domingo, 18 de novembro de 2012

5º ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA ANIMADORES DA COMUNIDADE




17 de Novembro. Mais um encontro de formação de Animadores, promovido pelo Centro Diocesano Missionário. Decorreu em Santo André, onde estava a decorrer uma Missão Popular. Apesar das condiçoes metereológicas adversas, trinta e cinco pessoas estiveram presentes para se alimentarem da Palavra e aprofundar as questões da fé.
Após apresentação e a oração inicial, o Cónego António Domingos Pereira, começou a apresentar o tema: "Ano da Fé e Missão", à luz da Carta Apostólica “A Porta da Fé”, que estruturou a sua comunicação de acordo com a sequência seguinte: Porquê o Ano da Fé, A fé em iniciativas eclesiaisComo se abre a porta da FéPreconceitos e falsas esperanças. Houve também o trabalho de grupo para reflexão sobre o tema, asconclusões, a oração final e o envio
Através da leitura atenta e orientada do documento (Carta Apostólica “Porta da Fé”), foi evidenciada a importância da fé na vida dos homens, da forma como se desperta, se aprofunda e se testemunha. A fé, enquanto dom, depois de anunciada e de acolhida de forma livre, requer unidade entre o acto e os conteúdos da fé, e nesta perspectiva foi sublinhada a importância do anúncio e do testemunho.

Anúncio “saboroso e luminoso”
A Palavra de Deus é anunciada, mas só se desenvolve na medida em que o coração se deixa forjar pela graça que o transforma. Atravessar a”porta da fé” é entrar num caminho que se redescobre e se alarga à medida que formos capazes de fazer um anúncio “saboroso e luminoso” (…não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida).
Deve-se, pois, readquirir o gosto de nos alimentarmos das coisas de Deus e acreditar sem medo. Crer em Jesus é o caminho para chegar à salvação. Daí as iniciativas eclesiais: Ano da Fé; Concílio Vaticano II (50 anos); Catecismo da Igreja Católica (20 anos) com o objectivo de mostrar a força e a beleza da fé; O Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização.
A renovação da Igreja realiza-se também por meio do testemunho dado pela vida dos crentes e, por isso, estes são chamados a fazer brilhar com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou.

Intensificar o testemunho da caridade

A fé actua pelo amor e torna-se num critério de entendimento e de acção que muda toda a vida da criatura humana. Os conteúdos da fé, professada, celebrada, vivida e rezada devem estar em unidade com os actos que, como nos diz o apóstolo Paulo, “acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé (Rom 10,10).
O Ano da Fé será uma ocasião para intensificarmos o testemunho da caridade. A Fé obriga-nos a ser um sinal da presença do ressuscitado no mundo. O mundo de hoje precisa de testemunhos credíveis de todos os cristãos iluminados na mente e no coração, pela Palavra de Deus. Para novos tempos, novas formas de anúncio, tendo presente que o que conta é “santo poder do coração”.

Reflexão e trabalho de Grupos


Depois do almoço partilhado e bem preparado pela equipa da Missão de Santo André, reunimos em seis grupos para refletir um pouco, orientados pelas seguintes questões: Como se manifesta a crise de fé no meio em que vive? Quais são os sinais dessa crise? Tendo em conta as características fundamentais da catequese dos apóstolos, de que características se deve revestir o anúncio, a catequese do animador missionário? A fé é verdadeiramente a força transformadora da nossa vida, da minha vida? O que muda em quem tem fé? Perguntavam a Jesus: “ Que havemos nós fazer para realizar as obras de Deus?”
As respostas dos grupos, apresentaram conclusões comuns que passo a sintetizar: A crise de fé manifesta-se: pela ausência nas celebrações, nas catequeses, nos movimentos e nas vocações; pelo desinteresse pelas coisas de Deus, mesmo que se afirme que se acredita no Deus das coisas; pelo não investimento em matérias de fé; pelas manifestações de arrogância, vaidade, incoerência e dificuldade em assumir compromissos; pelo consumismo exagerado, pela falta de tolerância, pela falta do modelo de Cristo nas atitudes do quotidiano; Pelo relativismo extremo…cada um “é dono da sua fé”… Pela confusão em relação aos sacramentos…compram-se, mas não se vivem.

Pedagogia de Cristo e dos Apóstolos



O anúncio deve ser feito ao coração, usando a pedagogia de Cristo e dos apóstolos. Por isso requer: Obras, Verdade, humildade, coerência e consistência e deve ser modificador, testemunhal, respeitando os sinais do outro, mas acrescentando o sinal de Cristo Ressuscitado com luz, esperança e SOL.
A Fé muda tudo. Muda o olhar, o sentir e o fazer. Dizem que até muda a resistência à dor. Amar a Deus em primeiro lugar permite conseguir conciliar as tarefas da casa, da família, do trabalho com as “coisas de Deus” numa ligação de força, de crescimento, de entrega e de aceitação. Neste modo de ser e estar há mudanças para melhor nos contextos da vida familiar, social, profissional e relacional.

“Ir ao poço”…beber da fonte
Alguém que vive e celebra a fé, alimenta-a com sinais e atitudes: realizar as obras de Deus de forma “saborosa e brilhante” (não podemos deixar que o sal se torne insípido…); “Ir ao poço”…beber da fonte…beber de Deus, alimentar a fé, estando disponível e aberto para escutar e deixar que Deus entre no nosso coração; Trabalhar, não pelo alimento que desaparece, mas pelo que perdura…, ter como horizonte a eternidade; Crer que Jesus é palavra de Deus e se traduz no amor, no perdão e num projeto de vida global, abrangente que inclui a aceitação do outro com a misericórdia que permite ver Cristo “no outro”.
E assim, depois da conclusão e da síntese feita pelo Padre Álvaro Cunha, provincial dos padres vicentinos e membro da equipa missionária em Santo André, terminou este dia que foi um sinal mais neste nosso caminho de “aprendizes” de cristãos que querem abrir o coração e a razão à pedagogia de Cristo.

Maria Sebastiana Romana – Mértola
CDM/Beja

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