segunda-feira, 25 de março de 2013

Odemira: Missão, formação e juventude


 
De 16 a 23 de Março decorreu na Vila de Odemira um tempo de Missão. No sobe e desce das ruas e ruelas, com obras de empedramento novo e sinalizações a apontar saídas e desvios, os missionários foram à procura de doentes e pessoas idosas e sozinhas. O tempo de encontro foi sempre curto pois muito havia a partilhar e a escutar. O mesmo se pode dizer das instituições de bem-fazer, todas elas, valências da Santa Casa da Misericórdia de Odemira.

O centro das actividades foi a Igreja do Santíssimo Salvador, com oração de laudes e tempo de atendimento, de manhã, com Eucaristia, à tarde, e reflexão e oração, à noite. A participação ficou um pouco aquém do esperado, embora houvesse momentos muito concorridos, tais como o dia da família, o dia da Reconciliação e a noite da Via-Sacra. Nesses encontros, muitos foram aqueles que quiseram responder com a sua presença e participação activa, enchendo por completo a igreja. O mau tempo impediu que mais pessoas pudessem responder aos apelos do pároco e dos missionários.
O encontro com as crianças nos Jardins de Infância de Odemira e da Boavista dos Pinheiros foi um momento encantador e cheio de ternura e beleza, pois aconteceu no dia do Pai e os pequenos cantaram e encantaram e mostraram a caminhada que fazem com a ajuda do pessoal técnico e auxiliar, e com a presença das Irmãs Oblatas.
D. António Vitalino acompanhou a Missão e, na sexta-feira, visitou doentes a quem levou a Eucaristia e a Unção dos Doentes. Além desta actividade, calcorreou as ruas, saudando os que passavam e esteve presente no Centro de Dia, no Lar e no Centro de Cuidados Continuados, obra da Santa Casa onde conversou com os utentes e responsáveis. Por fim, visitou o Estabelecimento Prisional de Odemira onde falou com a direcção e com as presas, num encontro formal, mas muito fraterno e intenso. Este momento foi salutar para todos, pois ir ao encontro dos irmãos, seja qual for a sua situação, é sempre um desafio a acolher, um caminho a seguir, uma meta a alcançar!
O último dia da Missão, com muita chuva à mistura, teve um programa muito preenchido e variado: o encerramento da Missão, o encontro de formação para Animadores, a Jornada diocesana da Juventude e a instituição de Ministérios de Leitor e Acólito.

Formação de animadores

Na ermida da Senhora da Piedade aconteceu o 8º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade, que foi orientado pelo P. Fernando Soares, da CM, que apresentou o tema: “Caridade, fonte de Fé e de Amor” e com o sub-tema: “Crer é cuidar e cuidar é crer”. As diversas actividades e o mau tempo fizeram com que não houvesse uma grande adesão. Eram mais de duas dezenas de participantes, entre eles, o bispo, sacerdotes, diácono permanente, candidatos ao sacerdócio, religiosas, homens, mulheres e jovens.

Após o acolhimento e um tempo de oração/reflexão com base no texto do bom Samaritano o conferencista, com experiência no trabalho como capelão hospitalar (S. João-Porto) e com a Sociedade de S. Vicente de Paulo (Assistente do Conselho Central do Porto), pegando no nº 14 da Porta da Fé e na mensagem de Bento XVI para a Quaresma para este ano, de forma simples e interpelante, foi apontando pistas e caminhos para um aprofundamento da fé e uma vivência da caridade. Nestes dois documentos, no dizer de Bento XVI, “a fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho” (Porta da Fé), pois a fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15) ” e “A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf.Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30)” (Mensagem da Quaresma).
A Palavra de Deus (Mateus 25 e 1ª Coríntios, 13), o diálogo e a partilha ajudaram a dar profundidade, conteúdos e força a esta manhã de formação. Os participantes manifestaram o seu agrado pela escolha do tema e pela forma como foi apresentado. No final, o senhor Bispo, salientou a necessidade da formação dos animadores e desafiou para que nos próximos encontros (Montes Velhos-Abril e Vale de Água-Maio) haja mais participantes. Além disso, vincou a ideia de que é necessário criar grupos missionários, nas paróquias e na diocese, para animar as comunidades, uma vez que o número de sacerdotes é muito reduzido. Incentivou os presentes a dar maior e melhor testemunho da fé, pelo exemplo de vida e pela vivência da caridade.

“Ide e fazei discípulos”
A vila de Odemira acolheu a Jornada diocesana da Juventude, com o lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Os jovens chegaram de mochila às costas, uns na sexta, dia 22, outros, a maior parte, no sábado, 23. Vieram de muitos lugares da diocese, embora os participantes não chegassem à centena. Pela manhã, na Igreja do Santíssimo Salvador, com a Irmã Natália e outros responsáveis da Pastoral Juvenil, com o P. Francisco e o P. Manuel Pato, começou a animação do dia, com várias dinâmicas que levaram à oração, à contemplação e à reflexão. Posteriormente, dividiram-se em ateliers, com temáticas diferentes e complementares. Da “Fé com arte” ao canto, da ornamentação ao encontro, mesmo debaixo de chuva, foram-se construindo quadros e momentos cheios de beleza.
A concentração para a Procissão de Ramos teve lugar no Jardim dos Baloiços e após a Bênção, percorreu algumas das ruas da vila, mostrou algum do muito trabalho da gente nova. A animação pelo canto, a coreografia, a dança dos continentes ao som da saudação “Evenu shalom aleguén”, transportou a multidão para terras de Israel, para a cidade de Jerusalém. Um belo trabalho, simples, mas cheio de mensagem!
A Eucaristia, presidida pelo Bispo diocesano, foi ponto alto, na vivência deste dia, com actividades diferentes, mas todas elas, orientadas para este momento de celebração da Fé.
A gente nova, animou o canto. Os concelebrantes proclamaram a narração da Paixão. O presidente, na homilia, aprofundou a vivência deste tempo litúrgico, onde a cruz surge como sinal de vida nova, como revelação do Amor de Deus que nos interpela e nos aponta caminho a seguir, na fidelidade, no cuidado com os outros, na disponibilidade para o serviço.
No momento próprio, Frei João António Gonçalves, dos Milicianos de S. Martinho das Amoreiras, foi instituído no ministério de Acólito e Ikechukw Mary G. Okeke, em estágio em Vila Nova de Milfontes, no ministério de Leitor. Uma oportunidade para um apelo ao discernimento vocacional e à identidade missionária da Igreja. A celebração foi digna, festiva e interpelativa. Um dia cheio e em cheio, com ritmo, conteúdo e desafios!
Todos, de todas as idades, receberam e perceberam o lema desta jornada e destes dias de missão “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!”
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

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