sábado, 15 de novembro de 2014

Semana dos Seminários – Testemunho



Nesta semana em que se celebram os Seminários é importante não esquecer quem lá vive,  sejam seminaristas ou formadores. Muito mais importante do que o espaço físico, importantes são as pessoas que o habitam, aquelas que diariamente dão a sua vida pelos outros, que se afastaram daquilo que é mais querido para seguir Jesus Cristo, por exemplo, a família, os amigos, a terra e, até mesmo, o país, como é o meu caso.


Quando nos lembramos dos seminários não podemos esquecer esta globalidade que os compõe. O resultado final, todos nós sabemos e ficamos orgulhosos com ele; contudo, a meta não se faz sem caminho e, muito menos, sem plano.

Nesta semana em que somos “protagonistas” na Igreja não podia deixar de manifestar, como “Seminarista/estudante” a minha alegria de vos poder dizer algumas palavras.

Sou o João Soares, seminarista vicentino. A minha história todos vós já a conhecem desde Vila- Fria, passando pelo Amial-Porto, depois Nápoles, Santiago do Cacém e agora, Salamanca. No total são quatro casas que me acolheram, e acolhem.


Como seminarista seria muito extensivo enumerar o quanto aprendi e vivi em cada uma delas. Mesmo assim, deter-me-ei na última, a comunidade na qual me encontro. Como sabem, já lá vão dois meses desde que vim para Salamanca para me integrar na Comunidade de Formação Inter-provincial (CIFI). A experiência tem sido positiva pelo facto de viver numa comunidade em que se encontram jovens na mesma situação. No total somos seis seminaristas que compõem a comunidade. É uma alegria compartilhada   e sobretudo um maior amor à vocação que nos une (seguir Cristo, evangelizador dos pobres).

Áreas da Formação e vida comunitária
As nossas atividades desenvolvem-se essencialmente em quatro áreas: vida comunitária, vida académica, vida pastoral e, a mais importante, vida de oração. No meu caso concreto, como estudante, frequento o terceiro ano de teologia na Universidade Pontifícia de Salamanca.

A componente da vida  pastoral realizo-a, todas as quintas-feiras, das 16h00 até  às 22h30, numa casa que acolhe pessoas doentes com SIDA. A par disto frequento um curso prático de geriatria, algo que esta casa me proporcionou, pois nela existe uma enfermaria que está sempre ao dispor. Têm sido experiências muito boas, uma vez que vou aprendendo cada dia a melhor saber como tratar aqueles que sofrem, especialmente, os nossos irmãos que deram a vida inteira pela missão.

No âmbito comunitário além das atividades normais da casa temos momentos de convívio, tais como cinema, partilha de experiências e saídas em conjunto.

A oração tem sido um ponto muito positivo. Depois de um ano de intensa oração, não poderia perder o ritmo. Temos laudes, vésperas e Eucaristia diária, bem como, em alguns dias da semana, oração da noite e oração vicentina. Participo na Eucaristia dominical na enfermaria. Penso que é sempre bom e benéfico que os mais velhos sintam a presença da juventude. É uma alegria, como já disse, COMPARTILHADA com o sentido de procurar o bem comum e, sobretudo, de nos sentirmos em CASA, ou seja, no SEMINÁRIO.

Em suma, é tudo isto e muito mais que vai construindo a minha vida como pessoa, cristão e, acima de tudo, como seminarista.

Agradeço a todos aqueles que directa ou indirectamente têm apoiado a causa dos Seminários, neste caso, os da Congregação da Missão. Aproveito para deixar o meu muito obrigado aos confrades que se preocupam e que não se esquecem deste irmão mais novo, através de e-mails, telefonemas e até mesmo presencialmente. Alegro-me de saber  que estou nas vossas orações.

O caminho é longo! Quero que saibais que tenho a Província Portuguesa da CM no meu coração e, sobretudo, nas minhas orações. Esta é a forma dos irmãos estarem unidos, esta é a forma mais alta que tenho para vos agradecer. 


João Miguel Soares, CM

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