprio, D. Augusto César, dirigiu-se à numerosa Assembleia, composta pelos muitos membros da Família Vicentina e de muitas paróquias e movimentos. Realçou a figuras de Job e da Doutora da Igreja que, nas suas épocas, deram um testemunho eloquente de humildade e confiança em Deus-Amor. Depois de enaltecer a Carmelita, Teresinha de Jesus, no seu amor ao Amado e à Igreja, traçou alguns flashes sobre Vicente de Paulo, desafiando os herdeiros do carisma vicentino a revisitar as origens e divulgar o pensamento e a obra do Santo da Caridade como imperativo do seu viver e agir. Recordou que o carisma vicentino é portador de um código genético de conteúdo espiritual que se transmite, de geração em geração, a todos os ramos da família. Esse núcleo de graça, que o Espírito anima, faz com que a Família Vicentina viva em saudável e contínua inconformidade com as coisas do mundo presente, num processo de busca constante. Chamados para evangelizar os pobres, têm como missão anunciar-lhes a paz e a justiça que vem com o Reino de Deus.



Tempo de abrir farnéis e de convívio
Após a partilha do Pão do Céu, teve lugar a partilha do pão de cada dia. Nas imediações do Centro Paulo VI, estenderam-se toalhas e abriram-se farnéis. Nem todos se preveniram com cestas e lancheiras. Alguns preferiram a Casa da Medalha Milagrosa e outros, um restaurante local. Com mais variedade ou ementas mais simples, todos ficaram saciados. O tempo disponível antes do início das actividades programadas, foi usado na conversa amena, na troca de informações e impressões. Faz parte da vida, esta comunhão e comunicação.

As Obras de Misericórdia pela lupa de um olhar que vê longe


Após a pausa para almoço, foi dado o início à sessão da tarde, no Salão do Bom Pastor. O P. Álvaro, speaker de serviço, foi acolhendo quem ia chegando, com cânticos de mensagem. O salão encheu-se e o Coro Vicentino executou o Hino de S. Vicente de Paulo. De seguida, um a um, foram chamados os Ramos da Família Vicentina, recebendo uma calorosa salva de palmas. Antes da apresentação do tema e seu desenvolvimento, o P. Álvaro Cunha, apresentou, o P. José Alves como o novo visitador da PPCM.

“Renascer p’ra Esperança”
Aproveitando a oportunidade, e ainda fora da programação prevista, a JMV, apoiada no testemunho-vídeo feito e enviado de propósito para o Encontro mostrou ao vivo a Missão “Mãos Abertas – Moçambique” que, neste momento, envolve a presença de 3 jovens, no Chirrundzo, onde dão apoios diversificados ao projecto “Renascer p’ra Esperança”. A resposta da JMV passa pelo envio de mais 2 jovens e o apelo lançado abarca a comunhão de oração e a partilha de bens essenciais para aquelas populações. Pode-se lembrar aqui o lema deste Outubro Missionário: “Não podes ir, mas podes ajudar!”.

Voz das crianças, imagens com leitura

As Filhas da Caridade, a Associação Internacional da Caridade e a Associação da Medalha Milagrosa trabalharam em conjunto. Em powerpoint, pegando em desenhos ilustrativos, colocaram-nos diante de crianças dos 3 aos 9 anos, e retiveram delas as suas reflexões e aplicações concretas nos vários ambientes que as rodeiam. Foi uma forma original de pensar as Obras de Misericórdia e dar voz às crianças. A intervenção terminou com uma pequena encenação, levada a efeito por alguns alunos do Externato de S. Vicente de Paulo.


“Na longa estrada de uma cela”
Coube à Sociedade de S. Vicente de Paulo apresentar “visitar presos” e “sofrer com paciência as fraquezas do próximo”. Paulo Neves, da Guarda, membro da equipa da coordenação da pastoral penitenciária expôs longamente toda a situação das cadeias e dos presos, em Portugal. Como Visitador de cadeias, foi desmontando algumas ideias erradas que a sociedade tem sobre este problema social. Com base na experiência pessoal e com muitas citações do Papa Francisco procurou fazer entender que cada preso é uma pessoa humana que erra, mas que pode libertar-se, que pode regenerar-se, tendo apresentado um elenco de formas de colaboração com este serviço.


Homenagem ao P. Manuel Nóbrega

Logo de seguida, e por decisão da Equipa de Responsáveis, foi feita uma homenagem ao P. Manuel Nóbrega, recentemente falecido. Depois de um breve tempo de silêncio e de uma oração pelos vivos e defuntos, foram repassadas muitas imagens da vida e missão deste sacerdote vicentino. Entre outras, foram enaltecidas as suas qualidades, tais como, a humildade, simplicidade, proximidade, perspicácia, sabedoria, capacidade de escuta, serenidade. Trabalhou com todos e para todos os Ramos da Família Vicentina e, de alguns deles, foi o fundador. Foi uma justa e merecida homenagem a quem nos deixou um testamento espiritual: “Para todos aqueles para quem fui um sinalzinho de Deus, não deixem de continuar a caminhar!”

“Vai e faz o mesmo!”
O relógio avançava e havia longas estradas a percorrer. Chegou o momento do Envio. O P. Álvaro agradeceu a todos a presença, o trabalho, as canseiras, a disponibilidade e anunciou a data do próximo Encontro que será a 5 de Outubro de 2017.
Depois, como quem soletra cada letra, foram aparecendo as doze letras que compõem a palavra ‘Misericórdia’. Depois de a palavra ‘Misericórdia’ estar totalmente constituída, fez-se a oração final, com palavras de S. Vicente: “…que sejamos MISERICORDIOSOS e usemos de MISERICÓRDIA para com todos…”. (SVP – Coste XI, 342).
“Vai e faz o mesmo!” (Lc. 25,37) É um apelo que se torna desafio permanente para todos.
E, entre gestos de despedida e votos de boa viagem, felizes e alegres por sermos Família Vicentina, regressamos aos nossos lares e trabalhos.

P. Agostinho Sousa, CM

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