quarta-feira, 21 de maio de 2014

Missão em São Lourenço – Chaves

  “Missão Vicentina é partir,

 deixar tudo para trás 

e levar só o coração cheio de Deus e de muita alegria” 

                                                                            

No dia 25 de Abril, deixei os meus ‘Amos e Senhores’ (os velhinhos do lar da Misericórdia) sabendo que poderia não voltar mais a ver alguns deles. Faço parte da Comunidade das Filhas da Caridade que servem os pobres na cidade das Caldas da Rainha. Parti rumo a mais uma aventura na minha vida: a minha primeira Missão Popular.

 

Sem saber ao certo o que me esperava e qual seria a minha participação nessa acção de evangelização, parti com a certeza de que não estava só: para além do Divino Espirito Santo, fazia parte da equipa um grande missionário, o padre Pereira, da comunidade de Santa Quitéria-Felgueiras. Confesso que levava um pouco de receio pois pensava que não iria corresponder ao que me seria pedido por parte do povo ao qual fui enviada. Estes medos foram dissipados pois encontrei um povo muito acolhedor e amoroso que logo me fez sentir á vontade.

 

Onde fica S. Lourenço?

São Lourenço pertence à freguesia das Eiras, fica a 10 quilómetros de Chaves e desenvolve-se ao longo da Estrada Nacional 213 (Chaves-Valpaços) num dos contrafortes da Serra do Brunheiro entre colinas e outeiros.

 

Tem um pequeno centro que se desenvolve à volta da capela, centro com todas as características das aldeias tradicionais e de montanha. Além da vista geral da aldeia, tem também alguns dos pormenores desse centro, tais como o presunto e até um avião que, mesmo não voando, a todos encanta com todos os seus equipamentos.

 

A dinâmica da Missão

No dia 28, abriu-se a Missão com a celebração da Eucaristia de Envio dos missionários e dos animadores. Durante as duas semanas rezamos as Laudes com as pessoas que podiam participar neste momento de louvor.

 

A primeira semana, foi muito gratificante para mim. À noite, iamos visitar as pequenas Comunidades que se reuniam para, no diálogo e na partilha de ideias e de vivências, aprofundarem e fortalecerem a Fé. Eram  6 Comunidades, com cerca de 70 pessoas (um número razoável, contando que é uma aldeia de imigração e com poucos jovens e crianças!). Senti entusiasmo nas pessoas e nos animadores ao reflectirem o tema de estudo. Com grandes sorrisos e muita alegria eramos recebidos em cada uma das noites.

Visitas e Celebrações temáticas
Mas os momentos mais  marcantes aconteceram na segunda semana: foi nessa ocasião que mais entrei em contacto com as pessoas que não iam às comunidades. Visitamos os doentes  que contavam histórias maravilhosas das suas vidas. Dois deles marcaram-me de forma especial. A preparação das celebrações temáticas, em comum, ajudou-me a perceber melhor o ritmo e o alcance da Missão. As Celebrações foram muito vividas pelas comunidades, pois cada uma delas foi convocada para preparar a liturgia do tema e o  padre Pereira, com o seu jeito próprio, entusiasmava com a sua pregação. Éramos uma verdadeira Comunidade de Comunidades.

Histórias e reacções
Das histórias que fui ouvindo, uma delas me marcou, porque reflectia muito humor. Passo a contar: os missionários almoçavam cada dia numa casa. Numa dessas casas estava um senhor chamado Humberto. O dono da casa disse ao padre Pereira que o Humberto queria que lhe contasse que tinha andado  no Seminário de São José, em Felgueiras. Não teria graça se o caso do Humberto fosse normal. Mas não! O Humberto disse que tinha fugido do Seminário. Tudo isto me fez envolver num grande sorriso e levou-me a pensar que se perdeu um grande pregador.

Gostei muito da Missão. Fiquei com saudades daquele povo e tenho-o presente na minha oração.Tenho a agradecer ao padre Pereira o convite que me fez e tudo o que me ensinou. Agradeço ainda ao pároco, padre Alves pelo acolhimento e pela boa disposição. A todos, deixo um abraço com a certeza de que nunca esquecerei esta Missão.
                                                                                                        

Irmã Mª Glória Peixoto,

Filha da Caridade     

Sem comentários:

Enviar um comentário