Para além das longas e verdejantes
planícies, a Diocese de Beja estende-se até ao mar. Foi nesta área de sol e
trabalho que aconteceu a Missão Popular, mais concretamente, em Azenha do Mar e
Malavado, ambas pertencentes à Paróquia de S. Teotónio.
Após vários meses de preparação dos
Animadores, a 15 de Abril, domingo da Divina Misericórdia, deu-se o envio da
Equipa Missionária, bem como das imagens de Nossa Senhora de Fátima e do
Rosário e foram acolhidas pelas populações, com alegria e oração.
Estas duas localidades não têm igreja
ou capela. Foi numa garagem e numa sala da comissão de moradores, cedidas para
o efeito, que as comunidades se reuniram e celebraram a sua fé. Azenha do Mar,
vive da pesca e de algum turismo e é uma aldeia pequena, bastante concentrada,
pois todos são vizinhos; Malavado, é mais interior, com campos extensos, vive
da agricultura e as casas estão mais espalhadas. Aqui, mensalmente, celebra-se
a Eucaristia, no balneário do campo de futebol; na Azenha, não há memória de
qualquer serviço religioso, embora haja uma catequista que, em sua casa, vai
ensinando os mais pequenos a conhecer o caminho de Jesus.
Depois do “porta a porta”, nos
contactos com as pessoas, e da preparação dos locais onde permaneceram as
imagens, deu-se início à semana das comunidades e da visita aos doentes. À
noite, as pessoas acorriam às casas ou espaços de reunião e, em ambiente de
festa e de reflexão, foram acolhendo os temas que, os Animadores, foram
partilhando e desenvolvendo. O pároco, P. Abílio, e o P. Agostinho, por sua
vez, visitavam os grupos que, à luz da Palavra de Deus, iam descobrindo as
maravilhas de um Deus que é Pai, que nos deu o Seu Filho, que nos faz uma só
família, a Igreja, de quem Maria é Mãe. Aos poucos, como os discípulos de
Emaús, os corações foram aquecendo e descobrindo Aquele que ressuscitou e está
vivo. Vários foram aqueles que adquiriram a Bíblia.
A oração diária – Laudes ou Vésperas,
com Exposição do Santíssimo – feita na Comunidade de S. Teotónio, também ajudou
a preparar o terreno e a rasgar caminhos. As comunidades foram crescendo e o
ambiente foi de acolhimento, de alegria e de empenho.
Chegou o dia da Procissão de Velas. Na
Azenha, foi novidade total, mas a motivação e participação parecia de quem já
havia feito, muitas vezes, esta experiência. Foi lindo ver as crianças, as mães
e os pescadores a rezar e a cantar à Senhora do Mar. O mesmo cenário se viveu
no Malavado, embora aqui, anualmente, já se faça a procissão da Senhora das
Missões.
O dia de domingo, foi o encontro das
comunidades. Todos, com cartazes e cânticos se reuniram e partilharam o
resultado da vivência dos grupos que se reuniram durante a semana. Foi a
primeira vez que foi celebrada Eucaristia naqueles espaços, transformados em
pequenas catedrais. “Um só coração e uma só alma” foi tónica comum e refrão
repetido, quer no canto, quer na vontade de continuar as reuniões de reflexão.
Entrava-se na segunda semana. Os
temas, aliados aos sinais, davam o mote para uma reflexão simples e para manter
o clima de festa. O pastor diocesano, foi recebido na Azenha do Mar, onde
visitou doentes, abençoou os barcos de pesca e seus ocupantes e conviveu com as
famílias. À noite, presidiu á celebração das famílias, onde houve momentos
dedicados aos casais presentes e aos seus filhos. Rezou com todos e em sinal de
festa entregou às mães, uma flor. No dia seguinte, depois de ter celebrado
Eucaristia no Centro de Dia na Zambujeira do Mar, dirigiu-se ao Malavado, foi
ao encontro dos doentes, passou pelas casas onde decorreram os encontros das
comunidades e partilhou a refeição com a população. À hora prevista, falou aos
presentes, sobre a família, seus desafios e dificuldades.
Num lado e no outro, os temas “Deus
fala-nos”, “Creio na Igreja”, “Creio no Espírito Santo” completaram as
celebrações da segunda semana. A mensagem exposta foi transmitida pelo canto
adequado, pelos sinais usados e pela doutrina apoiada na Palavra de Deus e nos
ensinamentos da Igreja. No final de cada celebração era visível a alegria das
pessoas, o desejo de continuar, a importância destes momentos.
Por fim, em celebração mariana, nos
dois lugares de Missão, fez-se o encerramento, com a entrega da Medalha
Milagrosa. De seguida, as comunidades acompanharam, em cortejo automóvel, as
imagens até à igreja matriz de S. Teotónio, onde um grande grupo de fiéis as
acolheu. Todos se uniram em prevê e acompanharam a Velada dos Escuteiros que preparou
as promessas do dia seguinte.
A missão terminou, no sábado, com a
realização do 2º Encontro Diocesano de Formação de Animadores e com a
celebração do Sacramento da Confirmação. Foi uma celebração inter-paroquial com
crismandos de S. Teotónio, Odemira e Sines. Foi um tempo de graça, de
Pentecostes, de encontro com o Bom Pastor, que cuida do seu rebanho e nos
impele a fazer como Ele faz!
P. Agostinho Sousa
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