quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Santo André acolhe Missão




A paróquia e cidade de Santo André, do Arciprestado e concelho de Santiago do Cacém, recebeu e acolheu o anúncio da Missão Popular a 6 de Maio. A partir de 04 de Novembro até 18, viverá este tempo forte da Missão, contando com a presença da equipa missionária, composta pelos padres Álvaro Cunha e Agostinho, pela Irmã Gorete, Missionária do Espírito Santo, da Zambujeira do Mar, pela Irmã Celina, da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, de Colos e pela leiga Joaquina Dias, de Santa Luzia e membro do Centro Diocesano Missionário.
Esta desafio missionário, vai ser um acontecimento forte para as gentes de Santo André, seus bairros e localidades, neste Ano da Fé e de Sínodo Diocesano. O anúncio, foi feito, pelo responsável pela Animação Missionária da Diocese, P. Agostinho Sousa que, nas eucaristias dominicais convidou para uma oração mais intensa. Ao longo dos meses acompanhou a preparação que se fez a nível pessoal e comunitário. Já aconteceram seis reuniões, com a presença de muitas pessoas (animadores e grupo de apoio) e do Pároco, P. António Novais. Nestes encontros, para além da partilha da Palavra, foi explicado o que é a Missão Popular e o caminho a ser feito neste tempo de intensa e cuidada renovação.
A Paróquia é relativamente nova. Nas últimas décadas teve como párocos uma comunidade de padres Jesuítas. Desde há 3 anos, o P. António Novais, assumiu a paroquialidade de Santo André, estando à frente desta comunidade e dos variados serviços que foram nascendo como resposta às necessidades da população: Centro de Dia, o Ninho (obra que acolhe jovens), o jornal “O Leme” e outras. Na paróquia vive uma comunidade das Franciscanas Missionárias de Maria.

Vigília Missionária de Oração
Como vem acontecendo em todos os Arciprestados da diocese de Beja, desde 29 de Setembro, aos sábados, em lugares escolhidos, foram feitas Vigílias missionárias de oração. O arciprestado de Santiago do Cacém, ficou para o fim e fez coincidir este tempo de oração com o início da Missão Popular. Assim, a três de Novembro, na igreja de Santa Maria, em Santo André, vai acontecer este momento de comunhão e oração, com a presença da equipa missionária e das pessoas das várias paróquias que compõem este arciprestado. A estes, mais uma vez, se juntará um leque grande de gente que, em vários lugares, rezará por esta Missão.
Não é a primeira vez que esta grande cidade vive um momento forte de Missão. Dos anos setenta até hoje, esta será a quarta missão. Com as características de ser uma cidade, formada por bairros distintos e com prédios de vários andares, com uma grande diversidade de áreas a missionar (urbe e alguns lugares, nos arredores), com uma variedade grande de proveniência das pessoas, com horários de turno, além do trabalho intenso dos missionários, esta acção de evangelização exige a presença orante de todos.

Vila Nova de Santo André
É uma cidade portuguesa do concelho de Santiago do Cacém, na região doAlentejo e na sub-região do Alentejo Litoral com 74,32 km² de área e 10 647 habitantes (2011) e com uma densidade de população na ordem dos 143,3 hab/km². Foi elevada a cidade em 26 de Agosto de 2003, sob o nome de Vila Nova de Santo André, permanecendo inserida no município de Santiago de Cacém. Vila Nova de Santo André fica a 12 km de Santiago do Cacém e a 15 km de Sines. A ocupação desta freguesia remonta ao tempo do neolítico como o atestam os materiais arqueológicos recolhidos no lugar do Areal. A idade do Bronze também deixou vestígios de ocupação nas Casas Novas e Cerradinha, margem Este da lagoa de Santo André.
Com o terramoto de 1755, a freguesia "padeceu muita ruína", especialmente nas casas dos moradores, na residência do pároco e na própria igreja, que ficou por consertar até princípio do primeiro quartel do século XIX.
Por volta de 1855 pescadores de Ílhavo e respectivas famílias chegaram à Costa de Santo André, "no recenseamento da população do ano de 1863, existiam na praia de Santo André 6 fogos com um total de 18 pessoas. A lagoa continuou arrendada a particulares até ao ano de 1975, após esta data passa para a gestão do Gabinete da Área de Sines.

Cidade e zonas urbanas
A cidade de Vila Nova de Santo André, que só recentemente tomou a capitalidade da freguesia, não corresponde à antiga aldeia ainda existente e pujante: o burgo original dista 3 quilómetros do austero núcleo urbano criado nos anos 1970 num antigo pinhal.
A nova urbe, que até 1991 não tinha sequer existência administrada como freguesia, é, efectivamente, uma mancha urbana isolada com características de arredor metropolitano de Sines, implantada em plena zona semi-rural alentejana, predominantemente constituída por residentes com forte ligação à cidade industrial de Sines. Foi inicialmente pensada para 100.000 habitantes, criada de raiz para servir de dormitório ao complexo industrial de Sines. A antiga povoação matriz é muitas vezes denominada de Aldeia de Santo André, retroactiva e informalmente, para evitar confusão de nomes. Tem como áreas urbanas Costa de Santo André,Aldeia de Santo AndréGizBrescosDeixa-o-RestoAzinhal.
É esta a história e o terreno da Missão. Mãos à obra e que o Espírito Santo a todos ilumine e fortaleça com a sua presença!

P. Agostinho
CDM/Beja


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Missão Penamaior




Iniciou-se no domingo, dia 30 de Setembro, a Missão Popular Vicentina em Penamaior, freguesia do concelho de Paços de Ferreira. A celebração foi presidida pelo senhor Bispo auxiliar do Porto, D. Pio, que veio administrar o sacramento do Crisma a 29 jovens da comunidade, e foi concelebrada pelos senhores Padres Adolfo, pároco, Álvaro, visitador, e Pereira, missionário.

O senhor Bispo fez o envio dos Missionários, dos Animadores e da Equipa responsável, impondo-lhes a cruz da missão e na paróquia foram constituídas 12 comunidades envolvendo diariamente uma média de 320 pessoas.

A equipa missionária constituída pelo Padre Pereira, CM, pela irmã Maria Adélia Laranjeira, FC, e pelos leigos Manuel e Henriqueta Varela, CMV, visitaram todos dias as comunidades acompanhados por um elemento da equipa responsável.

Na primeira semana, de manhã, o missionário celebrava a Eucaristia com Laudes integradas, participada por muitos paroquianos. De tarde, visitavam-se os doentes e idosos, o Centro de dia e as escolas. À noite, era a vez das comunidades. A paróquia estava aberta à missão. Houve uma criança que convidada pelos missionários a ser ele mesmo missionário respondeu prontamente ao apelo, prontificando-se todos os dias a percorrer a aldeia a convidar os moradores a participar nas assembleias familiares. No momento do testemunho da comunidade, esta confirmou que a criança não tinha faltado ao prometido e que não faltara à comunidade.

No sábado às 20,30 horas foi a celebração com todas as comunidades. A Igreja foi pequena para conter tanto povo, que veio cantando desde a casa onde se reuniu até à Igreja. Cada comunidade entrou a cantar e partilhou a sua vivência. Dois testemunhos: «A comunidade de Santa Marinha, escolheu o nome Fonte Viva, para demonstrar que Deus vive dentro de nossos corações. Pretendemos da fonte que é Jesus alcançar a água viva, que Ele ofereceu á samaritana, para saciar a nossa sede física e espiritual. No decorrer das reuniões todos participamos e interagimos como uma família. Falamos de Jesus, nosso maior amigo; de Maria Sua mãe, a estrela da Nova Evangelização; e da importância da oração. Esta iniciativa, permitiu-nos enriquecer e aprofundar a nossa fé como cristãos, ligarmo-nos uns aos outros e ao Senhor, pois sem Ele nada somos e nada podemos. Pedimos Senhor que nos conceda, mais oportunidades como esta, para que nos permitam, aumentar cada vez mais a nossa fé para sermos melhores cristãos, olhando mais para as necessidades dos nossos irmãos e a entregarmo-nos a Deus Nosso Senhor sem reservas. Dá-nos Senhor, da Tua água, mata a nossa sede e, torna-nos nascente para a vida eterna».

«Foi com alegria que aceitei o convite feito há alguns meses atrás para participar nesta missão. Mesmo sem saber muito bem para o que estava a ser convidada aceitei de imediato. Os meses foram passando e eis que se aproxima o início da missão, começam a surgir as primeiras dúvidas. Será que fiz bem em ter aceitado? Será que estou preparada? Hoje digo, ainda bem que aceitei e participei nesta missão. Quero agradecer á minha comunidade pois sem eles a minha, a nossa caminhada não teria sido possível. Tenho a certeza que hoje, no final desta primeira semana de missão, todos nós sentimos o nosso coração cheio de alegria e fé. Sem dúvida, que nos sentimos mais unidos… Unidos sim. Quando nos foi proposto apresentar um nome para a comunidade não existiram dúvidas que a nossa comunidade seria a “comunidade da união”. Conseguimos partilhar a nossa fé, estar mais próximos de Jesus Cristo e sem dúvida sentimo-nos unidos».
Na segunda semana, de manhã, rezavam-se as Laudes. Seguiam-se as visitas aos doentes e terminava-se o dia com as celebrações temáticas. Segunda-feira valorizou-se a AGUA. Um dos animadores fez um poço, e dois leitores leram o evangelho da samaritana. Na terça-feira com tema LUZ, e com uma procissão de velas até ao cemitério, quisemos associar aqueles que, fazendo parte do povo de Deus da paróquia, nos precederam na fé e já descansam em Deus

Na manhã da quarta-feira celebrou-se no auditório do Centro de dia a eucaristia com unção dos doentes, aberta a toda a comunidade. À noite, o tema foi o FOGO e houve a celebração da reconciliação, na qual participaram mais três sacerdotes que vieram para ajudar neste serviço. Na quinta-feira enalteceu-se a palavra Bíblica e na sexta, dia 12 de Outubro, a figura foi Maria Estrela da Evangelização e fez-se uma procissão das velas até ao cruzeiro.

Nos dois sábados, durante o dia, a irmã Maria Adélia reuniu com as crianças e jovens envolvendo uma média de 300. No último sábado á noite celebrou-se a Festa da Família, tendo 76 casais feito a sua renovação do compromisso matrimonial. Para encerrar a missão colocou-se uma cruz no interior da Igreja feita pelos paroquianos. No domingo a celebração foi para a abertura da catequese paroquial.

Em mês missionário, por excelência, a comunidade paroquial de Penamaior, correspondeu aos apelos feitos e as assembleias familiares vão continuar a reunir-se para que, com toda a Igreja universal, vivam o Ano da Fé, na reflexão e no testemunho de vida.

Henriqueta Varela

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Beja: Almodôvar vai acolher Dia Missionário Diocesano


Iniciativa incluída no plano pastoral 2012-2013 pretende favorecer «uma maior vivência da fé e do compromisso eclesial missionário e caritativo» 

 A Igreja Católica de Beja vai promover no próximo domingo, em Almodôvar, o Dia Missionário Diocesano, inserido no plano pastoral deste ano, que prevê o reforço dos fundamentos da fé cristã no meio das comunidades.

 Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o padre Agostinho Sousa, responsável pelo projeto, adianta que o programa da iniciativa, “variado e interpelativo”, aposta sobretudo “nos mais novos”, através da “partilha de experiências missionárias vividas por grupos de jovens e do lançamento da Obra da Infância Missionária”. 

 Centrado no tema “Chamados a fazer brilhar a palavra da verdade”, o evento tem abertura marcada para as 11h00, no Centro Rodoviário de Almodôvar, e contará com a presença do bispo de Beja, D. António Vitalino. 
A partir das 13h00, vai ser aberta uma “Feira Missionária”, cujo lucro reverterá a favor da construção de uma escola no Chade, país localizado no centro-norte de África e onde a maioria da população vive abaixo do limiar da pobreza. 
 Segundo o padre Agostinho Sousa, o Dia Missionário Diocesano é apenas uma das várias iniciativas que já estão em marcha na região, para favorecer “uma maior vivência da fé e do compromisso eclesial missionário e caritativo”, no meio das populações. 
 Desde Setembro - e até ao “início de Novembro” – “os 6 arciprestados” de Beja (Odemira, Moura, Cuba, Beja, Almodôvar e Santiago do Cacém) têm sido palco de diversas “vigílias missionárias de oração, reforçando laços e abrindo fronteiras para novas iniciativas”, realça o sacerdote. 
 Uma das atividades previstas passa pela criação de uma “corrente de oração que envolve os animadores, as comunidades religiosas, as paróquias, as catequeses e os movimentos”. 
 Outra consiste na “criação de grupos missionário paroquiais”, a partir da congregação de esforços “dos missionários oriundos da diocese, a trabalhar na sua área ou em outros locais de missão” 

O responsável do Centro Diocesano Missionário destaca ainda as missões populares, umas que já decorreram, outras que “estão calendarizadas”, com equipas a serem preparadas para ir para o terreno “lançar o convite, porta a porta, a todos os moradores”. 
 As ações implementadas pela Igreja Católica de Beja, que também pretendem ajudar a preparar o primeiro Sínodo diocesano previsto para 1 de dezembro, não se esgotam apenas em propostas para as comunidades. 
 “Também para os animadores da comunidade estão previstos seis encontros de formação, para que todos possam crescer no conhecimento da verdade do Evangelho e dos ensinamentos da Igreja para melhor poderem transmitir e testemunhar a fé”, adianta o padre Agostinho Sousa. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Anúncio da Missão em Odemira e Boavista dos Pinheiros




No contexto do Dia das Missões e da dinâmica missionária da Diocese, as paróquias de Odemira e suas localidades vão viver um momento forte de Missão: em Odemira será de 10 a 24 de Março e em Boavista dos Pinheiros, de 05 a 19 de Maio.
Nas Eucaristias foi feito o Anúncio deste momento de graça. Num e noutro local, a Assembleia acolheu a mensagem, rezou pela Missão e, em encontros separados, reuniu-se para conhecer melhor o caminho a fazer, o terreno a desbravar, a dinâmica a imprimir, quer neste tempo intenso de preparação que antecede os quinze dias da missão, quer na vivência da pós-missão.
A equipa responsável, os animadores das assembleias, os donos das casas, os visitadores são elementos importantes neste tempo de preparação e por isso ficaram marcados mais cinco encontros para formação, com várias temáticas: o que é a Missão, os ministérios na comunidade do Novo Testamento; a Igreja, comunhão e ministérios; a Missão, seus ministros e ministérios; o Animador, ministro da Palavra. Além da formação, haverá um grande caminho a fazer, desde a divulgação porta a porta à calendarização de acções concretas nas várias áreas e para as diferentes idades ou compromissos.
O dia das Missões, nas paróquias de Santa Maria e do Salvador e na comunidade da Boavista dos Pinheiros foi um dia marcante, cheio de desafios e propostas. A oração pessoal e comunitária, a disponibilidade e entrega de todos farão com que, por terras do rio Mira, se torne bem visível o lema deste dia: “Vive a Missão, transmite a Fé!”

Vigília Missionária
Muitas dezenas de pessoas, das paróquias da vila de Odemira, mas também de S. Teotónio, Colos, Sabóia e de outras localidades próximas, responderam ao apelo lançado pelo Centro Diocesano Missionário e a propósito do Anúncio da Missão Popular, e no contexto do Dia Mundial das Missões, e com muitos homens e mulheres do mundo inteiro, estiveram em comunhão de reflexão e oração, pela missão e pelos missionários. A luz, a Palavra, a tenda, a barca, a água, as cores, o canto, o silêncio, os testemunhos foram sinal e símbolo de uma só fé no mesmo Senhor, que a todos ama e envia.
No final, após a bênção dada pelo Arcipreste, foi entregue a todos, como sinal de envio, uma mensagem, um pequeno papiro, com frases da mensagem de Bento XVI e com um apelo insistente: “Sê missionário, espalha a Boa Nova”! Depois de lida e assimilada a mensagem, cada um ficou mandatado para a entregar este papiro a outra pessoa que, por sua vez, a transmitia a mais pessoas. Era uma pequena chama a iluminar mais corações, mais vidas.
Clara Zacarias

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Missão por montes e mares



Depois do anúncio feito em Abril, aquando da Missão no Malavado e na Azenha do Mar (paróquia de S. Teotónio), as comunidades do Cavaleiro (localidade do cabo Sardão) e da Fataca, da mesma paróquia preparam-se para a Missão Popular. Nos meses de Setembro e Outubro, o grupo de animação missionária, formado por mais de uma dezena de pessoas, continuou a sua formação e já calendarizou os passos a dar até ao início da Missão. Cada uma das duas equipas que é constituída por cinco ou seis pessoas (sacerdote ou diácono permanente, missionárias espiritanas e leigos), começou o trabalho intenso e difícil do anúncio, porta a porta, da Missão.
O Cavaleiro é uma pequena povoação pertencente à freguesia de S.Teotónio, concelho de Odemira. As actividades económicas principais nesta região são: a agricultura, pecuária, pescas e mais recentemente o turismo.
Se a tarefa, nos aglomerados habitacionais é mais fácil, no que diz respeito aos ‘montes’, o contacto torna-se mais difícil pois há distâncias a vencer enão se deixar atemorizar com os ‘guardas’ da casa que não se calam e podem morder. Em reuniões havidas no início e meados de Outubro, com a presença do responsável diocesano das Missões, fez-se a calendarização das acções a desenvolver. Além das assembleias familiares e das celebrações comunitárias, a vertente da catequese nos montes e casais distantes é uma opção prioritária. Há famílias que vivem longe, com dificuldade em se deslocar à aldeia, à noite. Assim, durante o dia, as equipas missionárias marcarão encontro familiar, levando a mensagem de Jesus, a todos os que abrirem as suas portas.
Cavaleiro, desde 10 de Junho de 2005, tem a sua igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição, fará a festa da padroeira, a encerrar a Missão. No início, a bênção da nova imagem da Imaculada, mobilizará a população residente e acompanhará os trabalhos da Missão, com a sua protecção e o seu exemplo de missionária e visitadora, ao levar Jesus ao encontro dos seus familiares Isabel e Zacarias, residentes nos montes da Judeia. 

Grupo Missionário de S. Teotónio
15OUT

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

“A pregação do Evangelho é um dever que incumbe à Igreja” (EN, 5)




1. Na sua mensagem para o 86º Dia Missionário Mundial, a celebrar no próximo dia 21 de Outubro, o Papa Bento XVI recorda os 50 anos do início do Concílio Vaticano II (11 de Outubro de 1962), a abertura do Ano da Fé, que se estende de 11 de Outubro próximo a 24 de Novembro de 2013, o Sínodo sobre a Nova Evangelização para a transmissão da Fé Cristã, a decorrer em Roma de 7 a 28 de Outubro próximo, e desafia a Igreja a calcorrear as estradas do mundo com o mesmo ímpeto missionário das primeiras comunidades cristãs, lembrando-nos que «a pregação do Evangelho não é para a Igreja um contributo facultativo, mas um dever que lhe incumbe» (Evangelii Nuntiandi, n.º 5).

2. Neste sentido, o Papa Bento XVI exorta-nos a refazer as pegadas de São Paulo e o itinerário espiritual da mulher da Samaria (João 4) que, pedagogicamente conduzida por Jesus, abandona o cântaro antigo, que só servia para transportar água antiga, e corre à cidade, não para fazer afirmações paralisantes, mas para deixar no ar um convite e uma fina interrogação que põe a cidade a caminho de Jesus: «Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Não será ele o Cristo?» (João 4,29).

3. É ainda muito significativo que Bento XVI ponha diante de nós o ímpeto missionário das primeiras comunidades cristãs que, sendo embora pequenas e indefesas, souberam, pelo anúncio e pelo testemunho, difundir o Evangelho em todo o mundo conhecido de então.


4. Passemos então os olhos, com particular atenção e carinho, pelo retrato da Igreja-mãe de Jerusalém, tal como nos chega pela paleta de tintas do Autor do Livro dos Actos dos Apóstolos: «2,42 Eram perseverantes no ensino dos Apóstolos e na comunhão, na fracção do pão e na oração. [...] 44Todos os que acreditavam estavam no mesmo lugar e tinham tudo em comum. [...] 46Todos os dias frequentavam juntos o Templo, e partiam o pão em cada casa, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração, 47 louvando a Deus e tendo graça junto de todo o povo. E o Senhor acrescentava em cada dia o número dos que estavam a ser salvos» (Act 2,42.44.46-47).

Trata-se de uma visita guiada à primeira Catedral da Igreja nascente – mas com ramificações em todas as casas, em todos os corações –, bem assente em quatro colunas: o ensino dos Apóstolos (1), a comunhão fraterna (2), a fracção do pão (3) e a oração (4). Com a boca cheia de louvor, os olhos de graça, as mãos de paz e de pão, as entranhas de misericórdia, a comunidade bela crescia, crescia, crescia. Não admira. Era uma comunidade jovem, leve e bela, tão jovem, leve e bela, que as pessoas lutavam para entrar nela!

5. É uma comunidade bela, fecunda e feliz, que cuida de si, da sua imagem, mas que não está voltada sobre si, mas para fora, luz que alumia quer os que estão na casa (toîs en tê oikía) (Mt 5,15) quer os que entram na casa (hoi eisporeuómenoi) (Lc 8,16; 11,33), dando testemunho da sua bela identidade, sem peias nem vergonha, no meio de um mundo hostil e agressivo. Testemunho diz-se em alemão Zeugnis, testemunhar diz-sezeugnen. Mas zeugnen significa também gerar, sendo mesmo o seu primeiro significado. Então, testemunhar é gerar novos filhos e filhas (Porta Fidei, n.º 7), fazer nascer com o nosso testemunho e a dádiva da nossa vida novas vidas cheias de Cristo, novas teias de esperança e de sentido.
6. O Papa faz-nos olhar depois para a Igreja missionariamente renovada do Concílio, para nela vermos um sinal luminoso de Cristo para todos os continentes. Mas apela logo à Igreja de hoje para que não esmoreça no seu dinamismo missionário, mas o renove, pois está a aumentar o número daqueles que não conhecem Cristo.
De facto, em 1965, o Concílio fala em 2.000.000.000 de não cristãos (Ad Gentes, n.º 10).
Vinte e cinco anos depois, em 1990, o Papa João Paulo II refere que esse número quase duplicou (Redemptoris Missio, n.º 3), número que a missiografia precisa em 3.449.084.000. Em 2000, esse número subia para 4.069.672.000. Em 2006, o número de não cristãos sobe para 4.373.076.000. Para 2025, prevê-se que esse número atinja os 5.220.896.000.
Decididamente, não podemos continuar a olhar para este mundo de braços cruzados. Temos de o amar e evangelizar. À maneira de Cristo.

+ António Couto
Presidente da Comissão da Missão e Nova Evangelização

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Festa de Santa Margarida e anúncio da Missão Popular




A Paróquia de São João de Negrilho celebrou festivamente a Festa em honra de Santa Margarida, uma das grandes devoções da freguesia, este ano já com a nova imagem benzida no passado mês de Junho, na Festa em Honra do Padroeiro, São João Batista.

No Domingo XVII Comum do Tempo Comum e dia de Nossa Senhora do Rosário, os paroquianos foram convidados a participar na Procissão, em cortejo automóvel, em honra de Santa Margarida e Nossa Senhora do Rosário, entre a Capela de Nossa Senhora dos Pobres, onde se encontra exposta à veneração a imagem de Santa Margarida, com passagem pela Igreja Paroquial, onde está a Imagem de Nossa Senhora do Rosário, para aí seguirem para a Ermida de Santa Margarida, situada a cerca de 10km da sede da Paróquia.

Chegados à Ermida de Santa Margarida, foi recitado o Terço em louvor de Nossa Senhora do Rosário, seguindo-se a Eucaristia Dominical presidida pelo Pároco, com canto litúrgico animado, como sempre, pelo Coro Paroquial.

O Pe. Agostinho, da Congregação dos Padres Vicentinos ou Congregação da Missão e diretor do Centro Diocesano Missionário, fez o anúncio da Missão Popular que vai ter lugar na Paróquia, no próximo mês de Abril de 2013, e exortou os presentes para rezarem pela Missão Popular, e de modo especial, neste mês de Outubro, o chamado mês das Missões.

No final da tarde, antes do sol se pôr, as Imagens de Santa Margarida e de Nossa Senhora do Rosário, regressaram, novamente em cortejo automóvel às suas capelas, passando pelos três aglomerados populacionais que formam a freguesia, Jungeiros, Montes Velhos e Aldeia Nova, terminando na Capela de Nossa Senhora dos Pobres, com a recitação da Oração da Missão Popular, proferida pelo Pe. Agostinho, e com a bênção do Pároco.
Tiago Pereira - Aljustrel

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sínodo: Transmissão da fé é desafio


O presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização em Portugal disse à ECCLESIA que o “problema” na transmissão da fé está do lado de quem anuncia, pedindo “fidelidade” à mensagem original de Jesus.
“O problema não estará tanto do lado das pessoas que não querem ouvir, mas no nosso lado, que anunciamos em nome próprio, juntamos as nossas opiniões, damos uns retoques de última novidade”, refere D. António Couto, em entrevista hoje publicada.
O bispo de Lamego considera que a demasiada preocupação “com as últimas novidades, com as últimas fórmulas” leva a esquecer o “fundamento que é Jesus Cristo”.
“O Evangelho de Jesus, como Ele o diz e o faz acontecer, é a metodologia mais revolucionária que conheço”, sustenta o prelado, para quem não é “necessário inventar coisas novas, nem em termos de métodos nem de expressões”.
Esta metodologia, acrescenta, supõe uma Igreja com “bons líderes”, do clero aos leigos, que “não indiquem caminhos abstratos às pessoas, mas que caminhem com elas”.
D. António Couto vai participar na 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que vai decorrer entre os dias 7 e 28 deste mês, no Vaticano, sobre o tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’.
Antecipando as preocupações que vai transportar, o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização admite que o “adjetivo novo” pode “trair” os católicos.
“Não precisamos de ser novos noutra dimensão. Temos de ser novos com Jesus. Diria mesmo: novos como Jesus foi, completamente novo no seu tempo”, explica.
Para este responsável, é necessária “fidelidade” ao modelo e à vida de Jesus para implementar uma “nova maneira de presença cristã no mundo”.
O bispo de Lamego admite que a expressão “nova evangelização” visa sobretudo o “Ocidente descristianizado, assético, indiferente, anestesiado”.
“Por isso é preciso nova força, nova dinâmica, nova capacidade de nos colarmos mais a Jesus Cristo para sermos capazes de levar a sua mensagem às pessoas de hoje, quer às crentes que precisam de ser confirmadas e formadas na sua fé, quer àquelas que não acreditam ou que nunca foram despertadas para isso”, observa.
D. António Couto sublinha, a este respeito, que a Igreja Católica “não pode ser aérea e etérea”, mas tem de estar “plantada no meio das pessoas”, através de uma “rede no terreno” que assuma esse trabalho.
Em relação ao próximo Sínodo, o prelado espera que a assembleia de bispos possa “encontrar um fio condutor” para abordar a “vastidão de ideias e problemas existentes”.
O bispo de Lamego, que vai participar nesta reunião magna em nome da Conferência Episcopal Portuguesa, juntamente com D. Manuel Clemente, bispo do Porto, conta levar ao Vaticano “três ideias” fundamentais.
“Viver em Igreja é viver em sínodo, no caminho, na casa, reunidos, em conjunto; a Igreja é uma Igreja que anuncia, da anunciação, que anuncia completamente vinculada a Jesus, porque o anunciador não diz tanto a sua mensagem ou a sua opinião, mas diz a mensagem de quem os envia, no nosso caso a Jesus; a Igreja é uma Igreja da fidelidade, não tanto da novidade”, revela.
PR/OC

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

TRÊS OLHARES E UM CORAÇÃO CENTRADO NA MISSÃO



Cada ano, o mês de Outubro oferece-nos um tempo especial para vivermos com entusiasmo a nossa fé e nos empenharmos com coragem e ardor na missão da Igreja. Este ano, temos razões acrescidas para vivermos este mês centrados na missão, estimulados por três eventos missionários: o Aniversário dos cinquenta anos do Concílio Vaticano II, o Sínodo sobre o tema da Nova Evangelização e a Abertura do Ano da Fé.

Tomando estes três eventos, proponho que este mês missionário seja vivido sob o tríplice olhar missionário:






Um olhar agradecido. Fazemos memória dos cinquenta anos do Concílio Vaticano II que nos deixou um legado inestimável e que continua hoje a ter o seu impacto na vida e missão da Igreja. Daquele sonho do papa João XXIII que esperava que o Concílio fosse “uma lufada de ar fresco” para a Igreja, permanece a visão de comunhão, de diálogo aberto e confiante com o mundo.

Na dimensão missionária recordamos a experiência enriquecedora da universalidade da Igreja manifestada pela presença multicolor de raças e culturas jamais vista no Vaticano. Foi esta presença nova e cheia de paixão pela difusão do Reino que fez entender à Igreja a sua natureza missionária. O Decreto Ad Gentes, torna-se, assim, o porta-voz desta sua consciência missionária (Ad Gentes, 2), que ao longo destas décadas foi desenvolvida por uma reflexão teológica fecunda, renovando sempre a validade da missão e o apelo ao compromisso de todos, como “um dever que incumbe a toda a igreja” e, não só…mas “também hoje a missão ad gentes deve ser o constante horizonte e o paradigma por excelência de toda a actividade eclesial”. Assim, a partir da sua consciência missionária, a Igreja sente-se sempre em estado de missão, “enviada por Cristo pelas estradas do mundo para proclamar o seu evangelho a todos os povos” (Porta Fidei 7).




Um olhar confiante no futuro. O próximo Sínodo – de 7-28 de Outubro –, sobre “a nova evangelização para a transmissão da fé cristã” põe-nos perante a urgência do anúncio de Jesus Cristo e do Seu Reino no presente contexto – em acelerada transformação – em que vivemos hoje a nossa fé. Nestes últimos anos, o nosso contexto sócio-cultural tem sido submetido a mudanças significativas e imprevistas cujos efeitos – veja-se a crise económico-financeira – são bem visíveis e activos nas nossas respectivas realidades locais. E a Igreja tem sido directamente afectada por essas mudanças.

Assim, se, por um lado, evangelizar faz parte da razão de ser da Igreja, e a Igreja jamais interrompeu o caminho da evangelização porque vive sempre em estado de missão, também é verdade, por outro, que ela deve responder com criatividade positiva a este novo contexto sócio-cultural que, neste nosso mundo ocidental, manifesta um processo progressivo e preocupante de descristianização e de perda de valores humanos essenciais.

Confiantes no protagonista da missão, o Espírito Santo, querem assumir uma atitude de discernimento para transformar os mais variados contextos de evangelização (secularização, fenómeno migratório, mistura de culturas, dimensão política e económica, investigação científica …) em lugares de testemunho e de anúncio do Evangelho. Onde estiver um cristão, aí está um evangelizador!



Um olhar amoroso. A abertura do Ano da Fé, neste mesmo mês missionário, oferece-nos a referência fundamental para viver o mês (e o ano) em chave missionária. Efectivamente, neste ano da fé, vamos ser lembrados de que a missão é uma questão de fé, de confiança, “no mistério de Deus, que se revelou em Cristo para nos trazer a salvação”; é também uma questão de anúncio e testemunho do seu amor ao mundo e pelo mundo. Bento XVI exprime-o bem com estas palavras da sua mensagem: A fé em Deus, neste desígnio de amor realizado em Cristo, é antes de tudo um dom e um mistério a receber no coração e na vida e pelo qual agradecer sempre ao Senhor. Mas a fé é um dom que nos é dado para ser compartilhado; é um talento recebido para que produza frutos; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a casa. É o dom maisimportante que nos foi feito em nossa existência e que não podemos guardar para nós mesmo”. Efectivamente, Fé e Missão constituem a identidade da Igreja.

Neste ano, e particularmente neste mês missionário, somos convidados a “renovar o entusiasmo de comunicar a fé para promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã que estão a perder Deus como referência, a fim de redescobrir a alegria de crer”.



Com um coração centrado na missão. Neste contexto histórico em que vivemos não podemos desperdiçar energias. Enraizados na fé, ousamos sair de nós mesmos, da nossa zona de conforto, queremos atravessar o outro lado da rua ou partir para terras distantes, para ir ao encontro do “outro” com a paixão da missão no coração.

Se o nosso coração estiver centrado na missão, não nos faltarão, certamente, oportunidades de evangelização e de anúncio através de uma “caridade operativa” feita de gestos credíveis de proximidade e solidariedade. «Não devemos ter medo de sujar as mãos, ajudando os miseráveis da terra: para que servirá ter as mãos limpas, se as temos no bolso?» (Cardeal Ravazi, Maio, Fátima)

Que Nossa Senhora, estrela da missão, nos ajude a abrir o nosso coração às riquezas insondáveis da nossa fé, percorra connosco as estradas da missão e torne a Igreja toda missionária. A todos, um mês missionário fecundo.

P. Alberto Silva, MCCJ

Presidente dos Institutos Missionários Ad gentes (IMAG)

in Outubro Missionário 2012