Testemunho
No passado mês de Setembro, entre 14 e 16, tiveram lugar em Fátima as Jornadas Missionárias. Este ano o tema escolhido foi VATICANO II: 50 ANOS, MISSÃO, MEMÓRIA E PROFECIA.
Quem pôde estar presente teve a oportunidade de ver e ouvir falar sobre a Missão, Ontem e Hoje, apresentação do Pe. José Antunes da Silva, SVD; Missão e Profecia, apresentado por D. Henri Teissier, Bispo Emérito da Argélia e ainda uma alocução de D. António Couto: A Alma da Missão.
Antes do Plenário, e pela primeira, vez houve 4 workshops, a saber: Missão e Infância; Missão e Infância; Missão e Voluntariado; Missão e Igreja Local. Este último workshop foi da responsabilidade do Pe. David Nogueira, director Diocesano OMP – Leiria/Fátima.
Participando eu nestas Jornadas há vários anos, perguntava-me porque não era falado o trabalho das Missões Populares, em Portugal. Este ano tive a satisfação de ter sido reflectido o trabalho das Missões no nosso País.
Pediu-me o Sr. Pe. Agostinho Sousa, padre Vicentino da Congregação da Missão (CM) Director das Missões na Diocese de Beja, que testemunhasse o que é ser Colaboradora da Missão Popular da Vicentina. Aceitei e partilhei com a assembleia presente (mais de cem pessoas), a minha experiência missionária.
“Fui chamada para a minha primeira Missão no ano de 2006 e, lá parti para terras transmontanas, mais propriamente para Limões, distrito e diocese de Vila Real, um tanto ou quanto preocupada, dada a responsabilidade que sentia. O que me impele a partir: para além da minha maneira de ser, por aquilo que é pedido, é a vontade de estar com os irmãos que, na maior das situações estão carentes, ávidos de aprofundar a fé. Entrego-me de alma e coração, e com muita alegria, nas visitas aos doentes, às pessoas que não podem ou têm dificuldade em sair de casa. A atenção que se lhes dispensa, a escuta das suas narrações é um ponto alto para estas pessoas”.
“Ir às Escolas e viver uns momentos com crianças e jovens, aqui a escuta já é deles e que rápido aprendem, é sempre uma alegria para mim. Claro que os missionados aguardam-nos com alguma ansiedade pois têm os seus receios e sentem muito a responsabilidade em receber ‘gente’ que vem, muitas vezes, de longe. Recordo-me que numa das Missões, já vão alguns anos uma jovem dirigiu-se às colaboradoras dizendo que estava muito contente connosco e já não estava nervosa porque de início andava receosa porque iam receber senhoras de Lisboa… e afinal chegou à conclusão que essas senhoras eram como as pessoas daquele ‘cantinho do país’ em que decorria a Missão”.
“É reconfortante ver casais desavindos que renovam o Sacramento do Matrimónio; vizinhos e/ou familiares que não se falavam e que a Missão lhes abriu o coração e fizeram as pazes; ver pessoas que andaram ausentes da Igreja, 20, 30, 40 anos e, também o passar da Missão lhes abriu o coração e receberam o Sacramento da Reconciliação. Tenho ecos que continuam nas suas vidas de cristãos assíduos e com fé renovada”.Estar na Missão Popular Vicentina é estar na Missão de Jesus Cristo”!
As Jornadas, este ano, com esquema diferente, também tiveram a marca da Missão Popular. Foi o workshop mais participado e notou-se que esta realidade era bastante desconhecida dos participantes, havendo quem se perguntasse se não poderia fazer uma experiência idêntica. Houve questões e, através do powerpoint ‘O que é a Missão Popular’ e alguns materiais que foram facultados, todos ficaram conhecedores desta forma de ser missionário.
Na Eucaristia de envio, além dos Missionários que partiram para as Missões ‘ad Gentes’, a Henriqueta Varela foi enviada para a Missão Popular de Penamaior, que se realiza de 30 de Setembro a 14 de Outubro.
A partilha de experiências, o encontro, a animação, ajudam a ganhar mais gosto pela Missão. Vale a pena participar na Jornada e, já no próximo ano, haverá a Peregrinação da Missão, envolvendo todos aqueles que, mesmo não participando em acções missionárias e de voluntariado, dia a dia, nas suas terras são missionários a tempo inteiro.
Arlete Vieira
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