terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nova Evangelização e Missão hoje




O 7º Encontro de Formação para animadores da comunidade e outros agentes de pastoral paroquial, acontecerá na Vila de Mértola (EB1 de Mértola - Escola Primária que fica no Rossio do Carmo, na zona do Tribunal), no sábado, dia 9 de Fevereiro, das 10h30 às 16h00. “Nova Evangelização e Missão, hoje” será o tema apresentado pelo provincial dos Padres Espiritanos, P. Tony Neves. A sua experiência missionária e as conclusões do último Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão da Fé estarão na base da reflexão e dinâmicas que preencherão este dia de encontro, de estudo e de linhas de força para a dinamização missionária da diocese e das suas comunidades.
É promovido pelo Centro Diocesano Missionário, pelas paróquias de Mértola e pelo Arciprestado de Almodôvar. Destina-se aos Animadores e Responsáveis da Missão Popular que aconteceu ou vai acontecer nos 6 Arciprestados da Diocese de Beja, os Animadores da Comunidade (catequistas, leitores, responsáveis de grupos e movimentos, e a todos aqueles que se sentem missionários e disponíveis para a Missão.
A 13ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticanode 7 a 28 de Outubro último, onde estiveram presentes D. Manuel Clemente, Bispo do Porto e D. António Couro, Bispo de Lamego, apresentou ao Povo de Deus, uma mensagem final, com catorze pontos, todos eles muito importantes e que, em tempo de Sínodo diocesano, ajudarão a compreender melhor este tempo forte na vida da Diocese, neste momento cheio de dificuldades e de horizontes sombrios mas também rico de desafios e de esperanças.

“A Fonte da aldeia”
Nesta mensagem, quando se fala da comunidade eclesial e muitos agentes de evangelização, poderemos descobrir que É o trabalho das comunidades eclesiais como tal, onde se tem acesso a todos os meios para encontrar Jesus: a Palavra, os sacramentos, a comunhão fraterna, serviço da caridade, da missão. Nesta perspectiva, o papel da paróquia surge acima de tudo como a presença da Igreja, onde homens e mulheres vivem “a fonte da aldeia”, como João XXIII gostava de chamá-lo, a partir do qual todos podem beber, encontrando nela o frescor da o Evangelho. Ela não pode ser abandonada, mesmo que as mudanças podem exigir que seja feita de pequenas comunidades cristãs ou para criar vínculos de colaboração dentro de contextos maiores pastorais. Exortamos nossas paróquias para se juntar às novas formas de missão exigidas pela nova evangelização para o cuidado pastoral tradicional do povo de Deus.” (nº 8)
No mesmo número, os Bispos agradecem ao inúmero grupo de agentes de pastoral, mas desafia a uma corresponsabilidade e comunhão que se descobre com a formação e disponibilidade interior para se ser enviado, e uma vez enviado, ser testemunha credível: “Ao lado dos sacerdotes, a presença de diáconos é de ser mantida, assim como a acção pastoral dos catequistas e de muitos outros ministros e animadores nos campos da proclamação, da catequese, da vida litúrgica, e do serviço de caridade. Devem ser promovidas também as diversas formas de participação e corresponsabilidade dos fiéis. Nós não podemos agradecer o suficiente aos homens e mulheres leigos, pela sua dedicação nos diversos serviços nas suas comunidades. Pedimos a todos eles, também, para colocar a sua presença e seu serviço na Igreja, na perspectiva da nova evangelização, tendo o cuidado na sua formação humana e cristã, na sua compreensão da fé e na sua sensibilidade a fenómenos culturais contemporâneos. Testemunhar o Evangelho não é privilégio de um ou de poucos. Nós reconhecemos com alegria a presença de muitos homens e mulheres que com as suas vidas se tornam um sinal do Evangelho no meio do mundo”.

OMP e Formação
As Obras Missionárias Pontifícias (OMP) promovem no dia 11 de Fevereiro, em Fátima, na casa de Nossa Senhora das Dores, mais uma reunião com todos os Directores diocesanos das Missões para uma avaliação da Jornada Missionária Nacional (Setembro), da dinamização do Dia Mundial das Missões (Outubro) e do Dia da Infância Missionária (Janeiro). Além da avaliação, haverá tempo para perspectivar acções futuras, entre as quais a possibilidade de uma Peregrinação da Missão, onde todos os institutos missionários e grupos associados, dioceses e paróquias, movimentos e voluntários possam participar.
No dia seguinte, da parte da manhã, no mesmo local e a começar às 09h00 haverá um Encontro de Formação para os directores e para leigos e religiosos/as que, nas dioceses ou nas paróquias dedicam o seu tempo e trabalho à Missão. “A Igreja local e a missão ad gentes” abre este tempo de reflexão e será apresenta D. António Couto, presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização. O segundo tema “O papel dos directores diocesanos na animação missionária da diocese e como formar um grupo missionário na diocese e na paróquia” será trabalhado pelo P. Anastásio Gil, Director nacional das Missões, em Espanha. Será celebrada Eucaristia às 12h00 à qual se seguirá o almoço.
Este encontro vem na sequência do que é dito na Carta dos nossos Bispos “Para um rosto missionário da Igreja em Portugal – Como Eu fiz, fazei vós também”: “Para se dar à animação e cooperação missionária o lugar a que têm direito, torna-se necessário fazer surgir também na Igreja portuguesa Centros Missionários Diocesanos (CMD) e Grupos Missionários Paroquiais (GMP), laboratórios missionários, células paroquiais de evangelização, que, em consonância com as OMP e os Centros de animação missionária dos Institutos Missionários, possam fazer com que a missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral e da vida cristã”. (nº 20)
Neste encontro podem participar os membros dos secretariados das Missões e outras pessoas que, nas paróquias ou movimentos, se dedicam à Missão. Além do Centro Diocesano Missionário, na nossa diocese, há algumas paróquias que já estão a trabalhar na dinamização missionária, como por exemplo, S. Teotónio, Mértola, Santiago do Cacém.
Alguém que queira e possa ir até Fátima e participar neste encontro deverá comunicar para a residência paroquial de Santiago do Cacém (269 822 484). A formação, a todos os níveis é essencial e, no campo da Missão, há muito caminho a percorrer. Por isso, este encontro a nível nacional ou os encontros diocesanos são propostas concretas que devem merecer a nossa atenção e adesão para darmos à Igreja um rosto missionário.
P. Agostinho Sousa/CDMBeja

sábado, 26 de janeiro de 2013

Encontro da CEVIM – Transmissão da Fé (3)



Encontro de família ao encontro da cultura

Piacenza não seria uma cidade muito importante e com história se não tivesse o Colégio Alberoni. Além de ser um edifício monumental, sóbrio e antigo, é um centro de cultura e de história. Aqui funciona o Seminário Maior da diocese e da Província de Turim; outros seminaristas de outras nações fazem o seu caminho teológico nesta casa. Não é um Seminário vicentino mas, desde o seu início, foi entregue pelo seu fundador Cardeal Alberoni aos Padres da Missão para assumirem a orientação desta casa. É o que continuam a fazer, procurando manter a matriz e identidade deixadas pelo Cardeal, mas não esquecendo a marca vicentina.

O encontro de pessoas, nos longos corredores e no enorme refeitório, ajudava a entender a diversidade de pessoas, de línguas e de experiências. Havia troca de informação a nível pessoal, de trabalho e de objectivos. Mesmo diferentes, todos se entendiam e faziam esforço por se compreender mutuamente. Ganha-se sempre quando se partilha e nos abrimos a novos horizontes e a outros ambientes.
No tocante à cultura este encontro também foi muito rico. Numa só casa, pudemos ter lições de arte e de história. Além da muita e preciosa documentação contida na pasta de cada participante, foram-nos proporcionadas várias visitas guiadas: ao Museu das Ciências (Centro Astronómico e Meteorológico, secções de geologia e zoologia), à Sala dos Tapetes (grandes e diversas tapeçarias, com motivos muito diversificados), à Galeria Alberoni (com imagens lindíssimas), ao apartamento do Cardeal (com centenas de pinturas, sendo a mais rica e célebre a do “Ecce Homo”), à Biblioteca (com milhares e milhares de volumes das mais diferentes áreas do saber), não faltando um concerto com a pianista Sabrina Lanzi, interpretando os melhores compositores. Para culminar, na manhã do dia de regresso, fomos brindados com a visita à magnífica catedral de Milão: uma lição de arte, um hino de louvor, um tesouro a guardar.
Este Encontro da CEVIM foi uma bela experiência de oração, de reflexão, de partilha, de cultura. Não faltaram momentos de convívio e motivos de conversa. Até a neve, branca e fria, que se fez convidada e se mostrou nestes dias, ajudou a criar ambiente sereno e simples, onde todos nos sentimos uma família.

P. Agostinho Sousa, CM


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

25 de Janeiro: Nasce uma Congregação enviada a evangelizar os pobres



A 24 de Abril de 1581 na aldeia de Pouy, Dax - França, nascia Vicente de Paulo. Faleceu a 27 de Setembro de 1660, em Paris, sendo canonizado em 16 de Junho de 1737. Em 1885, o Papa Leão XIII declarou-o patrono de todas as obras de caridade.

Os santos, ainda em vida e, sobretudo depois da sua morte, são para o mundo, ao longo dos séculos, testemunhas da presença de Deus que ama e da Sua acção salvadora. Celebrá-los ou fazer memória de acontecimentos-chave nas suas vidas são preciosas oportunidades para meditar nas maravilhas de um Deus de ternura e de misericórdia por meio de alguém que a Ele se entregou sem reserva através dos compromissos irrevogáveis do sacerdócio.

Para a Congregação da Missão (Padres Vicentinos), celebrar o dia 25 de Janeiro, dia da sua fundação, remete-nos para o sermão histórico de Folleville (25 de Janeiro de 1617) que deu início à obra das Missões e tornou-se o segredo revelado para o início da própria Congregação. A coincidência com a celebração da festa da conversão de S. Paulo, apóstolo dos gentios, é estímulo (“Para mim viver é Cristo!”), desafio (“Ai de mim se eu não evangelizar!”) e compromisso (“O amor de Cristo nos impele!”).



Itinerário espiritual

A vocação deste genial iniciador da acção caritativa e social ilumina ainda hoje a estrada dos seus filhos e filhas, dos leigos que vivem do seu espírito, dos jovens que buscam a chave de uma existência útil e radicalmente consumida no dom de si. É fascinante o itinerário espiritual de São Vicente de Paulo. Depois da ordenação sacerdotal e da estranha aventura de escravidão em Túnis, dá-nos a impressão que ele volta as costas ao mundo dos pobres, rumando para Paris na expectativa de adquirir um benefício eclesiástico. Conseguiu colocar-se ao serviço da rainha Margarida. Tal posto fê-lo aproximar-se da miséria humana, especialmente no novo Hospital da Caridade. São os desígnios da Providência.

Transitando continuamente com a grande, rica e célebre Família dos Gondi pelos seus castelos e propriedades do interior, Vicente de Paulo descobriu a terrível realidade da miséria material e espiritual do "pobre povo do campo". Num domingo de Agosto de 1617, foi chamado para atender a uma família, cujos membros estavam todos doentes. Ele assume a organização da generosidade dos vizinhos e das pessoas de boa vontade: era o nascimento da primeira "Caridade" que ia servir de modelo a tantas outras. E, daquele momento até ao último suspiro, não o abandonaria mais a convicção de que o serviço dos pobres era a sua vida. Este resumo do "itinerário interior" do padre Vicente nos primeiros anos de sacerdócio mostra-nos um presbítero extremamente atento aos problemas do seu tempo, deixando-se guiar pelos acontecimentos ou, antes, pela Providência divina, sem jamais se lhe antecipar, sem "lhe passar por cima", como gostava de dizer.



Missões Populares

Para melhor servir os pobres, Vicente decidiu "reunir um grupo de padres que, livres de quaisquer compromissos, se aplicassem inteiramente, sob a orientação dos Bispos, à salvação do pobre povo do campo, por meio da pregação, da catequese, das confissões gerais, sem disso auferir retribuição alguma, qualquer que fosse a sua natureza ou modalidade". Este grupo sacerdotal cresceu rapidamente e implantou-se em cerca de quinze dioceses para missões paroquiais e a fundação das "Caridades". A Congregação da Missão depressa se estende até à Itália, à Irlanda, à Polónia, à Argélia, a Madagáscar. Vicente não cessa de inculcar nos seus companheiros "o espírito de Nosso Senhor", que ele compendia nas cinco virtudes fundamentais: a simplicidade, a mansidão, a humildade, a mortificação e o zelo. As exortações por ele dirigidas aos que partiam para pregar o Evangelho eram cheias de sabedoria espiritual e de realismo pastoral: trata-se, não de se fazer amar, e sim, de fazer amar Jesus Cristo. Num tempo de tantos pregadores de complicados sermões, com citações em grego e latim, ele exigia, em nome do Evangelho, a simplicidade e uma linguagem convincente.



Seminários e retiros

No decorrer das missões, tornou-se evidente que os frutos de tal método de evangelização dependiam da permanência de padres instruídos e zelosos nas paróquias missionadas. Assim, bem cedo, os "padres da missão" começaram a dar à formação sacerdotal a atenção que davam às missões, fundando, para isso, seminários em conformidade com os urgentes apelos do Concílio de Trento.

O primeiro retiro de ordinandos, animado pelo próprio São Vicente, em 1628, a pedido do Bispo de Beauvais, foi o ponto de partida, não apenas dos "exercícios preparatórios" à ordenação, mas também da formação permanente do clero, graças às "Conferências das terças-feiras" para os Eclesiásticos, em São Lázaro. A este clero de Paris e do interior, Vicente de Paulo comunicou o espírito evangélico e ardor missionários, orientando-o para a exigência da fraternidade sacerdotal e da ajuda mútua no serviço dos pobres, sob filial dependência dos Bispos. "Como revelar ao mundo o amor de Deus, gostava de repetir, se os mensageiros deste amor não se unem entre si?". Não seria, para todos os padres de hoje, um convite de São Vicente a viverem o sacerdócio em equipas fraternas, indissoluvelmente orantes e apostólicas; a um só tempo, abertas à colaboração com os leigos e penetradas do sentido do sacerdócio ministerial que vem de Cristo para o serviço das comunidades cristãs?



Filhas da Caridade e “Caridades”

Outro aspecto do dinamismo e do realismo de Vicente de Paulo foi dotar as "Caridades", já numerosas, de uma estrutura de unidade e eficiência. Luísa de Marillac, foi enviada para visitar e estimular as "Caridades". Cumpriu maravilhosamente a missão, cujos ecos contribuíram muito para que várias "boas moças do campo" que colaboravam com as "Caridades", se decidissem a seguir-lhe o exemplo de oblação total a Deus e aos pobres. A 29 de Novembro de 1633, nascia a Companhia das Filhas da Caridade, recebendo de Vicente de Paulo um regulamento original e exigente: "Tereis por mosteiros a sala dos doentes; por cela, um quarto de aluguer; como capela, a igreja paroquial; como claustro, as ruas da cidade; como clausura, a obediência; como grade, o temor de Deus; como véu, a santa modéstia". O espírito da Companhia foi assim resumido: "Deveis fazer o que o Filho de Deus fez na terra; a estes pobres doentes, deveis dar a vida do corpo e a vida da alma".



Nos dias de hoje

Este olhar contemplativo sobre a epopeia vicentina, levar-nos-ia facilmente a dizer que São Vicente de Paulo é um santo moderno. Sem dúvida, se ele aparecesse hoje, não teria o mesmo campo de acção. Foram superadas muitas doenças que ele ensinou a curar. Entretanto, ele encontraria infalivelmente, o caminho dos pobres, dos novos pobres, nas concentrações urbanas do nosso tempo, como outrora nos campos, bem como os desempregados e outras vítimas do sistema materialista em que vivemos.

Imagine-se o que este arauto da misericórdia e da ternura de Deus seria capaz de empreender, utilizando com sabedoria, todos os meios modernos à nossa disposição! Numa palavra, a sua vida assemelhar-se-ia ao que sempre foi: um evangelho generosamente aberto, com o mesmo cortejo de pobres, de doentes, de pecadores, de crianças infelizes e, também, de homens e mulheres a dedicarem-se, generosamente, ao amor e ao serviço dos pobres. Todos, famintos de verdade e de amor, tanto quanto de alimento material e de cuidados corporais! Todos, a escutar Cristo que continua a dizer-lhes: "Vinde e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração!" (Mt 11, 29).

A Congregação da Missão e as Províncias que a compõem, ao longo dos tempos, procura identificar-se com o fundador e o seu carisma e, na última Assembleia, trataram o tema “Fidelidade criativa para a Missão”. Nesse sentido, está trabalhar na sua reconfiguração e no modo como levar por diante a missão que lhe está confiada.

Nesta última semana, mais concretamente de 16 a 19, em Piacenza-Itália, houve um Encontro de formação a nível europeu, subordinado ao tema: “Transmissão da Fé”. Neste tempo forte em que participei com outro sacerdote vicentino, foram trabalhados vários sub-temas, tais como: “A missão na Europa”, “A formação do Clero”, “O diálogo inter-religioso”, “A Igreja transmite a fé da qual ela vive”, “O diálogo ecuménico-litúrgico entre católicos e ortodoxos”, “A caridade” e “A Missões Populares”. Foram momentos ricos e intensos de partilha e de abertura, de testemunhos e de desafios.

Atentos aos sinais dos tempos e à realidade onde estamos inseridos sejamos bons discípulos de Vicente de Paulo, apoiados em dois dos seus pensamentos mais conhecidos - “Dai-me um homem de oração e ele será capaz de tudo!” e “O amor é inventivo até ao infinito!”

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Começa a Missão Popular no Granho



Granho, aldeia do Ribatejo, é a freguesia mais recente do concelho de Salvaterra de Magos. Está situada na margem esquerda do rio Tejo e dista 24 Km de Salvaterra de Magos e 33 Km de Santarém. Esta freguesia tem, actualmente, cerca de 850 habitantes. Pertence à Diocese de Santarém e os padres vicentinos de Salvaterra de Magos sucederam ao P. José Diogo e, a partir de 1992, são responsáveis pela animação espiritual e religiosa desta comunidade.

Esta freguesia, embora bem servida de estabelecimentos comerciais, que a abastecem de tudo o que é necessário à sua existência, ocupa-se essencialmente das actividades agrícolas, assumindo a orizicultura um papel principal. Quem não trabalha fora da terra, numa fábrica, escritório, comércio ou outra actividade, é na agricultura local que tem de ganhar o pão de cada dia, visto na sua área geográfica não existirem fábricas ou empresas comerciais que facultem postos de trabalho aos seus habitantes.

História
A história do Granho é a história dos habitantes que lá nasceram, trabalharam, morreram. O povo do Granho construiu a sua história com muito esforço e luta, desbravou matos, arroteou terras, cultivou as nesgas de terra arável e explorou o rio.
O nome de Granho tem origens remotas que se desconhecem. A terra pertenceu durante séculos à Casa Cadaval e à freguesia de Muge, da qual fez parte até 1988, data em que passou a ser freguesia independente. O Granho surgiu com pessoas vindas de Muge e das aldeias vizinhas. Os restantes habitantes eram do Norte, de origem Beirã mais conhecidos por “Caramelos e Barrões”. Não existiam estradas e os habitantes caminhavam por carreiros ou trilhos por onde passavam os animais e as rodas dos carros de bois.

Rancho Folclórico
Estávamos em pleno ano de 1962 quando, após as marchas populares, um grupo de amigos decidiu formar o Rancho Folclórico do Granho. A ideia era continuar com o convívio e a alegria vividos nos festejos da terra. Como forma de simbolizar a alegria e o ambiente de festa vivido, vestiu-se nas raparigas o seu traje mais rico, que normalmente era usado em dias de festa ou em ocasiões especiais. Em relação aos rapazes, optou-se por lhes vestir o fato de gala do campino da Casa Cadaval.

Embora fundado em 1962, o Rancho Folclórico do Granho começou por ter um funcionamento mais sério e frequente a partir de 1974, quando o rancho começou por efectuar trabalhos de pesquisa junto da população mais idosa, e então mais sábia. O objectivo era reunir o máximo de informação possível para elaborar em reportório de canções, danças e costumes que fossem um retrato perfeito dos antepassados da região.

Sempre com a preocupação de transmitir os usos e costumes do seu povo a quem assiste às suas actuações, o rancho desde sempre deu uma forte importância aos adereços utilizados pelos seus membros. Todos os trajes deste grupo são uma cópia fiel do que era usado em tempos remotos.

Igreja - A “menina dos olhos” do Granho
As tradicionais paredes brancas como cal do exterior da igreja do Granho, como qualquer outro templo religioso, escondem por dentro uma decoração fora do comum. De azul e rosa suaves foram pintadas as paredes e o tecto na nave da igreja do Granho, paróquia desde 1995. A iniciativa surgiu 36 anos após a construção da igreja, quando a cobertura já não tinha condições. A remodelação concluiu-se em 29 de Janeiro de 2006. Durante 40 dias, em jornadas diárias até às duas da madrugada, foram pintadas à mão as paredes e tecto da igreja, a cargo de dois especialistas, um ucraniano e um chinês.
 
Dois grandes candeeiros destacam-se suspensos do tecto. O altar feito de mármore, bem como o ambão e a pia baptismal, formam um conjunto quase sumptuoso.
A antecâmara de entrada no templo é toda feita em vidro. Os bancos são novos em folha. Há ainda anexos que servem de aposentos para o pároco e uma sala para a catequese. No dia da re-inauguração da “nova” igreja, em 29 de Janeiro de 2006, o bispo de Santarém, D. Manuel Pelino Domingues, apadrinhou o acto, 11 anos após ser paróquia.
2ª Missão Popular
A Missão no Granho começou no domingo, dia 20 de Janeiro e terminará a 3 de Fevereiro. Não é a primeira vez que há Missão na terra. Começando a 15 de Janeiro de 1995 e terminou a 29, aconteceu um tempo forte de Missão que culminou com a celebração presidida por D. António Francisco Marques que deu a ler o Decreto de elevação do Granho a paróquia, tendo descerrado a lápide comemorativa desse acontecimento.
A Missão que agora começa teve o 1º anúncio a 8 de Julho e foi preparada ao longo dos meses com reuniões e encontros. Estão previstas 6 comunidades. Começou com a procissão em honra de Nossa Senhora de Fátima, padroeira, e com a Eucaristia do Envio, presidida pelo Bispo diocesano, D. Manuel Pelino.
A equipa missionária é formada pelo P. Agostinho, pela Irmã Lucinda e pela Henriqueta. Também acompanhará a Missão a Adelaide, de Tomar, que se quer dedicar ao trabalho missionário.
“Vinde Espírito Santo!”, é oração do povo, é certeza de que precisamos d’Ele para este trabalho. “Pedi ao Senhor da Messe!”, é apelo feito a todos para implorar a força divina e a protecção da Estrela da Evangelização.

P. Agostinho Sousa, CM

domingo, 20 de janeiro de 2013

P. João Sevivas deixou a sua missão entre nós e partiu para a casa do Pai!



O Pe. João dos Reis Sevivas, nasceu em Bustelo, Chaves, a 17 de Junho de 1936. O mais velho dos dez filhos que o Senhor da Vida concedeu a Francisco Sevivas e Maria Rosa dos Reis. Completada a instrução primária (1º ciclo) ingressou, em 1947, no Seminário de São José (Felgueiras), para fazer o 2º e 3º ciclo. Em 1954 foi para o Seminário de Sta. Teresinha, Pombeiro (FLG), onde completou toda a formação filosófica e teológica, concluída em 1961. Entre 1952-1954 frequentou o Seminário Interno (Noviciado), em Limpias (Espanha) e Pombeiro, onde viria a emitir votos perpétuos a 27 de Setembro de 1957. Em Pombeiro, ainda, recebeu as ordens menores e foi ordenado sacerdote a 23 de Julho de 1961.
Ao longo destes mais de 50 anos de sacerdócio exerceu vários serviços missionários na Igreja em Portugal e na PPCM: Professor, Director e Responsável da formação inicial, bem como, Director do Seminário Interno (Noviciado); Superior e Ecónomo, bem como, em dois períodos, Conselheiro Provincial; pároco em Pombeiro, Almodôvar, S. Tomás de Aquino (Lisboa) e Salvaterra de Magos, onde esteve até ao verão de 2011. Por motivos de doença, em Setembro desse ano veio para a Comunidade do Amial (Porto), onde colaborou, quanto a saúde lhe permitiu, nos vários ministérios da comunidade.
Nos últimos meses esteve na Maia, em casa da família, onde foi tratado e estimado, por todos, com um carinho inigualável e onde veio a falecer a 18 de Janeiro 2013. O seu carácter firme (como ele gostava de dizer, com orgulho: “transmontano”), a profunda sensibilidade poética e aceitação humana para com todos, foi verdadeiramente notada e notável. Continuará, por isso, a ser um “mestre” para quantos o estimam.
(Do livrinho do ofício da missa exequial do Padre Sevivas)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Encontro da CEVIM – Transmissão da Fé (2)


Missão Popular em dois tempos

Coube ao P. Nélio Pita (Portugal) o primeiro tempo sobre a “Missão Popular”. O relógio e os organizadores pregaram uma partida ao P. Nélio: foi-lhe reduzido para metade o tempo que lhe tinha sido indicado para a exposição que lhe foi solicitada. Passo a passo, seguindo o percurso de Vicente de Paulo, com calma e saber, o P. Nélio apresentou o tema em questão.
As novas tecnologias ajudaram a fazer o caminho desta comunicação: Além da introdução ao tema, o contexto do grande século foi objecto de referência para se entender a pessoa de Vicente de Paulo e o surgir das Missões, entre os anos 1618-1625. Neste ponto foram tocados dois aspectos: Folleville e a descoberta das Missões e a passagem de um projecto pessoal a um projecto institucional, tal como se referiu o próprio Vicente de Paulo ao afirmar: “Que dita a nossa, os missionários, poder demonstrar que o Espírito Santo guia a sua Igreja, trabalhando como trabalhamos para a formação e santificação dos pobres” (XI, p. 729). Um dos momentos chave para a Missão foi o contrato de Fundação, em 1625, sobre o qual o Santo fundador diz. “…Indo de aldeia em aldeia, pregando, exortando, ensinando em público e em privado os mistérios da fé necessários à salvação, que a maioria ignora por completo, dispondo os fiéis a fazer uma confissão geral” (I, 122).




Sobre as Missões e o modo de as fazer foram realçadas três áreas importantes: a pregação, a catequese e os sacramentos, de modo particular, a confissão, a qual também produzia efeitos sociais (manifestação de conversão, reconciliação, restituição, contenção e resolução de conflitos). A caridade, acompanhava sempre a pregação pois era necessário “…Honrar o amor que Nosso Senhor tem aos pobres” através da assistência espiritual e corporal”, como sempre dizia o Santo aos missionários.
Em jeito de conclusão, mas também de reflexão e provocação, o P. Nélio, partindo deste pensamento de Vicente de Paulo “… não há na Igreja de Deus uma companhia que tenha como tesouro próprio os pobres e que se entregue por completo aos pobres para não pregar nunca nas grandes cidades; é a isto a que os missionários fazem profissão: a sua especialidade é dedicar-se, como Jesus Cristo, aos pobres. Por tanto, a nossa vocação é uma continuação da Sua…” deixou em aberto a questão: Que Missão? Como qualquer organismo vivo, a comunidade nascida do projecto das Missões, evoluiu e ocupou-se de outras obras. O mesmo fez Vicente de Paulo, mas mantendo sempre as Missões como prioridade. Hoje, deveríamos reflectir criticamente, partindo das nossas realidades concretas, se esta evolução não ultrapassou, em muito, os parâmetros que configuram a nossa identidade como Instituto Missionário que nasceu e se chama “da Missão”.

O segundo tempo foi usado pela Província do Médio Oriente (Líbano, Egipto, Jerusalém, Síria) para testemunhar a forma de fazer a Missão Popular Vicentina, naquela região. As equipas missionárias, compostas por sacerdotes e leigos, organizam-se e fazem tempos de formação, que requerem amor à vida missionária, pertença a grupos de cristãos comprometidos e alguma disponibilidade. Uma missão faz-se ao longo de 3 anos. No primeiro, cerca de um mês, em que se faz o tempo da pré-Missão, para conhecer e contactar; no segundo, cerca de três a quatro semanas, entre vinte a trinta leigos fazem catecismo, visitas às famílias, aos idosos e doentes enquanto o sacerdote celebra, prega e confessa. No terceiro, é tempo de criar e investir nos núcleos missionários para assegurar a continuidade. Investe-se na formação dos grupos, onde o pároco está presente e faz-se um calendário de encontros. O P. Charbel Khoury afirmou que não há muitas Missões naquela zona e que As Missões Populares não são a actividade principal da província do Médio Oriente. Disse ainda que as Missões são totalmente gratuitas e que, mesmo assim, sentem muitas dificuldades, pois estas não são prioridade para os Bispos e os párocos são pouco sensíveis a esta forma de fazer evangelização.

Em tempo de partilha o P. José Luis Castillo, da Provincia de Madrid e coordenador da EMVE (Equipa Missionária Vicentina de Evangelização), apresentou o programa de formação para os dias 25, 26 e 27 de Janeiro, subordinado ao tema geral “Presente e futuro da Evangelização na Espanha”. Este confrade, em conversa de corredor e, posteriormente, por comunicação escrita, lançou-nos o repto para se reatar o caminho feito no sector das Missões Populares pelas Províncias de Espanha e de Portugal.

P. Agostinho Sousa, CM


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Encontro da CEVIM – Transmissão da Fé (1)


Conferências, comunicações e testemunhos



No contexto da vivência do Ano da Fé e do último Sínodo sobre a Nova Evangelização para a transmissão da Fé, de 17 a 19 de Janeiro aconteceu um Encontro no Colégio Alberoni, na cidade de Piacenza – Itália, organizado pela Conferência dos Visitadores da Europa (CEVIM). Eram 46 participantes, dez dos quais pertenciam à organização ou foram convidados para fazer algumas das comunicações que preencheram o vasto programa desses dias. De Portugal estava o P. Nélio Pita, como convidado para falar sobre as Missões Populares e eu, proposto pelo Conselho Provincial. Quase todas as Províncias da Europa responderam ao desafio. Os noviços do Seminário Interno (Teruel-Espanha) também estiveram presentes.


O tema escolhido “A transmissão da Fé” foi trabalhado a partir de vários quadrantes. “Missão na Europa”, foi a primeira conferência e teve como prelector D. Gianni Ambrosio, Bispo de Piacenza Bobbio e membro da Conferência Episcopal da Europa (COMECI). Seguiram-se outras temáticas: “A formação do Clero”, pelo P. Corpus Delgado (Saragoça), “A antropologia cristã”, pelo P. Robert Petovsek (Eslovénia) e “A Igreja transmite a fé da qual vive”, pelo P. Pawel Holc (Polónia). Houve duas comunicações: a primeira sobre a “Caridade”, pelos Padres Erminio Antonello (Turim) e Bernard Massarini (Toulouse) e a segunda sobre “Missões Populares”, pelos Padres Nélio Pita (Portugal) e Charbel Khoury (Líbano). Ao jeito de partilha de experiências e propostas para os dias de hoje também foram tratados outros temas: “O diálogo inter-religioso”, pelo P. Franz Kangler (Áustria), e “O diálogo ecuménico-litúrgico entre católicos e ortodoxos”, P. Przemysaw Noawkowsk (Polónia).
Todas as conferências, de conteúdo rico e actual, ajudaram a ter uma visão clara do tempo em que vivemos, de modo particular, na Europa, das dificuldades que enfrentamos, dos desafios que são feitos á Igreja e à Congregação da Missão para viver e transmitir a fé em Jesus Cristo, para ser testemunha de Cristo Libertador que, no dizer de João Paulo II, “é o Bem mais precioso que a Igreja pode oferecer ao mundo”. A formação do clero (Que sacerdotes para a Nova Evangelização?), a comunhão eclesial que nasce da espiritualidade da vida em comunhão e a vivência da caridade como testemunho de fé e de santidade de vida, foram pistas apontadas para que os pastores cumpram a missão de anunciar Jesus Cristo, como o centro da vida. Para tal, os pastores têm que ser “homens do Evangelho”.
As experiências partilhadas (diálogo inter-religioso e ecuménico-litúrgico) ajudaram a perceber o caminho feito em diferentes contextos. Como síntese, ficou bem expresso que o diálogo não é uma estratégia, mas um deixar-se guiar pelo Espírito num clima de amizade e que este se dirige à mútua compreensão e não à conversão, pois é um caminho de descoberta da verdade.

P. Agostinho Sousa, CM


Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2013


O que exige Deus de nós?

A «Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos», de 18 a 25 de Janeiro de 2013, decorre sob o lema «O que exige Deus de nós» (Miqueias 6, 6-8) e a proposta dos temas para as celebrações ecuménicas do oitavário foi elaborada pelos cristãos da Índia.

O Movimento de Estudantes Cristãos da Índia foi convidado a preparar o material para a Semana de Oração pela Unidade de 2013 e eles envolveram nessa tarefa a Federação das Universidades Católicas de Toda a Índia e o Conselho Nacional de Igrejas na Índia. No processo de preparação, ficou decidido que, num contexto de grande injustiça em relação aos dálitas (párias), a busca pela unidade visível não pode estar dissociada do desmantelamento do sistema de castas e do apelo às contribuições para a unidade dos mais pobres entre os pobres.

A estrada do discipulado cristão leva a trilhar o caminho da justiça, da misericórdia e da humildade. A metáfora da «caminhada» foi escolhida para ligar os oito dias de oração porque essa metáfora comunica o dinamismo que caracteriza o discipulado cristão.

Além disso, o tema da décima assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, a realizar-se em Busan, na Coreia, em 2013 é «Deus da vida, conduz-nos à justiça e à paz». Este tema faz ressoar a imagem do Deus Trinitário que acompanha a humanidade e caminha na história humana, e que ao mesmo tempo convida o seu povo a caminhar com ele e com os pobres.

18 de Janeiro - Dia 1Caminhar em diálogo. Reflectimos sobre a importância das práticas de diálogo e conversação, como meio de superar barreiras. Tanto no ecumenismo como nas lutas pela libertação de povos, as aptidões de falar e escutar são reconhecidas como essenciais. Em conversas realmente autênticas podemos vir a reconhecer Cristo mais claramente.

19 de Janeiro - Dia 2Caminhar com o corpo ferido de Cristo. Reconhecendo a solidariedade entre o Cristo crucificado e os «povos feridos» do mundo, procuramos, unidos como cristãos, aprender mais profundamente a viver essa mesma solidariedade.

20 de Janeiro - Dia 3Caminhar para a liberdade. Somos convidados a celebrar os esforços das comunidades oprimidas de todo o mundo, quando elas protestam contra o que escraviza os seres humanos. Como cristãos comprometidos, aprendemos que a remoção de tudo o que separa as pessoas umas das outras é uma parte essencial da plenitude da vida.

21 de Janeiro - Dia 4Caminhar como filhos da terra. A consciência do nosso lugar na criação de Deus leva-nos à união, na medida em que vamos percebendo a interdependência de uns com os outros e com a terra. Contemplando os urgentes apelos de cuidado com o meio ambiente e com a necessidade de adequada partilha e justiça no uso dos frutos da terra, os cristãos são chamados a dar efectivo testemunho, no espírito do ano do Jubileu.

22 de Janeiro - Dia 5Caminhar como amigos de Jesus. Vamos reflectir sobre as imagens bíblicas de amizade e amor humanos como modelos do amor de Deus por todos os seres humanos. Compreender nossa condição de amigos de Deus tem consequências nos relacionamentos dentro da comunidade cristã, onde são incoerentes todas as barreiras que geram exclusão.

23 de Janeiro - Dia 6Caminhar além das barreiras. Caminhar com Deus significa ir além das barreiras que dividem a humanidade. As leituras bíblicas deste dia contemplam várias maneiras pelas quais as barreiras humanas são superadas, culminando no ensinamento de São Paulo: «Já não há judeu nem grego, escravo nem homem livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só em Jesus Cristo» (Gálatas 3, 28).

Dia 24 de Janeiro - Dia 7Caminhar em solidariedade. Caminhar humildemente com Deus significa caminhar em solidariedade com todos os que trabalham pela justiça e pela paz. Caminhar em solidariedade traz consequências não apenas para os crentes individualmente, mas para a própria natureza e missão da comunidade cristã inteira.

Dia 25 de Janeiro - Dia 8Caminhar em celebração. Os textos bíblicos neste dia falam da celebração como um sinal de esperança em Deus e na sua justiça. A celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é sinal de esperança de que a nossa unidade será conseguida no tempo e pelos meios que pertencem a Deus.

O que Deus requer de nós hoje é que andemos no caminho da justiça, da compaixão e da humildade. Esse caminho de discipulado envolve trilhar o caminho estreito do Reino de Deus e não as estradas dos impérios de hoje. Andar por esse caminho de rectidão inclui as dificuldades da luta, o isolamento que acompanha protestos e o risco associado ao ato de resistir aos “poderes e dominadores”. (Efésios 6,12)

Isso acontece especialmente quando os que gritam por justiça são tratados como desordeiros e destruidores da paz. Nesse contexto precisamos compreender que a paz e a unidade são completas somente quando se alicerçam na justiça.

In Revista Além Mar

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Anúncio da Missão Popular, em Marinhais




No plano pastoral das paróquias da zona Pastoral de Salvaterra de Magos consta a realização de Missões Populares em todas as Paróquias. Já aconteceu em Foros de Salvaterra, brevemente começa no Granho e na Glória do Ribatejo e agora foi a vez de Marinhais acolher o anúncio da Missão.

No domingo do Baptismo do Senhor, na Eucaristia presidida pelo P. João Maria e concelebrada pelo P. Agostinho, foi anunciado que, de 29 de Setembro a 13 de Outubro, a Vila de Marinhais estará em tempo de Missão. O Ano da Fé, o início de um novo ano pastoral, com a Festa do padroeiro, S. Miguel e dentro do mês Missionário e do Rosário, a data escolhida vem ajudar a que, com uma dinâmica missionária e uma forte aposta nas comunidades familiares, se vá ao encontro das pessoas, se procure criar grupos de reflexão, oração e caridade.

Da parte da tarde, um grupo simbólico de 12 pessoas, participou na primeira reunião onde, a partir do texto dos Actos dos Apóstolos, sobre as primeiras comunidades, se expôs o que é a Missão Popular, os tempos da Missão, os Agentes da Missão e o caminho a fazer na pré-Missão.



Marinhais é uma freguesia portuguesa do concelho de Salvaterra de Magos, com 38,74 km² de área e 6 336 habitantes (2011). Foi elevada ao estatuto de vila em 9 de Julho 1985. A densidade populacional da freguesia é 163,6 hab/km².Esta localidade foi denominada durante séculos como "Foros de Muge", dado que todos os terrenos pertenciam à Freguesia de Muge, sob a forma de baldios.

É difícil traçar uma evolução histórica sobre Marinhais, pois os seus primeiros habitantes não eram das redondezas, mas originários de norte do país, nomeadamente da zona de Pombal e Cantanhede. Eles vinham trabalhar para as grandes Casas Agrícolas da região, acabando por se fixar. O próprio povoamento ainda hoje demonstra uma ocupação recente, sendo todo ele delineado junto à estrada principal.

Dos principais marcos históricos, destaca-se o ano de 1875, como a data provável de construção da Capela de S. Miguel Arcanjo. A inauguração da Estação da Caminho de Ferro, em 1902 foi outro notável acontecimento, estando o próprio Rei D. Carlos presente. De todos os acontecimentos aquele que mais marcou a ascensão de Marinhais foi a criação da Freguesia em 1927.

A partir deste data, Marinhais não cessou de crescer. Hoje em dia é considerada a freguesia com o maior número de população do concelho de Salvaterra de Magos.

Marinhais tem dois locais de culto: a capela de S. Miguel, Arcanjo (construída em 1875?) situado no centro da Vila e que foi reconstruída nos finais dos anos noventa e a Igreja paroquial, de construção recente (1974) e com arquitectura rectilínea e bastante diferente da estrutura das igrejas da zona, tendo poucos sinais exteriores que ajudem a perceber que se está perante um lugar de culto.

P. Agostinho Sousa, CM