sábado, 30 de novembro de 2013

SANTA MISSÃO EM ARÕES – UM TESTEMUNHO ENCERRAMENTO E AVALIAÇÃO


ANÚNCIO DO MEU SIM!
Quando sentimos que somos avaliados damos o nosso melhor, empregamos todo o esforço possível para que os outros descubram os nossos talentos, o nosso jeito de viver, de trabalhar, de comunicar, de captar oportunidades que nos possam tornar conhecidos e delas tirarmos proveito próprio.

Avaliar a Santa Missão é bem diferente. Somos e fazemo-nos avaliados, se formos capazes de percorrer o nosso interior fazendo brotar do fundo de nós mesmos, para transformar em testemunho de vida, os ensinamentos que durante a preparação e o tempo forte da Missão, os missionários foram semeando e nós enviando essa semente, para a grandiosa seara que é o nosso coração. Semente que Cristo quer fazer germinar com o sol da Sua graça, para que dela nasçam saborosos frutos que saciem a fome de Deus que muitos irmãos sentem, sem terem quem lhes mostre esse Amor que alimenta corações enfraquecidos e robustece os corpos acabrunhados, daqueles que desconhecem quanto a verdadeira alegria dá força e coragem para prosseguirmos, mesmo que na vida as tempestades do mal desencadeiem sobre nós.
Será através do nosso testemunho de vida renovada, vida nova em Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, que os nossos irmãos encontrarão novos rumos, que conduzem à verdadeira conversão!
A Santa Missão foi e continua a ser, uma oportunidade para nos transfigurarmos com Cristo. Para mostrarmos o Seu rosto, manifestando através da nossa alegria e da verdade do nosso viver, que só por Ele, n’Ele e com Ele, seremos capazes de fazer da nossa caminhada uma permanente Primavera florida, com perfume de Eternidade!
(A continuar, em breve, em verso!)
Teresa Matos
Arões 06/11/2013



quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Começou a Missão em Muge



Apontamento geográfico e histórico

A vila de Muge está encostada à margem sul do Tejo, entre Salvaterra de Magos e Almeirim, sendo a última freguesia do concelho de Salvaterra, para quem sobe o rio ou para quem percorre a estrada Porto Alto – Almeirim. É, mesmo, esta estrada que divide a vila ao meio, com a igreja (bem espaçosa) a espreitar essa via de muito movimento e como que a abençoar quantos, de noite e de dia, por ali rolam.
Muge foi povoada pelos monges alcobacenses a partir do ano 1.200; foi protegida por D. Dinis que lhe deu foral em 1.304 e a sua localização junto ao Tejo, ao longo da história, proporcionou-lhe acesso relativamente fácil, aos grandes centros populacionais. A povoação é muito antiga, povoada desde o período mesolítico. Dessa época, foram descobertos nos anos 60 do século passado alguns concheiros e esqueletos humanos.
A sobressair do casario mais antigo, está a Casa de Cadaval, uma espécie de “casa-mãe” de toda aquela gente, até há bem pouco tempo. O certo é que os últimos anos viram surgir novas instituições (Centro de Bem-estar Social, Centro Dia, pequenos monumentos …) e, também, uma série de vivendas novas, que dão a Muge uma marca social bem diferente da tradicional.
Do ponto de vista cristão, os índices de prática dominical não devem andar muito longe do que é comum naquela margem sul do Tejo: 7 a 10 % para uma população de 1.270 pessoas (Census de 2011).


A Missão Popular
Em 1995 aconteceu a primeira Missão Popular na Vila de Muge. Na sequência de outras Missões que já aconteceram na Zona Pastoral de Salvaterra de Magos (Foros de Salvaterra, Granho, Glória do Ribatejo e Marinhais), de 24 de Novembro a 8 de Dezembro decorre nova Missão na paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Muge.
A propósito do encerramento do Ano da Fé, na noite de 23 de Novembro, foram convocadas as várias paróquias deste concelho para uma Vigília de Oração, que aconteceu na Igreja de Muge e que foi participada por várias dezenas de pessoas. Trouxeram o símbolo do Ano da Fé (A Barca), que foi apresentado no momento em que cada uma das seis paróquias proclamava a Palavra. Este encontro de oração, adoração e partilha serviu para lançar a Missão em Muge e para criar laços de unidade e comunhão.
No domingo de Cristo Rei, na eucaristia, presidida pelo P. António Teixeira, aconteceu o envio dos missionários locais (animadores e donos das casas) e da equipa missionária: P. Agostinho, CM, Irmã Adélia Laranjeiro, FC, da comunidade do Campo Grande e a Henriqueta, CMV, de Lisboa. Foi uma celebração animada em que participaram as diferentes idades.
Com as reuniões dos animadores e com os primeiros passos na rua, foram constituídas as 4 comunidades que reúnem à noite e a que funciona no Centro de Dia, à tarde. O tempo agreste (noites muito frias) não tem permitido uma participação muito numerosa nestes encontros de escuta e de reflexão. Mas, à medida que o tempo passa, já se nota um esforço maior por se sair de casa, rompendo a noite e o vento gélido que faz sentir.
O trabalho de rua continua. Desde os doentes às crianças da Creche e da Escola aos idosos do Lar D. Dinis e do Centro de Dia, os missionários vão desbravando o caminho e interpelado a todos para a vivência do tempo da Missão. O Bispo diocesano, D. Manuel Pelino, associa-se a este trabalho missionário e vem presidir à Comunidade de Comunidades.
Entretanto, nesta semana, não deixamos de falar às pessoas dos acontecimentos da Rue du Bac-Paris, em 1830: as manifestações de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré. Lembramos o pedido de Nossa Senhora: “Vinde ao pé deste altar. Aqui, as graças serão derramadas com abundância sobre aqueles que as pedirem com fé!” A Missão de Muge está confiada à protecção de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa a quem rezamos confiadamente: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!”


P. Agostinho Sousa, CM

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Evangelho da Alegria

«Evangelii Gaudium»
Papa apresenta «guião» para o pontificado
O Papa Francisco publicou hoje a exortação apostólica, ‘Evangelii Gaudium’ (a alegria do Evangelho), primeiro documento do género escrito por si na totalidade, em que apresenta o projecto de uma “nova etapa de evangelização”, nos próximos anos.

“Espero que todas as comunidades se esforcem por implementar os meios necessários para avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão”, escreve, no documento divulgado pela Santa Sé.

O texto retoma as principais preocupações manifestadas pelo Papa desde o início do seu pontificado, após suceder a Bento XVI em Março deste ano, e fala numa Igreja “em saída” e atenta às “periferias”, bem como a “novos âmbitos socioculturais”.

A exortação apostólica refere-se a uma “conversão do papado” e questiona uma “centralização excessiva” que complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária.

O texto desenvolve o tema do anúncio do Evangelho no mundo de hoje, recolhendo o contributo dos trabalhos do Sínodo que se realizou no Vaticano de 7 a 28 de Outubro de 2012 com o tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé’.

Ao contrário do que é habitual, a exortação não se assume como ‘pós-sinodal’ por ultrapassar o âmbito específico tratado na última reunião de bispos católicos.

Francisco usa um “neologismo” para afirmar que os católicos “«primeireiam», tomam a iniciativa”, num "estado permanente de missão" para enfrentar os riscos da “tristeza individualista" no mundo de hoje.

Essa missão, acrescenta, origina "novas formas", "métodos criativos", uma "reforma das estruturas" e uma Igreja com “portas abertas”.

"A evangelização também implica um caminho de diálogo", que abre a Igreja à colaboração com todas as realidades políticas, sociais, religiosas e culturais.

O Papa repete o desejo de “uma Igreja pobre”, "ferida e suja” após sair à rua, porque “uma fé autêntica – que nunca é cómoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores”.
“Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos”, adverte.
Francisco deixa várias indicações para o interior das comunidades católicas, alertando para um "pessimismo estéril" e para os que ficam “inflexivelmente fiéis a um certo estilo católico próprio do passado".

A exortação sublinha a necessidade de fazer crescer a responsabilidade dos leigos, mantidos "à margem nas decisões" por um "excessivo clericalismo", bem como a de “ampliar o espaço para uma presença feminina mais incisiva”.

O Papa denuncia o actual sistema económico, preso a um "mercado divinizado", e lamenta os "ataques à liberdade religiosa", em particular os casos de perseguição aos cristãos.

Francisco deixa claro que a Igreja não vai mudar a sua posição na defesa da vida e pede ajuda para as vítimas de tráfico e de novas formas de escravidão.

texto percorre 288 pontos, divididos em cinco capítulos, e conclui-se com uma oração a Maria, ‘Mãe da Evangelização’.

 “O entusiasmo na evangelização funda-se nesta convicção: temos à disposição um tesouro de vida e de amor que não pode enganar, a mensagem que não pode manipular nem desiludir”, escreve o Papa.
OC D.R.
Cidade do Vaticano,
26 Nov 2013

(Ecclesia

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sines – Na senda da Missão

Neste domingo, dia de Cristo Rei, depois de regressar de Beja das ordenações e instituições o pároco de Sines, P. Pereira, confidenciou: “Hoje, a igreja estava a abarrotar: famílias de crianças e reconquistados pela Missão”. Graças a Deus que assim é!
A Missão, na cidade de Sines, teve muitos e lindos momentos de encontro, de celebração, de oração, de convívio, de partilha, de descoberta. Muitos deles já foram notícia e deles já houve testemunhos.
Se o contacto com as Escolas foi um ponto alto da segunda semana, também os encontros na Santa Casa da Misericórdia tiveram expressão e peso: muitos velhinhos se abeiraram dos sacramentos de cura. Bastantes foram aqueles que experimentaram a Reconciliação e muitas dezenas, saborearam a vivência do Sacramento da Unção dos Doentes. A ternura do olhar, algumas lágrimas teimosas e um sorriso em rostos marcados pela agressividade da doença e do trabalho, espelharam a felicidade deste momento, vivido na celebração festiva, num salão cheio e preparado com esmero e carinho. Foi uma hora santa para tanta gente.
Também, no mesmo salão, houve o Encontro de Formação para Animadores da Comunidade. Orientado pelo P. Cartageno, cerca de quatro dezenas de participantes, a maioria de Sines, à luz dos documentos conciliares e de outros que os tornaram efectivos e presentes nas celebrações litúrgicas, procuraram descobrir o que nelas se canta e como se canta. Não faltou a solenidade da oração de Laudes e de Vésperas para dar exemplo do muito que é preciso aprender e da necessidade de aprofundar esta área tão sensível e, por vezes, tão maltratada, das nossas liturgias. Foi um belo momento a pedir mais alguns do género para uma melhor celebração “dos santos mistérios”.


Celebrações temáticas
A Missão Popular, na primeira semana, aposta forte nas comunidades. Estas fazem uma caminhada muito interessante ao longo de quatro noites seguidas, a qual tem o seu ponto alto na Comunidade das comunidades.
A segunda semana, dá continuidade a esta caminhada, nas celebrações temáticas. A Palavra de Deus, a Igreja, a Família, Cristo Luz do mundo, o Espírito Santo, fonte de reconciliação e Maria, estrela da Evangelização, ocupam as noites dessa semana. Em Sines, a equipa paroquial que preparou e coordenou o programa da Missão, quis alargar o horizonte e âmbito destas celebrações: programaram-se os dias do Mar e do Pescador, do Bombeiro, da Solidariedade, do Serviço, do Vizinho, bem como o dia Multicultural. 
Dia a dia, a assembleia ia crescendo, as comunidades assumiam a animação das celebrações e foi lindo e muito edificante ver muitas das expressões e vivências que iam aparecendo à medida que as pessoas eram convidadas a participar em momentos-chave de cada celebração. Todos os dias, mas de modo particular, o dia da Palavra, da Igreja e da Reconciliação, foram muito vividos e interiorizados.
A presença do senhor Bispo deu uma amplitude maior à Missão. A proximidade, a palavra, o encontro quer nas ruas quer nas casas e a sua participação nas celebrações da Família e da Reconciliação, na igreja Matriz, deu para perceber que a Missão é de todos e para todos.
Valeu a pena a Missão em Sines. Terminou a 17 de Novembro, mas a Missão começou agora. As comunidades, as famílias, os serviços e movimentos, os grupos e as catequeses, as Escolas e as Instituições, as visitadoras e as voluntárias, todos foram convocados para continuar em estado de Missão. Deste modo, serão verdadeiros anunciadores e testemunhas do “Evangelho da alegria”.


P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

MISSÃO POPULAR – SINES




A PALAVRA DE DEUS
E a sua eficácia


I
Perguntaram-me certo dia
Se por favor lhe dizia
O que era a Palavra de Deus?
Respondi-lhe simplesmente
Aquilo que me veio à mente,
Uma dádiva vinda dos Céus.

II
Tem um alcance tão profundo
Espalhada por todo o mundo
Um povo por Ele eleito!
Ela é viva e eficaz
Está firme e não volta atrás
Sem produzir o seu efeito.

III
Contida na Bíblia Sagrada
Escritura muito amada
Nos bons e nos maus momentos!
Anuncia a Boa Nova
E vigora como prova
Até ao final dos tempos.

IV
Dá sentido à nossa vida
Serve de amparo e guarida
Ao coração desolado!
Toca-nos no mais íntimo da alma
Estimula e leva-nos à calma
Quando tudo parece acabado

V
Muda a nossa maneira de ser
Dá-nos alegria e bom viver
Conforta os mais débeis corações!
É tábua de suporte, mantém-nos de pé
É guia ada nossa fé
Em todas as orações
VI
Quem pela palavra se deixa conduzir
Vai ao fundo e torna a vir
Integra-se neste grande povo!
Irmão em Cristo Jesus
Iluminado pela Sua Luz
Transforma-se num homem novo.

VII
No final de cada leitura
Diz-se com muita ternura
“Palavra do Senhor”!
O Salmo e a Aclamação
Anunciam com convicção
A Grandeza do Seu Amor.

VIII
A leitura do Evangelho
Reflecte um espelho
No mais profundo do coração!
Em tom suave se anuncia
Àquele que nela confia
“Palavra da Salvação”.

IX
Tudo isto te expliquei
Não fui eu que inventei
É um assunto muito sério
Quem não conhece, nada lhe é revelado
Por isso, tudo lhe passa ao lado
Deste tão mistérioA Palavra de Deus.



(*) – Após a celebração da Festa da Palavra

Sines, 11 de Novembro 2013
Joaquim Simão

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

As Escolas, terreno de Missão



Testemunho de um missionário

A nossa Missão em Sines continua. Para além da visita aos doentes, aos que estão sós, à Santa Casa da Misericórdia, e do encontro com todos os grupos da Catequese paroquial (10 catecismos), agora a Missão chegou às Escolas.

A Irmã Celina e eu, como membros da equipa missionária, fomos enviados, para visitar as Escolas, para participar concretamente nas aulas de EMRC. Os outros três membros da equipa, P. Agostinho, José Neves e Arlete, ficaram a cuidar das celebrações litúrgicas desta 2ª semana da Missão e da visita a doentes, preparando-os para a celebração do Sacramento da Unção dos doentes. Destes acontecimentos da Missão daremos conta noutras ocasiões.

No primeiro contacto com as Escolas, começo por referir o papel decisivo que tem a Professora Ana Ribeiro, que é também catequista na Paróquia de Sines. Sendo licenciada em Filosofia, posteriormente fez Ciências Religiosas por opção e para se dedicar não ao ensino da Filosofia mas de EMRC. Sente este como uma Missão. Já lecciona há 25 anos mas ainda só é professora contratada. Fez Ciências Religiosas com muito sacrifício. Todos os dias ia para Lisboa: dava aulas de manhã e depois frequentava o curso de Ciências Religiosas em regime pós-laboral, com algum prejuízo para a sua vida familiar.

Ao mesmo tempo, todos os anos, vai às turmas dos seus colegas professores, mesmo por vezes "contra vontade" de alguns deles, para convidar os alunos para frequentarem EMRC. Tem muitas turmas e muitos alunos o que faz com que a maior parte deles não ande na catequese e alguns, nem baptizados são. É uma população muito variada e chegamos a encontrar alguns chineses já nascidos em Portugal e que também por lá andam.

A professora Ana tem sido espectacular connosco. Junto dos alunos da Escola Básica e Secundária falámos da Missão Popular, demos o nosso testemunho vocacional e convidámos todos para seguirem Jesus em e na Igreja inscrevendo-se na catequese sempre que fosse possível e assim o desejassem, pois encontrámos mesmo alguns alunos que são de outras denominações cristãs. Visitámos todas as turmas da Professora Ana Ribeiro quer do ensino básico quer do secundário.

Nesta semana contactamos com um total de mais de 393 alunos, fora os que faltaram à aula de EMRC. Deste número, apenas 47 frequentam a catequese paroquial. Em quase todas as turmas rezámos a oração pelos Seminários e em todas falámos do senhor Bispo, como o nosso Pastor e primeiro missionário.
Luís Marques
(Equipa missionária)
Testemunho da professora de EMRC

A pedido do Padre Agostinho, Coordenador da Missão Popular em Sines deixo a minha visão destes dias nas escolas onde leciono, Escola Básica Vasco da Gama e Escola Secundária, ambas em Sines. É o olhar de uma docente de Educação Moral e Religiosa Católica que está num terreno que apresenta inúmeras agruras mas que sem dúvida a faz sentir francamente feliz e realizada há vários anos (25).

Numa primeira fase e quando me foi dito que estariam em todas as aulas de E.M.R.C. nas duas escolas e durante a semana inteira, dois Missionários, a Irmã Celina e o Seminarista Luís Filipe senti algum receio no modo como estes dois seres tão especiais seriam recebidos pelos alunos e até pelas direções das escolas ou pelo pessoal docente e não docente. Felizmente os meus receios não passaram disso mesmo e poderei dizer que na verdade foi um sucesso muito embora o trabalho realizado fosse diferente de turma para turma e consequentemente os resultados dessa abordagem também.

Sentiu -se calor humano, surpresa, acolhimento, dúvidas, carinho, curiosidade, viram-se sorrisos, colocaram-se questões (algumas pertinentes), cantou-se, rezou-se e falou-se de forma espontânea, aberta e marcando de forma relevante o grande Amor que habita dentro destas duas pessoas fabulosas que desejam chegar aos corações das crianças e jovens adolescentes. Numa era da cultura digital, de problemas socio - económicos agravados, do desemprego, do alfabeto emotivo das várias gerações há que favorecer encontros como este, que promovem o encontro com Cristo, entrelaçando a formação religiosa com o desenvolvimento humano, convergindo deste modo a educação na Fé.

Há que ser capaz de ensinar com amor, mostrando que é sempre possível fazer a diferença: fazer acontecer a solidariedade, a compreensão, a ajuda mútua e o amor entre as pessoas. Compete-me a mim e enquanto educadora mostrar aos meus alunos a beleza e o interesse de uma vida aberta ao mundo inteiro. Só será possível se abrir as portas dos corações dos jovens que tenho em cada aula, adaptando as minhas propostas educativas para conquistar a sua confiança, formando assim personalidades robustas, do ponto de vista humano e dentro de um contexto cristão.

Também eu tenho uma Missão fundamental à qual sou chamada a dar uma resposta efetiva nas escolas onde me encontro. Há que ser próxima, ajudar a encontrar um sentido para a vida, ser convicta na caminhada que faço com os alunos. Todo o ato educativo, se quisermos pode ser evangelizador e nós somos coautores na criação de identidades juvenis.

Saudades serão sentidas certamente deste bulício que impregnou as salas com os testemunhos sentidos de vida de pessoas que já viram a miséria humana, o sofrimento, a violência, a incerteza de vida nos olhares de crianças inocentes, de idosos que ainda mantêm a esperança de alguém lhes levar consolo, ternura e atenção.

Aprendi bastante com esta experiência, pois muitas das vezes colados a um programa intenso a que temos de dar resposta, vale a pena aproveitar momentos de franca proximidade, de diálogo, de troca de saberes, de experiências únicas e de surpreender de forma inusitada a linha de conforto dos alunos que temos na nossa frente. As intervenções destes Missionários provocaram oscilações no modo de pensar e de ver a vida das crianças e jovens nas diversas salas onde entraram (33 turmas num total de 413 alunos) e onde sobretudo fizeram despertar as consciências adormecidas.

Aqueles que não perceberam essa intervenção ou não quiseram deixar-se envolver, ficará agora centrada em mim a tarefa de os conquistar para o mundo dos valores do altruísmo, do verdadeiro amor filial, da dor alheia, da amizade, do perdão entre outros. Penso que a maioria ficou mais rico interiormente ou pelo menos depois daqueles cinquenta minutos houve pequenos despertares para outras realidades. As consequências dessa marca muito provavelmente só se verá com nitidez no futuro, nas ações diárias, nas relações com os outros, no despertar para viver Jesus através de um compromisso mais responsável.

O meu bem - haja do fundo do coração pela disponibilidade mostrada, pela candura e sorriso meigo da Irmã Celina, pela tranquilidade e harmonia de que no seu hábito azul surpreendeu a todos. Com a mesma importância se distinguiu a força interior, a determinação, o sentido de justiça e espontaneidade marcados no brilho dos olhos do Seminarista Luís Filipe. A vossa dádiva trouxe uma visão mais humanista que acredito ter tocado muitas das crianças e jovens que me fazem acreditar que é possível deixar sementes nos corações de todos de forma a humanizar mais o nosso mundo. Deus permita que dê fruto e que vivam o Amor de forma humilde, pautado pelos valores cristãos. O sucesso desta Missão deveu-se a vós que conseguiram encantar-nos! Obrigada por serem quem sois!

Prof. Ana Maria Ribeiro

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A Missão chega a todos



Visita aos doentes
A Missão, na paróquia de Sines, está a correr muitíssimo bem. Que bem que faz a tanta gente e como é uma oportunidade extraordinária para o encontro com Cristo, para fazer crescer no amor a Jesus, às famílias, às crianças e aos idosos.
Visitamos os lares da Santa Casa, as escolas, os doentes, os grupos da catequese e as comunidades que se reúnem para as catequeses próprias da Missão... É imensa a generosidade de todos, até mesmo daqueles que menos esperamos como as pessoas dos cafés, dos restaurantes ou aqueles com quem nos cruzamos, pelas muitas ruas da cidade.
Na Missão, uma das preocupações é a visita aos doentes, aos que estão sós, aos que sofrem. A visita aos doentes  é uma das 14 obras de misericórdia. Embora conhecidas são tão esquecidas porque pouco ensinadas. Visitámos já mais de 30 doentes em domicílio, apresentados pelo grupo de Visitadoras existentes na paróquia. Também já visitámos muitos dos acamados da Santa Casa, indicados pelas técnicas e pelas voluntárias que colaboram com aquela Instituição. Os responsáveis da Santa Casa têm sido óptimos connosco e sempre disponíveis. Sem eles a nossa missão tornar-se-ia mais complicada e difícil.

Deixo 2 exemplos dos muitos que visitámos e que sofrem de solidão e aos quais levámos a presença de Cristo e da Igreja. Visitámos a D. Rute, com cerca de 40 anos, mãe de quatro filhos. Não sendo católica, mas cristã, encontra-se acamada há quase 20 anos. Impressionou-nos a sua experiência íntima e profunda de Deus. Lê a sua vida e a sua condição com olhos da fé e a todos nos tocou profundamente. Que beleza e gratidão, que serenidade e alegria! Saímos todos cheios da abundância que ela tinha no coração.
Visitámos também a D. Carolina de 94 anos de idade que se encontra numa cama articulada e moderna devido ao trabalho e à persistência e das visitadoras que tudo fizeram para a adquirir. A D. Carolina é acompanhada pela mulher do seu neto. Não é baptizada, mas manifestou o desejo de o ser depois da irmã Celina falar das maravilhas do Baptismo. Com todos rezámos e por todos rezámos. Recebemos muito.
Não podemos deixar de relembrar o grupo de visitadoras que durante todo o ano os visitam, sendo a extensão da caridade de Jesus e do Pároco. Muitas vezes, também elas têm vidas sacrificadas e sofridas com questões de saúde, suas ou dos filhos. Como merecem a nossa oração e o nosso respeito reverencial!“Tudo o que fizeste a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a Mim que o fizeste”, diz Jesus. É admirável ver como estas visitadoras têm posto em prática esta palavra e assim a Missão chega a todos!  

Comunidades familiares
A fé é uma adesão pessoal, é um “sim” pessoal que nasce do encontro com Jesus, mas este “sim” diz-se também em comunidade, em Igreja. A experiência da fé é pessoal e comunitária. Jesus escolheu doze para andarem com ele e sobre Pedro constituiu a Igreja de que os Actos dos Apóstolos dão testemunho bem como as cartas de São Paulo dirigidas a comunidade concretas. Ora, nesta semana, todos os dias, pelas 21h00, reuniram-se 12 comunidades em casa de alguém que decidiu abrir a porta de sua casa para receber aqueles que desejassem escutar e partilhar a palavra de Deus para uma descoberta da pessoa de Jesus Cristo, de Maria não só como Mãe de Deus mas como modelo do discípulo e figura da Igreja. A Igreja enquanto constituída por todos os baptizados e concretizada em formas concretas como é sejam a família como Igreja doméstica ou comunidade paroquial, onde dos cristãos se reúnem para escutar a Palavra de Deus e alimentar-se do Pão da Vida. Importa ter presente que toda a dinâmica da missão nos seus aspectos principais se deve aos leigos que fazem parte destas comunidades familiares. Quer dizer, a missão é feita por eles, são eles ao mesmo tempo os que são objecto da missão e os missionários, mesmo que sob orientação da equipa missionária. E esta dinâmica está justamente de acordo com o espírito do Concílio Vaticano II que ao referir-se aos leigos naLumen Gentium, refere a sua vocação e missão apelando à sua corresponsabilidade na tarefa missionária da Igreja e a serem testemunhas de Jesus Cristo no meio deste mundo de acordo com a sua vocação.



Comunidade de Comunidades
Estas 12 comunidades familiares orientadas por um animador foram percorrendo um caminho de descoberta de Jesus Cristo e da Igreja e que teve neste Domingo a sua apresentação oficial e pública. Todas estas comunidades familiares se reuniram para celebrar a Eucaristia inseridas na comunidade mais alargada que é a Comunidade paroquial. Mediante um cartaz com o nome da comunidade e um símbolo partilharam com os outros membros da Comunidade paroquial a sua descoberta de Cristo que estas catequeses familiares lhes proporcionaram e que é mais ou menos traduzido nos nomes que adoptaram. A igreja matriz encontrava-se cheia e a alegria era uma nota dominante. E todas se comprometeram a continuar com esta partilha ao longo deste ano pastoral e dos anos. 
No fim do testemunho, e em jeito de conclusão e de compromisso, foi apresentado um pequeno texto, formado a partir dos nomes das mesmas assembleias: “O povo de Sines foi chamado pelo BOM PASTOR a DESPERTAR para a Missão. CAMINHANDO COM MARIA, homens e mulheres, de todas as idades, VIGILANTES e UNIDOS NA FÉ foram iluminados pelo FAROL DA BOA NOVA, para fazer das suas vidas caminhos semeados de PEGADAS DE LUZ. Unidos a CRISTO JOVEM, a VIDEIRA verdadeira, como as OBREIRAS, querem ser PEDRAS VIVAS da Igreja, em VIDA PARTILHADA.
Entretanto, a Missão continua, pois a cidade é grande. Há muitos lugares a visitar e encontros a provocar! A Missão está na rua!




Luís Marques

(Equipa Missionária)