terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nossa Senhora das Graças – 27 de Novembro


A segunda aparição de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré realizou-se no dia 27 de Novembro de 1830 (a primeira foi a 18 de Julho desse ano), sábado antes do primeiro domingo do Advento. Neste dia, estando a venerável irmã na oração da tarde na Capela da Comunidade, rua du Bac, Paris, a Rainha do Céu mostrou-se, primeiro, junto ao arco cruzeiro, do lado do ambão, onde hoje está o altar da" Virgo Potens", e depois por detrás do Sacrário, no altar-mor.

"A Virgem Santíssima, - diz a irmã Catarina - aparece e estava de pé sobre um globo, vestida de branco; véu branco a cobrir-lhe a cabeça, manto azul prateado que lhe descia até aos pés. As suas mãos erguidas à altura do peito seguravam um globo de ouro, e por cima do globo havia uma cruz... Tinha os olhos erguidos para o céu, e o seu rosto estava iluminado enquanto oferecia o globo a Nosso Senhor Jesus Cristo”.



Senhora do Globo

Enquanto A contemplava, Catarina ouviu uma voz que lhe disse: "Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que mas pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais delgados correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.“

Enquanto Maria estava rodeada duma luz brilhante, o globo desapareceu das suas mãos. Formou-se então em torno da Virgem um quadro, em forma oval, em que estavam escritas em letras de ouro estas palavras: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós".

Então uma voz se fez ouvir que dizia: ’'Manda cunhar uma Medalha por este modelo; as pessoas que a trouxerem indulgenciada, receberão grandes graças, mormente se a trouxerem ao pescoço; hão-de ser abundantes as graças para as pessoas que a trouxerem com confiança.“



Vinde aos pés deste altar

E continua a jovem irmã Catarina Labouré: “No mesmo instante, a imagem luminosa transformou-se. As mãos carregadas de anéis, que seguravam o globo baixaram-se, e abrindo-se, despejaram raios, sobre o globo em que a Virgem pousava os pés, esmagando a serpente. Depois, o quadro voltou-se, mostrando no reverso, ao centro, a letra M (monograma de Maria), por cima do M, uma cruz sobre uma barra; por baixo do monograma havia dois corações: o da esquerda, cercado de espinhos, o da direita, transpassado por uma espada. Eram os corações de Jesus e Maria. Por fim, uma constelação de doze estrelas, em forma oval, cercou este conjunto”.

O primeiro Papa a aprovar e abençoar a Medalha Milagrosa (como começou a ser chamada pelo povo) foi o Papa Gregório XVI, confiando-se à protecção dela e conservando-a junto de seu crucifixo. Pio IX, seu sucessor, o Pontífice da Imaculada, gostava de dá-la como prenda particular da sua benevolência pontifícia.

Graças a esta difusão prodigiosa, foi-se radicando mais e melhor no povo cristão a fé no dogma da Imaculada Conceição de Maria, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX. A partir daí Nossa Senhora ficou também conhecida por Nossa Senhora da Medalha Milagrosa ou Nossa Senhora das Graças.

Das aparições da Rue du Bac nasceram duas Associações A Juventude Mariana Vicentina e a Associação da Medalha Milagrosa (AMM), presentes em muitos países do mundo inteiro, incluindo Portugal. Nas Missões Populares, “o tesouro da Medalha Milagrosa” é entregue a todos os participantes na celebração “Maria, estrela da Evangelização” e nas visitas aos doentes.

Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO




Ó Maria concebida sem pecado,

rogai por nós que recorremos a vós



Senhora da Medalha Milagrosa,

a Santa Catarina revelada:

ó Senhora das Graças, Mãe ditosa,

conservai nossa vida imaculada.


A quem trouxer com fé vossa medalha,

a todos os que cantam vossas glórias,

ó Senhora do mundo, imaculada,

transformai nossas lutas em vitórias.


Senhora, Virgem Mãe imaculada,

isenta de pecado original:

vossa vida foi toda para Deus,

num só gesto de entrega sem igual.





P. Agostinho Sousa, CM

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Grupo Missionário paroquial de S. Teotónio anima Missão no Cavaleiro e na Fataca



Na tarde do dia 24 de Novembro as comunidades do Cavaleiro e da Fataca, pertencentes à extensa paróquia de S. Teotónio acolheram a Missão que se prolonga até ao dia 8 de Dezembro. Após um tempo de preparação e de um intenso porta a porta pelos agregados familiares dos centros habitacionais e, sobretudo, pelos montes dispersos, chegou o dia do Envio.


Esta Missão tem a particularidade de ser animada pelo Grupo Missionário paroquial (GMP) de S. Teotónio, liderado pelo pároco, P. Abílio, pelo diácono José Inácio e pelas 3 Irmãs Espiritanas da Zambujeira do Mar e composto por mais uma dúzia de pessoas da paróquia e de algumas das aldeias da periferia. Este grupo, no sentir e impulso da Carta dos Bispos sobre o Rosto missionário da Igreja (nº 20), tem feito uma caminhada de encontros de formação geral e específica para o desempenho e vivência desta tarefa.
No Cavaleiro, na Eucaristia de Envio, os animadores, depois do rito da imposição das mãos, receberam a cruz, símbolo da Missão. Presidiu à Eucaristia o Pároco, sendo concelebrante o Director do Centro Diocesano missionário que fez a homilia e o envio. No ofertório solene foram levados ao altar, além do pão e do vinho, vários sinais e dons, a começar pelas catequeses que serão a base de reflexão nas Assembleias Familiares. Estão previstas 3 Assembleias no Cavaleiro e 2 na Fataca. No final da Eucaristia foi feita a bênção e coroação da Imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Igreja do Cavaleiro.
De seguida, a equipa missionária e os animadores rumaram até à Fataca, para as instalações da antiga escola primária, onde já se encontrava a comunidade reunida, junto ao andor da Imaculada Conceição, trazido de S. Teotónio. Aqui, após um cântico de louvor, da apresentação dos animadores, da alocução dos padres presentes, convidaram-se as pessoas para as assembleias e foram apresentados os objectivos da Missão. Seguiu-se a oração do terço e a bênção final.
A Missão está na rua, nos montes, nas casas. Que os animadores, com a presença terna da Mãe de Deus e da Igreja, sejam dóceis ao Espírito que os envia e se tornem instrumentos nas mãos de Deus para levar a bom termo e a dar frutos a Missão que agora começou!


P. Agostinho Sousa
CDM/Beja

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

MISSÃO POPULAR EM VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ





A convite do Padre Agostinho, missionário vicentino e responsável pelo Centro Diocesano Missionário, fiz parte duma equipa missionária constituída por cinco pessoas: Padre Agostinho e Padre Álvaro, vicentinos, Irmã Celina, da Congregação do Bom Pastor, Irmã Gorete, Espiritana e eu, leiga da paróquia de Santa Luzia.

A Missão decorreu de quatro a dezoito de Novembro, tendo sido preparada com muita antecedência pelo Padre Agostinho em colaboração com o pároco, o Padre António Novais que não se poupou a esforços para anunciar a Missão.

No domingo, dia 4 de Novembro, na Eucaristia do Envio os Missionários e os animadores das comunidades após a imposição das mãos, receberam a Cruz da Missão, símbolo do envio, força e presença de Cristo. Na noite de sábado houve uma vigília missionária.

Na segunda-feira, dia 5, fizemos o reconhecimento de todas as comunidades formadas em número de onze que funcionaram em lugares públicos e em casas particulares. Nas comunidades formadas, durante a 1ª semana, trabalharam-se os seguintes temas: “A Religião preocupa – nos? Ela o que é?”;“Jesus, o Filho de Maria é o Redentor”; “Maria, Mãe da Família Cristã” e “Nós, que cremos em Jesus, formamos uma grande família”.

A equipa missionária, além de visitar regularmente pessoas idosas e doentes, todas as noites, visitava as várias comunidades para ouvir testemunhos e incentivar a partilha.

No sábado, dia 10, tivemos a visita do Senhor Bispo, que connosco rezou as Laudes, visitou doentes, teve encontros com jovens, com crismandos e crismados. Ainda participou num magusto muito animado, organizado pelos escuteiros e catequistas.





Comunidade das Comunidade: partilha e testemunho

No domingo, dia 11 foi o encontro: COMUNIDADES de comunidades. As nove comunidades formadas durante a Missão apresentaram os respectivos cartazes e símbolos com os fundamentos bíblicos em que se basearam para a escolha. Comprometeram-se em continuar as reuniões com temas próprios pós-missão. Com os nomes apresentados, o P. Agostinho sintetizou a partilha das comunidades desta forma: “ Em cadaDespertar, como PeregrinosSentinelas, envolvidos pelo calor do Sol Nascente e da Teia da Fé, alimentados pelos frutos daSeara e daVideira, seremos Pedras Vivas e construtores da Paz”.

Na segunda semana, de segunda-feira a sábado, às 21 horas, na Igreja Paroquial de Santa Maria, foram apresentadas as seguintes celebrações temáticas: PALAVRA, LUZ, ÁGUA, PERDÃO, FAMÍLIA, MARIA. Nestas celebrações tiveram parte activa os elementos que integraram as comunidades criadas na Missão Popular. No último sábado aconteceu o 5º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade, subordinado ao tema “Ano da Fé e Missão”, orientado pelo Vigário-Geral da Diocese de Beja

No domingo, dia 18, houve o encerramento da Missão, com a Eucaristia presidida pelo Nosso Pastor, e concelebrada pelos padres missionários e pelo pároco, tendo sido crismadas oito senhoras. Houve o almoço partilhado com apresentação em Powerpoint do registo das actividades realizadas na Missão.



O que foi para mim a missão


Eu senti que a Missão não é “ir para a Missão” mas é estar sempre em Missão, pondo em prática a Palavra de Deus, através de gestos de solidariedade, de partilha, de acolhimento e de atenção aos outros, na visita aos doentes, idosos e fragilizados. É dar e dar-se. Nesta Missão eu recebi muito mais do que dei.

Agradeço ao senhor padre Novais pelo apoio que sempre nos deu. Apesar dos seus muitos trabalhos na paróquia, esteve sempre connosco em todas as actividades missionárias; aos escuteiros, catequistas e a todas as pedras vivas da Igreja de Santo André e de Santa Maria que, apesar das suas actividades profissionais, trabalharam arduamente para que nada faltasse; aos que prodigalizaram todo o bem-estar à equipa missionária, desde a instalação no antigo “Farol”, às refeições nas suas casas, onde se abriram as portas e o coração.

Que o Senhor da Messe a todos abençoe e faça frutificar todo o trabalho em prol da Missão!


Joaquina Filipa Dias, Leiga da paróquia de Sta Luzia/Odemira

1ª Experiência Missionária

REUNIDOS E UNIDOS PELA MISSÃO DE JESUS




“Ide e ensinai todas as nações!”                         

A missão de Cristo continua através dos séculos na sua Igreja. Depois de rezar ao Pai, reuniu os seus Apóstolos a quem chamou amigos e enviou-os para serem testemunhas e transmissores da missão que o Pai lhes confiou. Deu-lhes um Mandamento Novo, revelando os segredos mais íntimos do seu coração, o segredo mais profundo de vida em comunhão com a Trindade Divina, Mistério insondável de Deus! Recomendou-lhes o amor mútuo e que, por este motivo, seriam conhecidos. E enviou-os em missão: “Ide, pois, ensinai todas as nações batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. Eu estarei convosco até ao fim do mundo.” (Mt.28,19-20)



O grupo missionário

Era constituído pelo Pe. António Novais, pároco residente, pelo Pe. Agostinho (cabeça da equipa) e responsável diocesano pelo Centro Diocesano Missionário da Diocese de Beja, pelo Pe. Álvaro, provincial dos Padres Vicentinos, em Portugal, pela Irmã Gorete (Espiritana) com caminhada de outras missões, pela Irmã Celina Fraga, (Religiosa do Bom Pastor) e pela Joaquina Dias, da paróquia de Santa Luzia.



O vaivém da Equipa

Embora as duas últimas missionárias já se conhecessem, participar numa Missão Popular era para nós uma experiência nova e interrogativa: “o que fazer?” “Como fazer?” Como quem abre os olhos, aprender para ser úteis dentro das nossas possibilidades e limitações.

Foi interessante a nossa caminhada, porque enquanto nos sentíamos um pouco debruçadas sobre nós mesmas íamos descobrindo o nosso lugar como evangelizadoras; à Joaquina, a tensão arterial foi fora do normal, tendo que ir mesmo às urgências do Hospital Litoral Alentejano. Da minha parte reagi dizendo algumas vezes: “ não era preciso tanta gente!”, “que até estávamos a dar muito trabalho às pessoas!”.

Os Missionários, habituados a estas e outras “inseguranças” sorriam, e ao mesmo tempo, atentos ao que isto ia dar. Quando a Ir. Gorete teve que sair, virou-se uma nova página. A nossa preocupação foi responder por nós e querer também fazer o seu lugar para que nada faltasse. Seguidamente, foi a vez do P. Agostinho sair, para fazer uma cirurgia (septoplastia), marcada há poucos dias para esta data. (Parecia-me que não deveria ser nesta ocasião segundo a minha maneira humana de ver as coisas, etc. etc.). Como tive que ir a Fátima a uma reunião da Congregação do Bom Pastor e não podia faltar, senti uma responsabilidade de tudo e de todos. Então “vinguei-me” em rezar com intensidade em todo o tempo e lugar, pedindo ao Céu e à terra. Se encontrava pessoas conhecidas, pedia oração para os que ficaram na frente da missão para que tudo corresse bem. E também para que Nossa Senhora enviasse os seus Anjos ao hospital para que o P. Agostinho recuperasse o mais depressa possível. (Parece que Deus ouviu).

Ao longo de toda missão notei que Deus não precisa de nós porque é Ele quem faz tudo, apenas quer a nossa disponibilidade e generosidade, fazendo tudo com muito amor; quer as coisas grandes, quer as mais pequenas, levando-nos assim a compreender o seu projecto de Salvação e de amor que tem sobre nós. Pela nossa impotência e fragilidade vamos descobrindo quanto Deus nos quer bem e nunca se impacienta connosco. E por isso tudo são lições que nos ajudam a caminhar mais para Ele e para os Irmãos.



O meu chamamento

Jesus ao chamar-me para O seguir mais de perto, (até já antes) fascinou-me o mandato de Jesus “ide”. Logo depois da primeira formação fui convidada a partir para Angola, dos 26 aos 46 anos de idade. Foi uma missão, e apaixonante. Este ardor da missão nunca me faltou, embora depois que regressei, tivesse outros contornos diferentes. Sempre belos, onde me senti sempre muito feliz dando o meu melhor: na comunidade, no apoio à família, quer tratando das Irmãs que precisavam dos meus serviços, quer depois no Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Fátima, como enfermeira no Posto de Socorros. Foram momentos altos, que muitas vezes parecia tocar o Divino e o Inefável; por vezes nas multidões, na relação da partilha de tantos testemunhos dos Peregrinos, dos Médicos católicos que, desinteressados e felizes, atendiam a todos com o amor e ternura de Maria. O mesmo testemunho de tantos outros Voluntários, Trabalhadores, Servitas, etc. Alguém dizia: “ Fátima é uma universidade aberta”. Aprende-se a santidade com os pequeninos. Basta dizer como Nossa Senhora ensinou a oferecer: “Ó Jesus, é por vosso amor e pela conversão dos pecadores!”.



A missão em Vila Nova de Sto. André

Foi uma vivência profunda para mim mesma: estar, de novo, completamente voltada para a Missão da Igreja, presente na diocese de Beja, que hoje continua no aqui e agora; procurando testemunhar com simplicidade, alegria e amor, pois, como diz o Santo de Assis “é dando que se recebe!”.

Achei a comunidade Paroquial de Santo André bem estruturada, a começar pelo seu pároco: uma pessoa dinâmica, apostólica, simples e humilde como quem tudo aprende, sendo ele o responsável da Pastoral diocesana. Os seus colaboradores mais próximos, Catequistas, Escuteiros, Animadores das comunidades ou Assembleias Familiares, foram todos incansáveis ajudando em tudo o que lhes era pedido.

Pessoas bem preparadas, conscientes da missão que lhes foi confiada, eram os missionários do terreno, tudo fizeram pelo melhor e para que a missão desse os frutos saborosos de salvação e vida.

A participação não foi de multidões mas sim um número suficiente para o fermento levedar. Foi belo ver as famílias que nos serviram as refeições a tempo e horas, receber-nos sempre com carinho, amizade, bondade, alegria. Foram momentos de partilha fraterna. Quase todos achavam o tempo muito reduzido, querendo partilhar a vida pessoal, familiar, as alegrias e as angústias que pudessem existir.



Doentes

É sempre momento importante para mim contactar com os doentes, com os mais frágeis porque podem partilhar com alguém que os ama nas suas dores, angústias, limitações, aborrecimentos e, muitas vezes, na sua solidão. Ao mesmo tempo, manifestam confiança, resignação que lhe vem da fé em Jesus Cristo que tanto nos amou e se entregou por nós para sermos curados e libertados do maior mal que nos oprime, o nosso pecado.

Ficaram felizes e com maior esperança, sobretudo aqueles que se prepararam e receberam a visita do senhor Bispo, D. António Vitalino, o qual lhes administro a Santa Unção de cura e de consolação.



Agir na missão de Cristo e da Igreja

A Missão foi uma experiência de partilha de dons, de novos amigos e amigas no Senhor, foi um viver em comunidade diferente mas, escolhida por Deus, para actuar e agir na missão de Cristo e da Igreja, levando a Boa Notícia que Jesus está Vivo e é capaz de nos fazer felizes, neste tempo e neste lugar, através do seu Sacrifício Eucarístico que se renova continuamente.

As celebrações foram bem preparadas e vividas por todos os que nelas participaram; pelos símbolos, sinais e vivências de cada um, foi possível viver e partilhar, levando todos os dias para casa como um resumo, um compromisso comunitário.

No fim alguns diziam: “estou encantada com a missão”, “ gosto tanto dos missionários, quem dera que ficassem mais tempo connosco”, “isto havia de ser todos os anos”, “é uma alegria estarmos todos unidos e reunidos a viver a nossa fé”.

O ponto alto da caminhada foi a presença do nosso Bispo, o Crisma de oito senhoras e o almoço partilhado entre todos. Cada um saiu alegre pelas maravilhas que Deus operou em todos e em cada um, com vontade de continuar a celebrar, evangelizar e comprometer-se.


Colos, 20-11-2012

Irmã Celina Fernandes Fraga

(1ª Missão Popular)




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A Missão, começou agora, em Santo André




 “Evangelizar, celebrar, comprometer-se” eram as palavras-chave para a Missão Popular que decorreu em Vila Nova de Santo André, de 04 a 18 de Novembro. Eram bem visíveis no cartaz de anúncio e traziam consigo mais uma tríade de desafios: “Missão, participação, corresponsabilidade”.


Ao longo de seis meses houve intensa e cuidada preparação. Desde cedo se percebeu que as dificuldades seriam imensas por causa da dispersão, das raças e culturas, dos horários laborais por turnos e de um sem número de razões com maior ou menor peso. Além do tecido urbano, nos seus vários e diferentes bairros, apenas foi possível avançar para o exterior, concretamente, para Deixa-o-Resto e Aldeia, tendo ficado de fora alguns montes e pequenos aglomerados populacionais.

Cidade pensada em grande, tem pouco mais de 10.000 habitantes, voltados para os empregos em Sines, ou então, regressados das antigas colónias e agora a viver um tempo de descanso, após anos de trabalhos e tormentas. A vida vai palpitando na gente nova, a correr para as escolas ou para as muitas actividades complementares e sedutoras. As relações de vizinhança e proximidade, mesmo havendo o Dia do Vizinho, são ainda muito ténues e quase exclusivas a um restrito grupo de amigos ou de conhecidos.

A paróquia de Santa Maria, com igreja sagrada em 1993, está a construir-se. Nova em idade, possui um outro centro de culto, no Bairro Azul, onde se encontram instaladas algumas das suas obras sociais (Farol e, até há pouco, o Esquilo), bem como o Jornal “O Leme”, o Agrupamento 581 do CNE, as salas de catequese e outros espaços comunitários. A maior parte das obras de assistência e de resposta social são dadas pelo Centro de Dia, também ele gerido pela paróquia.

Foi este o campo da Missão. Pedida pelo pároco, foi vivida por uma comunidade empenhada e desejosa de crescer. Não foram as multidões que aderiram, mas um punhado de gente que quer fazer caminho e está disponível para procurar e descobrir o valor da fé e do compromisso concreto na vida de todos os dias.



Comunidades, doentes, celebrações temáticas



A equipa missionária, composta pelos padres Álvaro Cunha e Agostinho, pelas Irmãs Celina e Gorete e pela leiga Joaquina Dias, contou com a presença e acção intensa do pároco, P. Novais. Após a Eucaristia de Envio, viva e interpelante, missionários e animadores foram fazendo comunidade, ao longo de quatro noites, em várias casas de família ou espaços comunitários. Foram tempos fortes de partilha, de reflexão, de catequese e de oração. “Eram assíduos”, pois o grupo dos participantes manteve-se ao longo das noites de temperaturas adversas. As nove comunidades nascidas para a Missão, nos seus ricos e profundos testemunhos apresentados na grande celebração das Comunidades, comprometeram-se a continuar a caminhada e a rasgar horizontes para levar a mensagem aos cantos e bairros da cidade. Com o nome dado às comunidades, pode-se concluir, em jeito de síntese, o compromisso assumido: “Em cada Despertar, como Peregrinos e Sentinelas, envolvidos pelo calor do Sol Nascente e da Teia da Fé, alimentados pelos frutos da Seara e da Videira, seremos Pedras Vivas e construtores da Paz”.

As escolas, a partir da disciplina de EMRC, foram espaço de Missão e terreno de encontro com os mais novos. O Fórum para jovens, o encontro para crismandos e crismados e o magusto, promovido pelo Agrupamento 518 e aberto à comunidade, foram espaços para acontecer tempo de Missão. A adesão, sobretudo nos dois primeiros, ficou aquém das expectativas, mas foi lançada a semente.

As visitas aos doentes no seu domicílio foram uma acção preponderante neste tempo de Missão e que ocupou boa parte do tempo dos missionários. Alguns deles, foram visitados pelo senhor Bispo, no sábado da primeira semana, dia que ele dedicou à Missão, participando em pleno, nos trabalhos desse dia. A visita aos doentes e pessoas que vivem em solidão é um dos grandes desafios deixados pela Missão.

Ao longo da segunda semana, as celebrações temáticas (Palavra-Bíblia, Fé-Luz, Igreja-Água, Reconciliação-Fogo, Família-Aliança, Maria-Estrela da Evangelização) trouxeram à Casa da Igreja algumas dezenas de pessoas, atentas e disponíveis, desejosas de beber a mensagem e assumir compromissos. Uma vez mais, não sendo multidão, foi um grupo coeso que viveu intensamente estes momentos celebrativos. O seu testemunho chegou a outros que, lamentando a sua ausência, perguntavam como poderiam começar a fazer caminho.

Além destes encontros, aconteceu um tempo de formação para animadores de comunidade, aberto à Diocese, orientado pelo Vigário Geral. Santo André respondeu com uma participação muito significativa e interessada; Mértola e Minas do Lousal também marcaram presença. Talvez a chuva tivesse impedido a participação de muitos outros. Quem participou, deu por bem empregue o tempo e o esforço gastos nesta acção importante e necessária.



Confirmadas na Fé para a Missão


A Missão começa agora. O tempo intenso e forte dá lugar à pós-missão e abre espaço para a vivência do compromisso e da corresponsabilidade.

O senhor Bispo presidiu à Eucaristia de encerramento e confirmou na fé, com o sacramento do Crisma, um grupo de oito jovens senhoras a quem lançou o desafio de “viverem segundo as obras do Espírito” e a comprometerem-se activamente na vida da comunidade, a partir da família e dos espaços em que vivem o dia-a-dia. As Assembleias, o Agrupamento 581, no ofertório, trouxeram bens alimentares para serem distribuídos a instituições de caridade.

O pároco, além de agradecer a presença do senhor Bispo e dos Missionários, lançou desafios concretos à comunidade, de modo particular, o cuidado com os doentes e a formação dos animadores, bem como a educação cristã da gente nova e a participação na Eucaristia dominical, fonte de comunhão e força para a vida. Não esqueceu os Seminários e as vocações sacerdotais, religiosas, missionárias e à vida matrimonial.

No final, no refeitório da Escola EB4, teve lugar o almoço partilhado onde, para além de se poder saborear as iguarias diversas e apetitosas, se podia ver um powerpoint com os vários momentos da Missão.

As expectativas poderiam ser altas, mas a realidade apresentou um rosto diferente: Não foi multidão, mas comunidade adulta e presente; não chegou ao longe e ao perto, mas solidificou fundamentos e abriu fronteiras; não atingiu tudo e todos, mas tocou fundo nos que se abriram à mensagem. Foi bom ter acontecido a Missão em Santo André.

Há gente empenhada, pessoas muito disponíveis, vontade de fazer (ser) mais e melhor. A Missão, começou agora, em Santo André.



P. Agostinho Sousa

CDM/Beja

domingo, 18 de novembro de 2012

5º ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA ANIMADORES DA COMUNIDADE




17 de Novembro. Mais um encontro de formação de Animadores, promovido pelo Centro Diocesano Missionário. Decorreu em Santo André, onde estava a decorrer uma Missão Popular. Apesar das condiçoes metereológicas adversas, trinta e cinco pessoas estiveram presentes para se alimentarem da Palavra e aprofundar as questões da fé.
Após apresentação e a oração inicial, o Cónego António Domingos Pereira, começou a apresentar o tema: "Ano da Fé e Missão", à luz da Carta Apostólica “A Porta da Fé”, que estruturou a sua comunicação de acordo com a sequência seguinte: Porquê o Ano da Fé, A fé em iniciativas eclesiaisComo se abre a porta da FéPreconceitos e falsas esperanças. Houve também o trabalho de grupo para reflexão sobre o tema, asconclusões, a oração final e o envio
Através da leitura atenta e orientada do documento (Carta Apostólica “Porta da Fé”), foi evidenciada a importância da fé na vida dos homens, da forma como se desperta, se aprofunda e se testemunha. A fé, enquanto dom, depois de anunciada e de acolhida de forma livre, requer unidade entre o acto e os conteúdos da fé, e nesta perspectiva foi sublinhada a importância do anúncio e do testemunho.

Anúncio “saboroso e luminoso”
A Palavra de Deus é anunciada, mas só se desenvolve na medida em que o coração se deixa forjar pela graça que o transforma. Atravessar a”porta da fé” é entrar num caminho que se redescobre e se alarga à medida que formos capazes de fazer um anúncio “saboroso e luminoso” (…não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida).
Deve-se, pois, readquirir o gosto de nos alimentarmos das coisas de Deus e acreditar sem medo. Crer em Jesus é o caminho para chegar à salvação. Daí as iniciativas eclesiais: Ano da Fé; Concílio Vaticano II (50 anos); Catecismo da Igreja Católica (20 anos) com o objectivo de mostrar a força e a beleza da fé; O Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização.
A renovação da Igreja realiza-se também por meio do testemunho dado pela vida dos crentes e, por isso, estes são chamados a fazer brilhar com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou.

Intensificar o testemunho da caridade

A fé actua pelo amor e torna-se num critério de entendimento e de acção que muda toda a vida da criatura humana. Os conteúdos da fé, professada, celebrada, vivida e rezada devem estar em unidade com os actos que, como nos diz o apóstolo Paulo, “acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé (Rom 10,10).
O Ano da Fé será uma ocasião para intensificarmos o testemunho da caridade. A Fé obriga-nos a ser um sinal da presença do ressuscitado no mundo. O mundo de hoje precisa de testemunhos credíveis de todos os cristãos iluminados na mente e no coração, pela Palavra de Deus. Para novos tempos, novas formas de anúncio, tendo presente que o que conta é “santo poder do coração”.

Reflexão e trabalho de Grupos


Depois do almoço partilhado e bem preparado pela equipa da Missão de Santo André, reunimos em seis grupos para refletir um pouco, orientados pelas seguintes questões: Como se manifesta a crise de fé no meio em que vive? Quais são os sinais dessa crise? Tendo em conta as características fundamentais da catequese dos apóstolos, de que características se deve revestir o anúncio, a catequese do animador missionário? A fé é verdadeiramente a força transformadora da nossa vida, da minha vida? O que muda em quem tem fé? Perguntavam a Jesus: “ Que havemos nós fazer para realizar as obras de Deus?”
As respostas dos grupos, apresentaram conclusões comuns que passo a sintetizar: A crise de fé manifesta-se: pela ausência nas celebrações, nas catequeses, nos movimentos e nas vocações; pelo desinteresse pelas coisas de Deus, mesmo que se afirme que se acredita no Deus das coisas; pelo não investimento em matérias de fé; pelas manifestações de arrogância, vaidade, incoerência e dificuldade em assumir compromissos; pelo consumismo exagerado, pela falta de tolerância, pela falta do modelo de Cristo nas atitudes do quotidiano; Pelo relativismo extremo…cada um “é dono da sua fé”… Pela confusão em relação aos sacramentos…compram-se, mas não se vivem.

Pedagogia de Cristo e dos Apóstolos



O anúncio deve ser feito ao coração, usando a pedagogia de Cristo e dos apóstolos. Por isso requer: Obras, Verdade, humildade, coerência e consistência e deve ser modificador, testemunhal, respeitando os sinais do outro, mas acrescentando o sinal de Cristo Ressuscitado com luz, esperança e SOL.
A Fé muda tudo. Muda o olhar, o sentir e o fazer. Dizem que até muda a resistência à dor. Amar a Deus em primeiro lugar permite conseguir conciliar as tarefas da casa, da família, do trabalho com as “coisas de Deus” numa ligação de força, de crescimento, de entrega e de aceitação. Neste modo de ser e estar há mudanças para melhor nos contextos da vida familiar, social, profissional e relacional.

“Ir ao poço”…beber da fonte
Alguém que vive e celebra a fé, alimenta-a com sinais e atitudes: realizar as obras de Deus de forma “saborosa e brilhante” (não podemos deixar que o sal se torne insípido…); “Ir ao poço”…beber da fonte…beber de Deus, alimentar a fé, estando disponível e aberto para escutar e deixar que Deus entre no nosso coração; Trabalhar, não pelo alimento que desaparece, mas pelo que perdura…, ter como horizonte a eternidade; Crer que Jesus é palavra de Deus e se traduz no amor, no perdão e num projeto de vida global, abrangente que inclui a aceitação do outro com a misericórdia que permite ver Cristo “no outro”.
E assim, depois da conclusão e da síntese feita pelo Padre Álvaro Cunha, provincial dos padres vicentinos e membro da equipa missionária em Santo André, terminou este dia que foi um sinal mais neste nosso caminho de “aprendizes” de cristãos que querem abrir o coração e a razão à pedagogia de Cristo.

Maria Sebastiana Romana – Mértola
CDM/Beja

P. António Novais, pároco de Vila Nova de Santo André, fala da Missão




Vila Nova de Santo André é uma cidade do litoral alentejano, com características próprias e muito diversificadas, principalmente, dispersão habitacional, variedade de culturas e raças, horários laborais por turnos.
O pároco, P. António Novais, chegou a esta paróquia há 2 anos, é o responsável pelo Secretariado da Coordenação e Animação Pastoral (SCAP) e é o Arcipreste do arciprestado de Santiago do Cacém. Há um ano atrás pediu a Missão Popular para a sua paróquia.
CDM – Porquê e para quê a Missão Popular em Santo André?
A razão fundamental da Missão Popular em Santo André, ou em qualquer parte, encontramo-la na identidade mais profunda da própria Igreja que, enquanto testemunha da presença de Jesus, é missionária ou evangelizadora. Por outras palavras, podemos dizer que a Igreja existe para evangelizar. O Deus que encontramos nas parábolas do evangelho parece estar marcado pela nostalgia dos que faltam. O próprio Jesus vive para os demais. Do mesmo modo que o sal deve ser sal e a luz deve ser luz, respectivamente, para salgar e para iluminar, nós cristãos devemos ser cristãos não apenas de nome, mas principalmente deixarmo-nos evangelizar ou converter, para podermos falar com alegria do espírito, irmos ao encontro, acolhermos os que chegam e não calarmos o que ouvimos e vimos quanto à experiência do que Deus realiza connosco. Como S. Paulo, também os cristãos, em Santo André ou noutro lugar, devem dizer: ai de nós e da nossa comunidade cristã se faltar a evangelização.
O tempo forte de missão serve para acordar a nossa consciência de católicos praticantes quanto ao dever que temos de evangelizar, celebrar a fé e comprometermo-nos para que a fé transforme a nossa própria vida e venha também a transformar as vidas de um maior número de irmãos.
CDM – Como comunidade, quais as maiores dificuldades encontradas e os maiores desafios a responder?
Penso que as maiores dificuldades não estão fora mas antes dentro da própria Igreja ou seja, em nós próprios que, chamando-nos cristãos, facilmente resistimos à nossa própria conversão. Centrados e consolados com práticas tradicionais da fé, retardamos a descoberta de que ser cristão é principalmente seguir Jesus Cristo, ao ponto de muitos pensarem que, pela religião, ou pela fé, não vale a pena sacrificar nada. A verdade, é totalmente o contrário e por isso, em nome da fé, devemos ser capazes de tudo arriscar, ao ponto de se “amar a Deus com todo o coração e com todas as forças”, porém, sem nos esquecermos de que este amor deve ser exercitado também “com toda a inteligência”.
Muitas vezes, temos muita dificuldade na transmissão da fé, talvez devido à pobreza da nossa própria fé, parecendo que ainda não está impregnada da semente, do fermento, do sal ou da luz do evangelho. A meu ver, ainda não acolhemos o entusiasmo e a alegria própria de quem acredita que Cristo Ressuscitou dos mortos e de que Ele também nos ressuscitará para uma eternidade verdadeiramente feliz.
Um dos maiores desafios será o de criar pequenas comunidades cristãs que, em nome da Palavra de Deus se reúnam, acolham, reflictam e partilhem essa mesma Palavra e, semanalmente, principalmente na Eucaristia dominical, a Paróquia realize a Comunidade das Comunidades, ou seja, realize a comunhão entre todas as comunidades, alimentando-se todas da mesma Eucaristia, ainda que em diferentes horários, quando o número dos praticantes o justificar.
Externamente, há outros factores que dificultam a nossa acção e que resultam das características próprias e diversas da Freguesia de Santo André, e principalmente, a dispersão habitacional, a variedade de culturas e raças, os horários laborais por turnos. Estas realidades, aliadas ás diferentes preocupações e culturas, geram alguns obstáculos à Missão da Igreja. No entanto, para os homens de fé não existem obstáculos intransponíveis e há que olhar o presente e o futuro com muita confiança em Deus que quer continuar a contar connosco para se dar a conhecer.
CDM – Como pároco, arcipreste e responsável do SCAP, que caminhos, métodos e meios aponta para a descoberta e vivência da dimensão missionária das paróquias e da diocese?
Para falarmos da dimensão missionária, das vocações ou de outras realidades eclesiais, devemos ter sempre muito clara a nossa realidade. Recentemente, a Igreja em Portugal, ao “repensar a Pastoral” parece ter concluído aquilo cada vez mais é evidente ou seja, a necessidade de iniciação e reiniciação cristã, segundo o método ou pedagogia catecumenal. Porém, embora isto seja evidente, sabemos como é lento o caminhar neste sentido, apegados que estamos aos esquemas tradicionais, próprios de uma Igreja de cristandade, (que já não existe) e ao pressupor da existência fé onde cada vez são mais raros os seus sinais.
Neste sentido, eu digo que para o fortalecimento da dimensão missionária é preciso que os cristãos sejam cristãos. O decisivo é que haja comunidades de crentes que o sejam de verdade e que se façam presentes no mundo. A qualidade de fé das comunidades ou a sua debilidade facilitam ou dificultam a evangelização. Os evangelizadores devem unir-se pelo apreço e o amor, reconhecer-se como membros dos grupos humanos em que vivem, participando na vida cultural e social. A nossa presença nos grupos humanos deve estar impregnada pelo amor de Deus, unidos na vida e no trabalho com os homens e oferecendo o testemunho do verdadeiro Cristo.
A Igreja já não é composta por multidões incontáveis. Por isso, julgo que teremos muitas hipóteses evangelizadoras na medida em que favorecermos a comunhão e a partilha fraterna a partir das pequenas comunidades, um pouco à semelhança dos primeiros cristãos. Simultaneamente, é preciso que estas pequenas comunidades e a comunidade paroquial, comunidade das comunidades, aprendam a celebrar alegre e festivamente a fé, como modo de vencermos a inércia, a indiferença e apresentarmos celebrações alternativas àquelas que a sociedade civil realiza. As múltiplas ocasiões celebrativas serão oportunidades e anúncios evangelizadores, assim nós as preparemos e façamos a síntese entre as normas litúrgicas oficiais e a criatividade, aliás aconselhada pela própria Igreja.
CDM – Com as dificuldades encontradas na preparação e no tempo forte da missão, como pensa que a “pequena semente” agora lançada pode crescer e continuar a ser fermento na comunidade de Santo André?
À semelhança do Senhor Jesus, eu digo que como os missionários fizeram e fazem, assim nós deveremos continuar a fazer também: formar/criar comunidades, sendo a Paróquia, e principalmente à hora da Eucaristia dominical, a Comunidade das Comunidades, celebrar festivamente a fé, acolher e exercer a caridade para com todos, principalmente para com os mais pobres, os doentes e os que vivem experiências de solidão.
Apesar das dificuldades a Paróquia deverá ser uma comunidade de fé, esperança e amor, que se empenha ao máximo na catequese de adultos e que saiba despertar uma vida cristã adulta, corresponsável e comprometida pela fidelidade ao Evangelho. Em tempos de desencanto e desânimo, rotina e monotonia, aborrecimentos e individualismos, solidão e falta de comunicação, é desejável que a Paróquia seja sinal de esperança e de alegria, mostrando que sabe celebrar nos sacramentos, e principalmente na Eucaristia, o gozo da sua fé em Cristo Ressuscitado.
P. Agostinho Sousa, CM