segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ponte de Sor: Um testemunho, uma Missão



Ponte de Sor é uma cidade com cerca de 8 958 habitantes, situa-se no alto Alentejo e pertence ao Distrito de Portalegre. Parte do concelho (Galveias, Montargil e Foros do Arrão) pertence à Arquidiocese de Évora e Ponte de Sor (união das freguesias de Ponte de Sor, Tramaga e Vale de Açor) e Longomel, têm Portalegre-Castelo Branco por Diocese.
No sábado, dia 27 de Setembro (dia de São Vicente de Paulo) teve início o tempo forte da Missão, com a celebração da Missa do Envio.
A equipa missionária só veio a completar-se na segunda-feira, dia 29. Foram chamados a fazer Missão as Irmãs Zulmira, FC e Susana, mexicana, de Santa Maria de Guadalupe, as leigas Teresa Matos, de Arões/Vale de Cambra, Henriqueta Varela e Arlete, de Lisboa e o José Neves, de Santiago do Cacém. A Equipa era liderada pelo Pe. Agostinho que tinha a acompanhá-lo, o P. Alberto Tapadas, pároco.


No domingo, dia 28, foram muitos os que, de Ponte de Sor e arredores, rumaram a Fátima para o X Encontro da Família Vicentina. Na segunda-feira, depois da oração de Laudes e da visita aos locais das comunidades, à noite, no salão paroquial, houve reunião para a apresentação da Equipa, ultimar os últimos pormenores e a preparação dos animadores.
Nesse encontro, com animadores e donos de casas, ultimaram-se os pormenores de locais e de animação. No final, cantaram-se os parabéns ao P. Alberto que, nesse dia, celebrou o seu 33º aniversário.
Uma vez instalados na casa paroquial, os Missionários sentiram-se, bem-vindos, e acolhidos pela simpatia e compreensão do Pe. Alberto Tapadas. E chegou a hora de arregaçar as mangas para fazer cumprir a Missão.

Oração, visitas e comunidades
Todas as manhãs na Igreja Matriz, pelas 9 horas, foram rezadas as Laudes. Uma média de 30 presenças, rezava em comunidade e era muito participativa. As pessoas que não podiam estar presentes durante toda a oração, pelos seus afazeres profissionais, passavam e participavam apenas um pouco.
Formaram-se 46 comunidades, das 51inicialmente previstas. Razões várias fizeram com que houvesse uma pequena descida. Todas as Comunidades estiveram muito empenhadas no aprofundamento da fé e os animadores estavam bem preparados para levar a bom termo o desafio que lhes havia sido proposto.
Os Missionários dividiram-se em equipas. Assim, cada um foi visitando as Comunidades, guiados amavelmente por voluntários conhecedores das casas onde havia reuniões.

Comunidade das comunidades
Em todas as celebrações e encontros foi solicitado que houvesse a partilha e entrega de bens alimentares, bem como de famílias necessitadas a quem se faria chegar o fruto desta partilha. Esta tarefa coube aos missionários e tornou-se uma boa ocasião para o contacto com estas famílias e as situações de pobreza.
A Igreja Matriz foi ‘pequena’ para acolher os fiéis, que chegaram felizes com os seus cartazes e símbolos. Também foi difícil arranjar espaço para os bens que foram doados.



A partilha
Houve necessidade de se fazer uma separação dos alimentos recebidos para se preparar os cabazes que iriam ser entregues às famílias. Foi uma tarefa morosa pois foram muitas as embalagens recebidas. Foram recolhidos mais de 650 kg de géneros alimentares diversos e de 200 litros (leite, azeite, óleo, etc.). Estes bens foram distribuídos por 48 famílias, algumas delas, bem numerosas.
A pobreza, a fome são uma realidade incontestada, que vive perto de nós. Os missionários experimentaram situações bem cruéis. Há casos perturbantes, momentos difíceis de presenciar. Há pessoas que se deitam muito cedo (ainda de dia) para não consumir electricidade; outras, não têm possibilidade de comprar pão para os filhos.
Levamos os alimentos mas também uma palavra de esperança. Nestas famílias há uma profunda intimidade com Deus, vivem nessa esperança mas com muitas lágrimas. Estas famílias, (algumas delas já viveram bem!), merecem o nosso respeito e também a nossa oração. Não esqueçamos: “Tudo o que fizeste a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a Mim que o fizeste”, diz Jesus.

Doentes e idosos
Não foram esquecidos estes seres maravilhosos que nos receberam às vezes um tanto inquietos porque demorámos um pouco a chegar e… depois porque não ficámos com eles mais tempo.
Quero referir uma senhora que esteve bem disposta e faladora, que nos relatou várias histórias; foi um momento descontraído e alegre. Acontece que, no final da visita e ao saudá-la pela sua maneira de ser, não conseguiu conter as lágrimas. Por detrás da sua alegria há uma grande tristeza de família.
Foram visitados cerca de 300 doentes e idosos, quer em suas casas, quer em Lares e Instituições, onde foi ministrada a Unção dos doentes.

Celebrações temáticas
As noites da 2ª semana foram dedicadas às celebrações temáticas: Palavra, Espirito Santo, Cristo Luz do mundo, Água, Família. A participação activa das comunidades fez crescer a vivência e o entusiasmo nestas celebrações. 12 Casais renovaram os votos do seu Sim, no Sacramento de Matrimónio. Os presentes, suas famílias e seus lares foram abençoados.

São Francisco
S. Francisco é o padroeiro da Paróquia. Por ser celebrado neste mês, houve necessidade de se fazer uma adaptação nos dias de reunião das Comunidades. Acabados esses dias, aconteceu a grande celebração da Comunidade de Comunidades.
No dia 4 de Outubro, dia liturgicamente consagrado a S. Francisco, a imagem do “Poverello” saiu da Igreja Matriz, passou por várias ruas e dirigiu-se para a Santa Casa da Misericórdia, No pátio interior da Santa Casa houve uma breve representação da sua vida que foi muito bem reproduzida pelo Augusto que protagonizou a figura de S. Francisco e pelo Diogo, que deu corpo ao irmão Lobo.
No dia seguinte saiu da Santa Casa em Procissão para várias localidades, Tramaga, Foros do Domingão, Ervideira, Vale de Açor, Vila do Bispo Fundeiro, Torres da Vargens, Barreiras e regresso a Ponte de Sor na noite de 11 de Outubro.
Houve bonitos altares feitos pelo povo. Foram muitos os devotos que participaram em todas as localidades por onde a Procissão passou.


Final e agradecimento
A Missão terminou no Domingo dia 12 com um almoço partilhado. No entanto, os agora missionados tornaram-se Missionários e assim anunciarão e testemunharão a alegria do Evangelho.
Queremos agradecer a todos tudo quanto nos proporcionaram para levarmos a bom termo esta Missão. Sem a participação e entusiasmo de todos vós não nos teria sido possível levar por diante tão grande tarefa! Que Deus Pai vos recompense pela sua entrega, entusiamo e amor ao próximo.

Arlete Vieira, CMV

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