terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Comunicação do Superior GERAL DOS PADRES VICENTINOS - Sínodo


Momentos de Presença, Escuta, Serviço e Acção: Chaves para a Nova Evangelização



Comunicação no Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização do Superior Geral da Congregação da Missão (CM)



O documento Instrumentum Laboris para a Nova Evangelização oferece uma verdade central: “Uma semelhante tarefa de anúncio e de proclamação não está reservada apenas a alguns, a poucos eleitos. É um dom oferecido a todo o homem que responde ao chamamento da fé” (IL, 92).



Esta verdade tornou-se clara para mim 30 anos atrás, quando fui chamado para a missão vicentina na República do Panamá. Eles experimentavam uma Igreja viva, uma Igreja que fazia esforços sinceros para trazer os ensinamentos do Concílio Vaticano II para a realidade da vida na América Latina. A formação dos leigos foi realizada através dos esforços de congregações religiosas, do clero diocesano e dos bispos. Ao experimentar a Palavra de Deus viva nas Comunidades Eclesiais de Base, eu testemunhei muitas pessoas simples participando entusiasmadas com a sua fé.


Então eu disse, “Esta é a Igreja do desejo de fazer parte. Esta é a Igreja imaginada pelo Concílio Vaticano II.” Tive o privilégio de trabalhar por mais de duas décadas nesta parte do mundo. Trabalhar colegialmente com os bispos, o clero diocesano, homens e mulheres religiosos e leigos para alcançar um bem comum no serviço da Igreja e do mundo, não foi apenas uma promessa, mas também o dom do Concílio Vaticano II para mim. A Igreja na América Latina continua inculturação do Evangelho, como visto nos seus documentos de Medellín até Aparecida, o mais recente e frequentemente mais citado documento neste Sínodo. Esse tempo deu-me energia e vida como missionário de uma congregação religiosa e, agora, como seu Superior Geral.


Para proclamar o dom da fé e fortalecer a renovação da Igreja, há três momentos de encontro e dois caminhos críticos para a nova evangelização.



- Um momento de presença

A presença tem duas dimensões: a primeira é a presença que chamamos Deus e outra é a presença que encontramos quando nos abrimos aos outros. Aqueles que Deus coloca no nosso caminho revelam a pessoa de Jesus Cristo, especialmente os pobres, marginalizados e abandonados. Na presença de Deus, temos a força para estar presente a todos os membros do Corpo de Cristo de uma maneira corajosa e profética.


- Um momento de escuta

Escutar também tem dois momentos contemplativos: um interior e outro exterior. O tempo interior é dado à Palavra de Deus, à Eucaristia, à oração da Igreja e à experiência do pobre. Neste “espaço interior” de nossa alma, nós permitimos a pessoa de Jesus entrar no silêncio dos nossos corações para se juntar a nós na nossa jornada diária. Isto leva a espaços de relacionamento mais profundo com o mundo e com os outros. Antes de ensinar e pregar, devemos escutar.


- Um momento de serviço

A presença e a escuta permitem que a graça de Deus nos guie para o serviço. A Nova Evangelização nos chama e nos une com um elemento indelével de nossa fé: o amor de Deus e o serviço ao próximo. “Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (João 13, 34). O serviço em nome de Jesus é de acção e defesa, não só em nome do pobre, mas também com o pobre. No cadinho do serviço, a Igreja encontra a sua verdadeira identidade e salvação.


- Um caminho para o serviço através da virtude

Nós evangelizamos quando entramos no mundo dos pobres e crescemos nas virtudes da humildade, simplicidade, caridade e justiça. Este é o coração da nossa herança Vicentina. A opção preferencial pelos pobres é a chave para a nova evangelização. Na experiência da comunidade, nós tornamos visível e credível a pessoa de Jesus, a promoção de uma civilização do amor. Ao viver essas virtudes, aproximamo-nos de Deus, uns dos outros e dos pobres, nossos senhores e mestres.


- Um caminho para a acção

Com o amor a Deus e aos pobres, que representam o seu Filho Jesus, podemos produzir bons na nova evangelização revitalizando as missões populares. Colaborar com os religiosos, clérigos e leigos, evangelizar com a nossa presença, ouvindo e servindo no estilo de Jesus Cristo, o primeiro evangelizador. Seguindo os caminhos da virtude, da ação e da defesa, não apenas pregamos e ensinamos a Boa Nova, mas nos tornamos uma Boa Notícia para o mundo. As palavras de Jesus ao jovem curado também serão verdade para nós: “Vai para casa e diz à tua família o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.” (Marcos 5, 19)


Humildemente, confio estes pensamentos e os nossos esforços neste Sínodo a Jesus Cristo, evangelizador dos pobres e a Maria, sua Mãe, Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.





G. Gregory Gay, Superior Geral da CM
Roma, Outubro 2012


Sem comentários:

Enviar um comentário