sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Dia Mundial das Missões

Estamos a viver o “Outubro Missionário” e aproxima-se o Dia Mundial das Missões. O que é, como nasceu, o que fazer, que respostas?

Segundo palavras de Paulo VI, é “uma genial intuição de Pio XI”, “um grande acontecimento na vida da Igreja”, “uma oportunidade de fazer sentir a vocação missionária da Igreja, aos irmãos no episcopado, ao clero, aos religiosos e religiosas e a todos os católicos”, “uma poderosa e insubstituível ajuda às missões”, “um entusiasmo crescente da fé tanto nas Igrejas de antiga fundação, como nas jovens Igrejas” e “o grande dia da catolicidade”.
Muitas expressões, mas o mesmo encanto missionário. É o desafio permanente que deve soar aos ouvidos de toda a Igreja e que exige respostas concretas, sábias e generosas.

O papa João Paulo II, entre muitas expressões e modos de se referir à Missão, afirma: “Exorto todas as Igrejas e todos os pastores, sacerdotes, religiosos e fiéis, a abrirem-se à universalidade da Igreja, evitando toda a forma de particularismo, exclusivismo, ou qualquer sentimento de auto-suficiência”(Redemptor Missio 85).

Bento XVI, ao escrever sobre o tema da Missão diz que o impulso missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial” (Exort. Ap. Verbum Domini, 95).

E o Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões afirma: “Cada comunidade torna-se “adulta” quando professa a fé, a celebra com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra de Deus, saindo do seu próprio espaço fechado para levá-la também à ‘periferia’, sobretudo a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Cristo. A solidez da nossa fé, a nível pessoal e comunitário, mede-se também pela capacidade de a comunicar aos outros, de a irradiar, de a viver na caridade, de a testemunhar a quantos vivem e partilham connosco o caminho da vida”.

E prossegue, dizendo: “Convido os Bispos, os Presbíteros, os conselhos presbiterais e pastorais, cada pessoa e cada grupo responsável na Igreja a dar o devido relevo à dimensão missionária nos programas pastorais e formativos, sentindo que o próprio empenho apostólico não é completo, se não contém o propósito de ‘tornar-se testemunha de Cristo diante das nações’, diante de todos os povos. A missionariedade não é somente uma dimensão programática na vida cristã, mas também uma dimensão paradigmática que diz respeito a todos os aspectos da vida cristã”.

O Dia Mundial das Missões é viver juntos, fraternalmente e sem fronteiras, a alegria de ser filhos de Deus com um sentido missionário universal numa intensa colaboração espiritual e generosa ajuda material.

Como surgiu o Dia Mundial das Missões?
O Dia Mundial das Missões nasceu num clima muito favorável à causa missionária. No ano de 1922 foi eleito Papa o Cardeal-arcebispo de Milão, Aquiles Ratti, que tomou o nome de Pio XI. O seu ardor missionário era conhecido por todos e, por isso mesmo, esperava-se dele um grande impulso à missão. Logo no início de seu pontificado nomeou o primeiro bispo indígena, Monsenhor Roche, inaugurando, deste modo, no século XX, uma série de prelados nativos de rito latino.

Nesse mesmo ano celebrava-se o primeiro centenário da fundação da Obra Missionária da Propagação da Fé. Pio XI declarou-a Pontifícia, juntamente com a Obra da Infância Missionária e a de São Pedro Apóstolo, confirmando-as e recomendando-as como instrumentos principais e oficiais da cooperação missionária de toda a Igreja católica.

No Ano Santo de 1925, o papa Pio XI, abriu, no Vaticano, uma esplêndida exposição missionária mundial e, o ano seguinte, publicou uma Encíclica sobre as Missões, “Rerum Ecclesiae”, na qual reafirma a importância e os objectivos missionários programados no início de seu pontificado. Nesse mesmo ano consagrou os seis primeiros bispos chineses.

Oficialmente, e a pedido do Conselho Superior Geral da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, o Dia Mundial das Missões foi instituído pelo papa Pio XI, a 14 de Abril de 1926.

O papa Pio XI, no seu impulso missionário, uns anos antes de instituir o Dia Mundial das Missões, teve um gesto surpreendente: Na festa de Pentecostes de 1922, ano em que foi eleito Papa, interrompeu a homilia e, no meio de um impressionante silêncio, pegou no seu solidéu e fez com que este passasse pelas mãos da multidão de bispos, presbíteros e fiéis na Basílica de São Pedro, enquanto pedia a toda a Igreja ajuda para as missões.

A partir de então, cria-se o Dia Mundial das Missões. O Papa dirige aos fiéis uma Mensagem e as Obras Missionárias Pontifícias (OMP), as dioceses, paróquias, institutos religiosos e missionários, fazem deste dia e do Mês de Outubro, uma jornada de fé, uma festa de catolicidade e solidariedade em favor da missão universal da Igreja. É para os cristãos de todo o mundo um renovado convite para agradecer a Deus o dom da fé e um apelo à corresponsabilidade na evangelização hoje e sempre, aqui e em todo o lugar.

Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões para este ano, o papa Francisco diz-nos: “Cada comunidade é portanto, chamada e convidada a fazer próprio o mandato confiado aos apóstolos de serem suas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os extremos da terra (Act 1, 8), não como aspecto secundário da vida cristã, mas como um aspecto essencial: somos todos enviados nas estradas do mundo para caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e nos tornando anunciadores de seu Evangelho”.

Nas Jornadas Mundiais da Juventude / Rio 2013 o Papa disse aos jovens: “Ide, sem medo, servir!” Os jovens e todos os baptizados são enviados pelo papa Francisco a ser apóstolos, testemunhas de Jesus Cristo, junto dos irmãos. Aquele em quem acreditamos, que nos ama e nos salva, deve ser anunciado e testemunhado nos mais diversos areópagos espalhados pelo mundo.

Nesta nossa missão, somos sempre acompanhados pela presença e força do Espírito Santo e pela protecção dos padroeiros universais das Missões, Santa Teresinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier.

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

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