segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A família, berço da paz e comunidade evangelizadora


Estamos em tempo natalício, tempo para a família, momento para manter e reforçar laços, iluminados pela Luz daquele que quis nascer numa família, ser acolhido num regaço de mãe e acariciado pelas mãos trabalhadoras de um carpinteiro, seu pai adoptivo. À luz deste quadro terno e exemplar, pode-se descobrir o papel evangelizador da família.

O Sínodo sobre a Família apresentou a missão educativa da família cristã como um verdadeiro ministério, por meio do qual é transmitido e irradiado o Evangelho de modo que a própria vida familiar se torna itinerário de fé e, de algum modo, iniciação cristã e escola do seguimento de Cristo. Na família, consciente deste dom, como escreveu João Paulo II, “todos os membros evangelizam e são evangelizados" (F. C. 39).

Na família "os pais devem ser para os filhos os primeiros anunciadores da fé" (LG.11 e 41); os esposos devem ser "um para o outro e para os filhos testemunhas da fé e do amor de Cristo" (LG. 35); “cooperadores da fé, reciprocamente, em relação aos filhos e a todos os outros familiares" (AA.11).

Um casal cristão está pois investido de uma verdadeira missão evangelizadora: ser para os filhos, uma proposta viva e credível de fé. Preocupar-se-á em que a mensagem cristã lhes chegue com o máximo de autenticidade e compreensão. E a mensagem tornar-se-á mais credível pelo testemunho da sua experiência de fé.



Missão Popular e a Família

Desde logo, a Missão assenta na base familiar ao constituir-se em Assembleias ou Comunidades Familiares. Famílias que abrem as suas portas, que acolhem os vizinhos que, tal como as primeiras comunidades, se reúnem à volta da mesa da Palavra, reflectem e rezam; que abrem a sua “igreja doméstica” e a alargam a outras, para se tornar a comunidade de todos e para todos: crianças, jovens, adultos, homens e mulheres, e se interessa por todos, a começar pelos doentes e sozinhos.

Se na primeira semana há o envolvimento das famílias ao ponto de serem o núcleo da comunidade das comunidades, na segunda semana da Missão, torna-se rainha, na Festa da Família, com a participação activa dos casais em toda a celebração, de modo muito particular na renovação do compromisso matrimonial. Pais e filhos, em uníssono, dão graças a Deus pela família, pelo amor, pelo dom e entrega.

No pós-missão, na continuação dos encontros das assembleias, a família volta a ter destaque, quando os grupos se juntam para reflectir o tema:Família – Igreja doméstica; Como rezas, como vives? Aqui, de movo se fala dos âmbitos da missão evangelizadora da família que passam pelo testemunho em família, pelo compromisso na edificação da Igreja e pelocompromisso no mundo. "As famílias, quer singularmente, quer associadas, podem e devem dedicar-se a múltiplas obras de serviço social especialmente a favor dos pobres e de todas aquelas pessoas e situações que a organização da previdência e assistência públicas não consegue atingir”. (FC.44).



Cultivar a paixão pelo bem comum da família

Com as palavras de Bento XVI, na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz-2013, nas Missões ou fora delas, deve-se ter muito em conta que “os diversos obreiros da paz são chamados a cultivar a paixão pelo bem comum da família e pela justiça social, bem como o empenho por uma válida educação social” e que “ninguém pode ignorar ou subestimar o papel decisivo da família, célula básica da sociedade, dos pontos de vista demográfico, ético, pedagógico, económico e político, pois ela possui uma vocação natural para promover a vida: acompanha as pessoas no seu crescimento e estimula-as a enriquecerem-se entre si através do cuidado recíproco. De modo especial, a família cristã guarda em si o primordial projecto da educação das pessoas segundo a medida do amor divino. A família é um dos sujeitos sociais indispensáveis para a realização duma cultura da paz. É preciso tutelar o direito dos pais e o seu papel primário na educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos moral e religioso. Na família, nascem e crescem os obreiros da paz, os futuros promotores duma cultura da vida e do amor “ (nº 6).

A Sagrada Família fazia parte de um Povo, constantemente em peregrinação, o mesmo é dizer, um povo que se sabe, sempre a caminho: a caminho do Templo e a caminho do seu Deus. Fazem parte de uma caravana, de uma “comunidade de caminho” (synodia). Assim, a exemplo da família de Nazaré, cada um de nós, cada uma das nossas famílias, “num só coração e numa só alma”, devemos cultivar a paixão pela família de modo a que estas se tornem autênticas comunidades evangelizadoras e berço da paz.

P. Agostinho Sousa


domingo, 30 de dezembro de 2012

Abela: Testemunhar a Fé




“O mundo contemporâneo é sensível à relação entre fé e arte. Neste sentido se aconselha a valorização adequada com função catequética do património das obras de arte presentes nos lugares da acção pastoral”.
Em Ano da Fé e à luz de uma das indicações da Congregação para a Doutrina da Fé para a vivência deste acontecimento importante na vida da Igreja, o grupo de catequistas e catequisandos da paróquia da Abela (Nossa Senhora Abella), da unidade pastoral de Santiago do Cacém, assumiu esta forma de dar testemunho da fé.
Desde o início do Advento até à Festa do Baptismo do Senhor, na grande igreja paroquial da Abela, está patente ao público uma exposição com motivos religiosos. Muitos habitantes da freguesia têm visitado esta iniciativa, valorizando, deste modo, o trabalho e o empenho dos seus promotores. Para todos, grandes e pequenos, tornou-se uma catequese viva.

Incarnação, redenção, oração
A exposição, com várias mesas, dá destaque aos mistérios da Incarnação e da Redenção, com muitos presépios e cenas do calvário. Assume uma visibilidade muito grande o tema da oração. Nesta secção, estão expostos mais de duzentos rosários, pertença de uma pessoa da terra. Também é de notar a presença de imagens e medalhas da Virgem Maria, com seus diversos títulos e invocações.
As peças, mesmo não sendo de uma arte muito valiosa, exprimem o amor, a ternura e a presença de Deus, na vida das pessoas e são um sinal que as faz chegar até Deus, através da oração e da contemplação. Muitas dessas peças, encontram-se em pequenos altares”, nas casas das pessoas.
Entre as mesas temáticas há uma com pinturas, trabalhos em cortiça ou em outros materiais, feitos pelas crianças da catequese e alusivas, sobretudo, à quadra natalícia. Estes trabalhos foram colocados à venda e o seu produto destina-se a apoiar a catequese.
A iniciativa, a mobilização, o empenho, a valorização da arte e o testemunho patente na sua beleza e simplicidade, tornaram mais profunda a vivência do Natal e lançaram desafios para novos eventos que ajudem as várias gerações a conhecer e a transmitir a fé em Jesus Cristo, Salvador e Redentor da humanidade.

P. Agostinho Sousa


domingo, 23 de dezembro de 2012

SANTO E FELIZ NATAL!



NOSSA SENHORA DA FÉ

Feliz aquela que acreditou,

pois o que foi lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido”.

(Lc. 1, 45)

Quando a Fé se faz Promessa

No pensamento de Deus,

És Tu, Maria, o poema

Onde rimam “Terra e Céus”…

Muito antes de gerada,

Antes do mundo criado,

Já deus, em Ti, contemplava

A Mãe do Verbo Encarnado.



Quando a Fé se faz Herança,

Promessa de Salvação,

Num povo que vive á espera…

Tua vida de criança

É entregue sem reserva

- Virgem da Apresentação!...



Quando a Fé é Gabriel,

Que veste a terra de esperança,

És templo do Emanuel,

Arca da Nova aliança…

Avé, ó cheia de graça,

Contigo está o Senhor”!

Em cada dia que passa,

A “Graça” se faz maior!...



Quando a Fé é Isabel

- Virgem da Visitação –

Há sinais do Emanuel,

“Saltos” do primo João…

Cânticos de Amor e Graça,

Pela serra da Judeia:

Espírito Santo que lança

Sementes da Nova Era.



Quando a Fé se faz Natal

Numa gruta pobre e fria,

Há melodias no ar

- Universal sinfonia!

Chegaram pastores da serra,

Com cantares de alegria…

Profundo mistério encerra

O silêncio de Maria…



Quando a Fé se faz Paixão,

Num juízo de vingança,

Vens Tu, Mãe/Coração,

Semear a Esperança.

Junto à Cruz, firme, de pé,

Mãe da Dor – Compaixão…

Na raiz da tua Fé,

Há Luz de Ressurreição!...



Quando a Fé é Alegria,

Na Luz do Ressuscitado,

Lá estás, Santa Maria,

No Mundo Novo esperado.

Mulher de Fé, Virgem santa,

Mãe de Caná, vinho Novo…

Contigo a Igreja canta

- Mulher Nova, Mulher/Povo.



Quando a Fé é Pentecostes

- Vento forte e Labareda –

És Rainha dos Apóstolos,

Coração que ama e reza…

Sê também, neste Natal,

Estrela de Fé e Amor

Que guie, no caminhar,

Quantos buscam o Senhor!



Estrela deste Natal,

Virgem Santa de Belém:

Na descrença, sê Farol!

Na solidão, sê a Mãe!

                                         (Poema do P. Manuel Nóbrega, CM)




Um Santo e Feliz Natal para todos!

Um Novo Ano abençoado por Deus!



São os votos dos Missionários Vicentinos de Portugal




quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Pré-Missão em Longomel




A paróquia de Longomel, do Arciprestado e concelho de Ponte de Sor, com 46,19 km² de área e 1 228 habitantes (2011), residentes no Rosmaninhal, Longomel, Escusa, Tom e Vale do Arco, recebeu o anúncio da Missão popular, a qual vai ter lugar de 26 de Maio a 9 de Junho do próximo ano. Esta acção missionária, será um acontecimento forte para as gentes de Longomel, neste Ano da Fé, de Sínodo Diocesano e da celebração do 50º aniversário da sagração da Igreja paroquial.

O anúncio foi feito a 23 de Setembro pelo responsável pelas Missões Populares Vicentinas, P. Agostinho Sousa, nas eucaristias dominicais de Longomel e de Vale do Arco. Para além deste momento, com convite a uma oração mais intensa e a uma preparação profunda a nível pessoal e comunitário, aconteceu a primeira reunião, em Vale do Arco, com a presença de 40 pessoas, representando os diversos centros populacionais desta paróquia. Estiveram presentes o pároco, P. Alberto e o P. Agostinho que procurou explicar o que é a Missão Popular e o caminho a ser feito neste tempo de intensa e cuidada preparação.

Na 2ª reunião, a 2 de Novembro, além da reflexão do tema “Os ministérios no Novo Testamento” e dos aspectos práticos para a Missão, foi lançado um desafio por alguns dos presentes para que se fizesse da data celebrativa dos 50 anos da Igreja um tempo forte de pré-missão, alargada aos vários lugares e montes, ao longo de uma semana. A ideia foi acolhida e aplaudida e passou-se à concretização.


50º Aniversário da Igreja



Do programa elaborado para a celebração das Bodas de Ouro da Igreja Paroquial constava a passagem da Imagem de Nossa Senhora da Oliveira, padroeira de Longomel, pelos lugares do Rosmaninhal, Sete Sobreiras, Escusa, Tom, Vale do Arco, Casas Brancas e Longomel. 

Esta peregrinação começou a 10 de Dezembro e terminou a 16 do mesmo mês. As populações reuniam-se para acolher a Imagem em associações, centros de dia, clubes ou espaços familiares. Acorriam muitas dezenas de pessoas que alindaram as ruas e todos os espaços com flores e outros arranjos. A chegada da imagem era motivo de festa e muitos iam buscá-la, acompanhando o trajecto em cortejo automóvel. Fazia-se um tempo de oração com reflexão e, no final, a comunidade acolhedora, oferecia sempre um chá quente a todos. Naquelas noites geladas, aquele mimo, sabia bem: além de aquecer, proporcionava momentos de convívio.

Ao longo do dia, havia recitação do terço e, mais tarde, a celebração da Eucaristia. Foram muitos (bastantes dezenas) os que se abeiraram do sacramento da reconciliação e alguns deles, do sacramento da unção dos doentes. Outros foram visitados nos seus domicílios. Pelo caminho e nos encontros de rua falava-se da missão que irá acontecer em Maio-Junho. A presença da Imagem da padroeira tinha como primeiro objectivo o encontro com as pessoas dos diversos lugares e, “in loco”, falar das comunidades da missão e no “abrir das portas” para essa acção de evangelização. Ninguém ficou indiferente ou a ignorar o que se passava agora e irá acontecer mais tarde.

No domingo, 16 de Dezembro, a presença do Bispo Diocesano, que presidiu à Eucaristia, foi um momento alto desta pré-missão movimentada e das celebrações dos 50 anos da Igreja de Longomel. A população acorreu, o tempo ajudou e fez-se festa. Uma celebração simples, digna, alegre e desafiante. Nas paredes ficou a lápide que irá perpetuar a data, mas no coração das pessoas ficou a marca de momentos belos e de novos desafios e compromissos: o tempo forte da Missão Popular.

P. Agostinho Sousa

Animadores em reflexão


Animadores em reflexão

Na tarde de 15 de Dezembro, sábado, duas dezenas de Animadores da Tramaga, Vale de Açor, de Ponte de Sor, de Longomel e de Vale do Arco, participaram no 1º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade. Tramaga e Vale de Açor tiveram Missão Popular em 2009. Longomel e Vale do Arco, estão em pré-Missão e preparam-se para o tempo forte da Missão que vai acontecer em Maio-Junho do próximo ano.



O tema, exposto pelo P. Agostinho, versou sobre a Fé e Missão, à luz da Carta “Porta da Fé” de Bento XVI, tendo ainda presente o Sínodo Diocesano, cuja caminhada entrou no segundo ano, em que a temática proposta para os grupos sinodais é “Fé e Evangelização e Vocações na Igreja”.



O tempo chuvoso e as actividades alusivas ao tempo natalício não proporcionaram a participação de um maior número de pessoas quer da zona de Ponte de Sor e de Longomel, quer de Nisa e do Gavião.



Os presentes, além da atenção dispensada na abordagem do tema, manifestaram o seu desejo para que esta iniciativa se repita e haja outros encontros do género. Na partilha, ao longo da exposição, foram realçadas várias ideias, a partir dos textos de João 4 (Samaritana - Ir à Fonte) e de Lucas 24 (Discípulos de Emaús), onde se destacou a caminhada feita até Cristo e a adesão total por parte da mulher e dos discípulos. Depois da adesão, deram testemunho. Foi dado um grande destaque à vivência da fé através da caridade, apoiando-se nas palavras de Bento XVI: «o Ano da Fé será uma ocasião propícia para intensificar o testemunho da caridade» (nº 14), porque «fé e caridade reclamam-se mutuamente» (idem). Perante a constatação de que sempre e hoje a caridade é o rosto mais visível e apaixonante da Igreja. Chegou-se à conclusão que a prática humilde, discreta mas forte do amor fraterno, se tornou num verdadeiro caminho de evangelização.



Foi um bom encontro. Terminou com um pequeno lanche preparado pelo grupo de Vale do Arco que acolheu o encontro. Um novo tempo de reflexão ficou agendado para Junho, aquando da Missão Popular em Longomel.



P. Agostinho Sousa,

Responsável pela Missão Popular Vicentina




terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Comunicação do Superior GERAL DOS PADRES VICENTINOS - Sínodo


Momentos de Presença, Escuta, Serviço e Acção: Chaves para a Nova Evangelização



Comunicação no Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização do Superior Geral da Congregação da Missão (CM)



O documento Instrumentum Laboris para a Nova Evangelização oferece uma verdade central: “Uma semelhante tarefa de anúncio e de proclamação não está reservada apenas a alguns, a poucos eleitos. É um dom oferecido a todo o homem que responde ao chamamento da fé” (IL, 92).



Esta verdade tornou-se clara para mim 30 anos atrás, quando fui chamado para a missão vicentina na República do Panamá. Eles experimentavam uma Igreja viva, uma Igreja que fazia esforços sinceros para trazer os ensinamentos do Concílio Vaticano II para a realidade da vida na América Latina. A formação dos leigos foi realizada através dos esforços de congregações religiosas, do clero diocesano e dos bispos. Ao experimentar a Palavra de Deus viva nas Comunidades Eclesiais de Base, eu testemunhei muitas pessoas simples participando entusiasmadas com a sua fé.


Então eu disse, “Esta é a Igreja do desejo de fazer parte. Esta é a Igreja imaginada pelo Concílio Vaticano II.” Tive o privilégio de trabalhar por mais de duas décadas nesta parte do mundo. Trabalhar colegialmente com os bispos, o clero diocesano, homens e mulheres religiosos e leigos para alcançar um bem comum no serviço da Igreja e do mundo, não foi apenas uma promessa, mas também o dom do Concílio Vaticano II para mim. A Igreja na América Latina continua inculturação do Evangelho, como visto nos seus documentos de Medellín até Aparecida, o mais recente e frequentemente mais citado documento neste Sínodo. Esse tempo deu-me energia e vida como missionário de uma congregação religiosa e, agora, como seu Superior Geral.


Para proclamar o dom da fé e fortalecer a renovação da Igreja, há três momentos de encontro e dois caminhos críticos para a nova evangelização.



- Um momento de presença

A presença tem duas dimensões: a primeira é a presença que chamamos Deus e outra é a presença que encontramos quando nos abrimos aos outros. Aqueles que Deus coloca no nosso caminho revelam a pessoa de Jesus Cristo, especialmente os pobres, marginalizados e abandonados. Na presença de Deus, temos a força para estar presente a todos os membros do Corpo de Cristo de uma maneira corajosa e profética.


- Um momento de escuta

Escutar também tem dois momentos contemplativos: um interior e outro exterior. O tempo interior é dado à Palavra de Deus, à Eucaristia, à oração da Igreja e à experiência do pobre. Neste “espaço interior” de nossa alma, nós permitimos a pessoa de Jesus entrar no silêncio dos nossos corações para se juntar a nós na nossa jornada diária. Isto leva a espaços de relacionamento mais profundo com o mundo e com os outros. Antes de ensinar e pregar, devemos escutar.


- Um momento de serviço

A presença e a escuta permitem que a graça de Deus nos guie para o serviço. A Nova Evangelização nos chama e nos une com um elemento indelével de nossa fé: o amor de Deus e o serviço ao próximo. “Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (João 13, 34). O serviço em nome de Jesus é de acção e defesa, não só em nome do pobre, mas também com o pobre. No cadinho do serviço, a Igreja encontra a sua verdadeira identidade e salvação.


- Um caminho para o serviço através da virtude

Nós evangelizamos quando entramos no mundo dos pobres e crescemos nas virtudes da humildade, simplicidade, caridade e justiça. Este é o coração da nossa herança Vicentina. A opção preferencial pelos pobres é a chave para a nova evangelização. Na experiência da comunidade, nós tornamos visível e credível a pessoa de Jesus, a promoção de uma civilização do amor. Ao viver essas virtudes, aproximamo-nos de Deus, uns dos outros e dos pobres, nossos senhores e mestres.


- Um caminho para a acção

Com o amor a Deus e aos pobres, que representam o seu Filho Jesus, podemos produzir bons na nova evangelização revitalizando as missões populares. Colaborar com os religiosos, clérigos e leigos, evangelizar com a nossa presença, ouvindo e servindo no estilo de Jesus Cristo, o primeiro evangelizador. Seguindo os caminhos da virtude, da ação e da defesa, não apenas pregamos e ensinamos a Boa Nova, mas nos tornamos uma Boa Notícia para o mundo. As palavras de Jesus ao jovem curado também serão verdade para nós: “Vai para casa e diz à tua família o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.” (Marcos 5, 19)


Humildemente, confio estes pensamentos e os nossos esforços neste Sínodo a Jesus Cristo, evangelizador dos pobres e a Maria, sua Mãe, Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.





G. Gregory Gay, Superior Geral da CM
Roma, Outubro 2012


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Oração para este tempo de Advento!



Caminhamos para o Presépio, para o nosso Belém

"Visite-nos, Senhor, a Tua alegria.
Seja ela o dom que sustém esta hora da nossa vida.

Tenha o poder de reedificar, em nós, o caído,
de aclarar a tenda que a noite atribulou,
de unir aquilo que a pressa ou o cansaço interromperam.
Seja ela o sinal da leveza com que nos vês,
a carícia que nos estendes no tempo,
o assobio do Pastor que inaugura as tréguas.

Dá-nos Senhor, neste tempo,
a alegria como alento revitalizador:
inscreva ela em nós o sabor da vida abundante e multiplicada;
perfume cada um dos nossos gestos;
traga às nossas palavras a luz daquela estrela
que o Teu Nascimento para sempre acendeu.

Que o Teu Nascimento inspire cada um dos nossos renascimentos
Que a Tua presença, nos ensine o que significa tornar-se presente
E o dom que fazes de Ti, nos ajude a tecer a vida
como quem entretece uma história de amor."
José Tolentino Mendonça

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A semente foi lançada à terra






A Missão no Cavaleiro e na Fataca (S. Teotónio) está a acontecer. Desde o dia 24 de Novembro, estas duas pequenas povoações estão a viver uma experiência muito importante: um tempo forte de evangelização. Nas Assembleias familiares ou no encontro com as pessoas nos montes dispersos, os missionários locais (pároco, diácono, comunidade religiosa espiritana e um punhado de leigos) levam a Palavra de Deus que é acolhida com alegria e entusiasmo.



As comunidades – Semente, Vida e Luz, Santa Teresinha do Menino Jesus (no Cavaleiro) e Senhora do Monte e Senhora de Fátima (na Fataca) – fizeram a sua caminhada ao longo de toda a última semana e, nas celebrações do 1º Domingo do Advento, fizeram a partilha das suas vivências, reflexões e decisões. Em comunidade de comunidades, com cartazes e sinais identificativos e mensagens significativas, deram o seu testemunho e mostraram o percurso feito.



Na Fataca, a escola encheu-se. Também na Fataca se fez uma procissão em honra de Nossa Senhora (a chuva não permitiu que tivesse sido feita, no início desta acção missionária). As pessoas, com flores em suas mãos, cantaram os louvores de Maria e, no final, depuseram-nas no andor da Senhora. Foi mais um momento marcante e importante para toda esta gente que vive longe do centro da vila de S. Teotónio e que dificilmente pode participar nas celebrações da comunidade paroquial.



Já se vive a segunda semana da Missão. As celebrações temáticas estão a acontecer. O pároco, P. Abílio e o Diácono José Inácio presidem, à vez, num e noutro lugar, sendo acompanhados pelos missionários destacados para cada uma das aldeias.



“A semente foi lançada à terra e deu muito fruto” é uma frase do Evangelho e podia ser lida num dos cartazes de uma comunidade. Que o Senhor da messe faça crescer a semente da Palavra no coração de todos os habitantes da Fataca e do Cavaleiro e que ela dê fruto abundante; Que a Palavra, como o farol do Cabo Sardão, seja Luz para todos e aponte novos caminhos de Vida; Que Santa Teresinha, padroeira das Missões, com o seu amor a Cristo e à Igreja, ampare todos aqueles que se dispuseram a deixar-se tocar pela força do Evangelho.



P. Agostinho Sousa, CDM/Beja




Foros de Salvaterra - 2º Encontro de Formação para Animadores



Foros de Salvaterra - 
2º Encontro de Formação para Animadores


Na tarde do 1º Domingo do Advento, dia 2 de Dezembro, na Igreja dos Foros de Salvaterra (Diocese de Santarém), decorreu o 2º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade. Estiveram presentes animadores de Foros das Salvaterra e Várzea Fresca, da Glória do Ribatejo e ainda duas Colaboradoras da Missão, vindas da paróquia de S. Tomás de Aquino-Lisboa.

O tema “Paróquia e Missão”, foi apresentado pelo P. Nélio Pita, CM, que veio de Lisboa. Com linguagem simples e interpelativa, conduziu a reflexão, ajudou os presentes a tomar consciência da realidade que vivemos e dos desafios que nos são colocados para uma vivência da fé cristã.

A partir das conclusões e resultados do estudo da UCP realizado no nosso país sobre a vivência cristã da religião católica e descendo à realidade da diocese de Santarém, o conferencista levou o grupo a ver a situação presente e a necessidade de um acção empenhada de todos, a começar pelos leigos. Com exemplos da sua vida de pároco e descendo a casos concretos, o padre Nélio apontou caminhos e linhas de acção. Desde a definição primeira de paróquia (uma realidade bem diferente da actual = ‘a casa de quem é peregrino’) até à vocação e identidade evangelizadora da Igreja, passando pelos modelos de Igreja (Igreja piramidal - hierarquia, antes da concílio Vaticano II; e Igreja - Povo de Deus e de comunhão, depois do concílio), chegou-se à paróquia missionária e a uma visão da pastoral da missão.

Como desafios foram apontados a vivência da corresponsabilidade, da comunhão na comunidade, a qual deve ser inclusiva e participativa. Esta forma de ser Igreja tem de ser apoiada por uma paciência e um olhar novo a respeito dos outros, assumindo as atitudes de Jesus: “fazer como Ele fez” e ensinou.

Não sendo um grupo grande, foi um grupo interessado. No início e no final do encontro fez-se um tempo de oração. Para continuar a formação - um dos rumos sugeridos pelo P. Nélio - haverá novos encontros em 2 de Fevereiro, no Granho e em 2 de Março, na Glória do Ribatejo, os quais são uma oferta para todos. Ambos os encontros serão orientados pelo P. Manuel Nóbrega.

P. Agostinho Sousa, CM