terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Farol fez renascer e criar laços de Amor


De 19 de Janeiro a 2 de Fevereiro, na Paróquia de Nossa Senhora da Soledade de Porto Covo viveu um tempo forte de Missão. No domingo, dia 26 de Janeiro, na Eucaristia dominical, aconteceu a Comunidade das comunidades. Presidiu à celebração D. António Vitalino, bispo de Beja que, nessa manhã, em Sines presidiu à celebração evocativa do bicentenário do Bispo de Beja D. Frei Manuel do Cenáculo.
Depois de 4 noites a reunir em 3 casas de família, chegou o momento das comunidades darem testemunho do que viveram e como querem continuar a pós-Missão. Uma a uma, as comunidades fizeram a sua apresentação a partir do cartaz que construíram. Após o testemunho de cada uma delas, a assembleia aplaudia e cantava. Farol, Laços de Amor Renascer é o nome de baptismo de cada uma delas. A mensagem expressa nas palavras de cada um dos animadores foi resumida numa simples mas significativa quadra:
“Na Missão, Cristo, o FAROL / Passou no mar de Porto Covo: / Criou LAÇOS DE AMOR, / E fez RENASCER o povo”.


Animar e formar para a Missão
A partir do que viu e ouviu e da liturgia da Palavra que foi proclamada, o Bispo diocesano, transmitiu a alegria de poder testemunhar esta vivência de comunidade e de missão. Servindo-se do lema da Semana de Oração pela unidade dos Cristãos (Estará Cristo dividido?), apontou Cristo como o único farol a seguir, de modo a que sejam criados laços de amor. Tal modo de ser e agir, exige conversão, renascer de novo. “Sem identificação do que fazemos com o que somos, sem ardor apostólico, compromisso pelos outros, sobretudo os que mais precisam, sem fascínio e alegria pessoal e comunitária, não seremos testemunhas do Evangelho de Jesus Cristo”.
Apontando a figura, palavras e exemplo do Papa Francisco, D. António disse: “O Papa, exorta-nos a sermos uma Igreja em saída missionária, que vai às periferias urbanas e existenciais, ao encontro das pessoas, sobretudo dos pobres, dos doentes, dos jovens e dos idosos. Mas com que atitude, com que linguagem e objectivos saímos ao encontro das pessoas? Como evangelizar hoje? Como e onde começar? A evangelização tem de começar por nós mesmos, pelos que são chamados a ser discípulos missionários. A conversão, a adesão total a Jesus Cristo, a aprendizagem dos seus gestos, atitudes, modo de falar e agir, é fundamental para a missão da Igreja. Por isso temos que fixar o nosso olhar no rosto de Jesus, ouvir e meditar a sua Palavra, sermos seus bons discípulos. Não basta saber de cor o que Jesus disse e fez. Precisamos de assumir as suas atitudes. Ter um coração sensível e compassivo, para escutar bem as alegrias, dúvidas, angústias e tristezas dos nossos contemporâneos, para respondermos às perguntas que nos fazem ou desejariam saber”. E acrescentou: “Na Igreja precisamos de reaprender a escutar, comunicar, dialogar, partilhar, perdoar, reconciliar pessoas e ambientes, construir e reconstruir. Abrir a mente e o coração, para acolher e criar proximidade com Jesus, na sua mensagem e na pessoa dos que sofrem, dar-nos-á novamente a alegria de viver e agir na Igreja e no mundo”.

Encontro de Formação e encontros celebrativos
Em tempo de Missão já se tornou uma constante promover Encontros de Formação sobre diversos temas e destinados aos Animadores da Comunidade. Em Porto Covo, o Encontro foi orientado pelo Vigário Geral da diocese, o tema foi: “Iluminados pela Palavra” e foi participado por 3 dezenas de pessoas.
Ao longo da primeira semana foram possíveis encontros com doentes, com os utentes do Centro de Dia, com as crianças da escola e da catequese. Alguns desses momentos, repetiram-se na segunda semana.
Na igreja paroquial, ao longo das várias noites, com tempo agreste (chuva, vento e frio), viveram-se momentos celebrativos muito intensos e muito profundos. Valorizaram-se alguns sinais – Palavra – Luz – Água – Fogo – Aliança. Estes sinais e a sua encenação, emprestaram beleza à celebração e ajudaram a transmitir e a compreender a mensagem.
A oração de louvor, rezada todos os dias, congregava cerca de uma vintena de pessoas que, procuraram saborear ao máximo estes momentos, uma vez que, por norma, a igreja (“a fonte da aldeia”, no dizer de João XXIII) se encontra fechada.
Além destes momentos também se procurou valorizar a presença da Imagem da Senhora das Missões. No sábado, dia 25, a Procissão de Velas percorreu as ruas principais da povoação e foi animada pela Banda de Música do Cercal que fez questão de, em todas as execuções, apresentar cânticos marianos. Foram belos momentos de arte musical que convidaram à oração. Momento belo e único foi o silêncio que se fez escutar, enquanto a imagem da Senhora se aproximava do mar.


Momentos de dor tornaram-se tempo de missão
Por agora, Porto Covo não tem capela mortuária. Sempre que morre alguém, o velório é na igreja. A Junta de freguesia está decidida a alterar esta situação e já decidiu construir uma capela mortuária. O projecto está feito e as obras começaram recentemente.
Durante a missão houve dois funerais, ambos na segunda semana. Duas irmãs, partiram para a Casa do Pai. Com diálogo, serenidade e agilidade, estas duas situações tornaram-se tempo de missão. Numa delas, envolvendo a família da defunta, fez-se a celebração que estava programada. Foi um momento de paz, de oração e reflexão. Houve muito mais participantes. Todos se sentiram irmanados na dor e mais fortes no amor, porque iluminados pela mesma fé.
A segunda situação, porque aconteceu no dia da festa da família, exigiu que se fizesse a celebração num outro local. Transformar o lugar, dar a tónica do sagrado, empenhou as pessoas e serviu para ilustrar de uma forma visível o valor da casa de família, da igreja doméstica. Deus serviu-se destes sinais e momentos para continuar a falar ao seu povo.


Encerramento e continuidade
Em dia da Apresentação do Senhor fez-se o encerramento deste tempo forte da Missão. Além da mensagem recebida pela fidelidade de José e Maria ao plano de Deus, consagrando o Menino no Templo, foi realçada a profecia de Simeão: “Uma espada te trespassará o coração”. Sendo patrona da paróquia Nossa Senhora da Soledade, este dizer de Simeão ajudou a entender a Missão de Maria, desde o Sim da Anunciação ao Sim do Calvário.
No momento de acção de graças foi entregue o guião das catequeses que as 3 Comunidades vão reflectir a partir do dia 26 deste mês. No final da Eucaristia, no Refeitório da Junta houve um lanche ajantarado, partilhado por todos os que participaram nestes quinze dias de Missão. A alegria estava estampada no rosto das pessoas que fizeram uma avaliação muito positiva da missão. Além do compromisso da reunião das comunidades, foram apontados mais alguns que poderão ser assumidos e tornar visíveis os frutos da missão.
O primeiro deles é já no próximo domingo, quando Porto Covo levar a imagem da Senhora das Missões a Ermidas-Sado / Alvalade que entram em revitalização da Missão.
Ser agradecido faz parte da Missão. Agradecer a Deus esteve sempre na mente da equipa e das pessoas que participaram de forma efectiva e afectiva. Agradecer às instituições (escola, junta, cantina, biblioteca, centro de dia, banda, bombeiros e GNR) é justo; agradecer, a quem nos acolheu (disponibilidade de casa e mesa, famílias e restaurantes), é muito importante. A todos, Deus recompense com Sua bênção de Pai!
A semente foi lançada. Cristo, o Farol, passou no mar de Porto Covo e chamou!...

P. Agostinho Sousa,

CDM/Beja

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