sábado, 16 de junho de 2018

A Missão vista pelo Sr João


Aqui vai a minha impressão sobre as Missões Populares aqui em Vouzela, orientadas pelos Padres e Irmãs Vicentinos. Assisti a parte do programa que me foi proposto de 12 a 27 de Maio: Tertúlia, Palestras às 21,00 horas no Instituto Marista na primeira semana e às missas da segunda semana.

Primeira Semana:
12 de Maio, Tertúlia na Igreja de São Frei Gil:
 - Acolhimento simpático e boa presença do casal Mário e Helena. Boa apresentação da Raquel. Ótimas intervenções tanto da Mesa como da Assistência.
Assuntos atuais com uma grande abrangência; escola, alunos, professores, sociedade, educação, gerações mais novas, mais velhas, etc.
Gente muito bem preparada para estes assuntos, local bem escolhido, pena a igreja não estar aquecida. Aos velhotes arrefeceram-lhes os pés.
 - Não estive presente no domingo e feriado de segunda-feira, nem nas missas, terços e procissão com o Senhor bispo, D. Ilídio.
 - De terça a sábado estive às 21,00 horas no Instituto Marista, no segundo grupo do primeiro andar com o Irmão Leal.
Foi muito bom, muito belo e posso dizer muito agradável e profundo: grupo pequeno, sentados à volta de uma pequena mesa redonda, à mesma distância uns dos outros e voltados para o centro.
A mesa decorada apenas com a Bíblia e um crucifixo ou outro símbolo religioso; sem um mestre com um quadro ou uma projeção a indicar o que terceiros têm que fazer, sem cadernos para apontamentos, nada disso. Ali estávamos só nós, de igual para igual a falar de Jesus, da sua vida e da nossa. Alguém pegava na Bíblia, lia uma passagem e todos compreendiam e intervinham.
Havia gente com cursos superiores, médios e até uma senhora, que ela mesma, se dizia analfabeta e que nos falava das missas em latim, que ainda nos fez rir e assim podemos aprender todos uns com os outros.
Quem estivesse de fora poderia ver ali um grupo dos primeiros Cristãos que se juntaram no fim do dia de trabalho, na casa de um deles, sentados à mesa para falar de Jesus e das coisas de Deus. Será uma visão romântica? Pois será. Mas foi mesmo o que eu senti e que me dava ânimo para vir no dia seguinte.
Sentíamo-nos todos importantes, todos iguais, todos ao mesmo nível.
E acho que na Europa já houve a igreja das multidões, das igrejas cheias, dos largos a abarrotar quando vinha o bispo ou alguém importante. Hoje e de futuro não será mais assim.
Acho que a igreja doméstica e estes pequenos grupos irão ser o futuro nos tempos que se aproximam.
Deixe-me citar o Pe. Tolentino de Mendonça no seu último livro saído no mês passado.
                   “ Nem por acaso Jesus colocou a mesa no centro da celebração da fé cristã. Porque é que existe a mesa? Porque é que nos sentamos à mesa uns com os outros para tomar a refeição? Não será apenas por razões materiais e económicas, mas sobretudo por razões de vida. Sentamo-nos juntos em torno do alimento, porque nos alimentamos não só de comida, mas uns dos outros. Temos uma verdadeira necessidade da presença, da hospitalidade, da palavra, do cuidado e do afeto dos outros. À volta da mesa reconhecemo-nos melhor, alimentamo-nos mutuamente com um alimento invisível: o da relação.”
Ou o Cardeal António Marto em entrevista ao Expresso este sábado:
“Que se procure superar a cultura da indiferença, promovendo a cultura do encontro, da
 proximidade. Uma cultura do acolhimento, da atenção, da partilha.”
Estes dois doutores da Igreja, o rev. Pe. Bruno com as duas irmãs e os missionários de S. Vicente de Paulo afinal parecem apontar-nos o mesmo caminho. E até o lema dos grupos foi “Em Caminho”.
Pois então queridos amigos vamos em frente, vamos caminhando e o Pe. Bruno volte mais vezes.

A segunda semana foi mais clássica:
Todas as noites missa na Matriz às 20,30 horas e missa de encerramento na igreja da Misericórdia.
Foi tudo muito bom, muito simples. Temas diários interessantes e que têm muito a ver connosco e com o nosso compromisso religioso. “As pregações”, que não foram nada disso, bem pelo contrário, foram mais umas parábolas, umas histórias, verdadeiras algumas outras nem tanto, mas sempre adequadas aos assuntos tratadas no dia, assim naquele jeito de Jesus a ensinar os apóstolos…
Esteve muito bem Pe. Bruno, felicito-o  pela simplicidade das suas intervenções, que não deixaram de ser profundas, agradáveis e que ainda hoje recordo.
Nesta semana apareceu mais gente. A igreja esteve compostinha. E se não vieram mais a culpa também foi nossa. Eu próprio me penitencio. Na quinta-feira fiz um convite especial à minha esposa e como o tema era Maria e sabendo-a devota fomos de tarde cortar cada um a sua flor para levar, mas uma dor de cabeça estragou tudo. Fica para a próxima.
Os cenários nas missa estavam bonitos. Até o poço do encontro de Jesus com a Samaritana lá estava  e com água e tudo.
O Pe. Bruno disse ter gostado dos monitores; nós também.
Estive ainda na missa das 15,00 horas na Unidade de Cuidados Continuados, local que a paróquia muito acarinha. Como estava um sol radioso e uma temperatura muito amena fez-se a missa ao ar livre para consolo de todos aqueles queridos doentes, que naturalmente ficaram radiantes.

A missa de encerramento foi no sábado com a presença dos grupos e toda a comunidade estava feliz. Ficamos com a cruz comemorativa, bem linda por sinal. Depois dos agradecimentos da comunidade, materializada pelo Pe. Ricardo vieram as palmas merecidas e verdadeiras para os nossos queridos companheiros de caminhada; este grupo da Missão Vicentina que nos visitou.
Bem-haja pelo vosso trabalho.

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