sábado, 22 de dezembro de 2018

E NOVAMENTE É NATAL!!!



Ninguém se cansa de ler, sempre com renovada emoção, a página de S. Lucas, onde um anjo de Deus vem anunciar aos pastores que guardavam os seus rebanhos: "Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: hoje, na cidade de David, nasceu para vós um Salvador, que é o Messias Senhor. E eis o sinal que vos é dado: encontrareis um recém-nascido envolto em panos, deitado numa manjedoura” (Lc 2, 10-12). E a esse anjo logo se juntou uma multidão de seres celestes, que louvavam a Deus, dizendo: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade". E eles partiram, e encontraram tudo como o anjo havia dito. O Menino recém-nascido. A Virgem Maria a seu lado. E José. E a pobreza e a simplicidade da gruta. Mas aí, no mais banal dos acontecimentos, acabava de nascer um mundo novo!

Gostaríamos, certamente, que a celebração do Natal viesse reforçar em nós o propósito de uma vida nova. E, lamentando embora que a chegada desta festa em cada ano se vá transformando sempre mais numa gigantesca movimentação do grande comércio, que faz esquecer o verdadeiro sentido de amor e de fraternidade que deveria estar subentendido nos presentes que se dão e que se recebem, não podemos ignorar que o Natal traz ao mundo um clima de alegria, de esperança e de paz. No Natal o mundo fica diferente. Reaparece uma nova vontade de fazer o bem. Criam-se expressivas mensagens, convidando o mundo a transformar-se numa terra de paz e de amor.

Ele é o Emanuel, que significa “Deus connosco”. A celebração do Natal recorda-nos que Deus não está longe, mas muito perto de nós. No Natal, celebramos o menino Jesus, que é Filho de Deus. Nele, Deus mostrou-nos o seu rosto humano, para nos mostrar o seu amor, para nos salvar.

Que saibamos, mais uma vez, acolher nas nossas vidas este Deus que se revela, que quer vir até nós. Façamos do nosso coração o Seu presépio! BOAS FESTAS!!!

                                     Pe Álvaro Cunha


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Fotos da Ordenação Diaconal

Apresento uma série de fotos da Ordenação do Diácono João Soares.






Ordenação Diaconal do João Miguel Silva Soares, CM


Filho de João Soares e Maria Goreti Vaz da Silva, nasceu na Freguesia de Creixomil, Guimarães, a 13 de maio de 1993. É natural da Paróquia de Santa Maria de Vila Fria, Felgueiras, Diocese do Porto. Entrou no Seminário menor na Casa do Amial, no Porto, a 13 de setembro de 2009, onde fez o Secundário e os dois primeiros anos do curso de Teologia na Universidade Católica do Porto. Iniciou o Seminário Interno (Noviciado) a 14 de setembro de 2013 em Nápoles, Itália. Fez o seu estágio pós Seminário Interno em Santiago do Cacém, onde se dedicou sobretudo ao acompanhamento de atividades missionárias. Desde setembro de 2014 a 2017 esteve colocado na Comunidade de Salamanca, onde estudou Teologia na Universidade Pontifícia, desta mesma cidade. No ano de 2016 realizou uma experiência missionária em Moçambique, em colaboração com os Padres Vicentinos de Moçambique.  No Ano de 2017 foi colocado na Casa de Viseu, para realizar o seu estágio Pastoral e concluir os estudos teológicos, nomeadamente a dissertação em Teologia. Emitiu Votos Perpétuos no dia 17 de março de 2018. Neste momento prepara-se para a receção a Ordenação Diaconal, que terá acontecerá no dia 9 de dezembro, às 15,30h, na Sé Catedral de Viseu.


Mensagem do Advento Superior Geral

A todos os membros da Família Vicentina

A graça e a paz de Jesus estejam sempre connosco!
Na minha primeira carta para a festa de São Vicente, há dois anos, escrevi sobre São Vicente de Paulo, místico da Caridade. Quando refletimos sobre São Vicente como um místico da Caridade e, neste sentido, tentamos seguir o seu exemplo, devemos nos lembrar que ele não foi um místico tal como a Igreja costuma descrever no sentido comum do termo. Vicente de Paulo foi místico, mas um místico da Caridade. Com os olhos da fé, ele viu, contemplou e serviu Cristo na pessoa dos pobres. Quando tocava as feridas das pessoas marginalizadas, acreditava estar tocando as chagas de Cristo. Quando atendia as mais profundas necessidades deles, estava convicto de que adorava ao seu Senhor e Mestre.
Neste tempo do Advento, falarei sobre uma das principais fontes na qual, como místico da Caridade, Vicente bebeu: a oração diária. Ele exortou todos os grupos que fundou ou frequentou: os membros leigos da Confraria da Caridade, os Padres e os Irmãos da pequena Companhia da Congregação da Missão, as Filhas da Caridade, as Damas da Caridade e os Padres das Conferências das terças-feiras, a beber diariamente na fonte da oração.
Uma das frases mais citadas de São Vicente, tirada de uma conferência dada aos membros da Congregação da Missão, expressa com eloquência a atitude de Vicente:
Dai-me um homem de oração e ele será apto para tudo. Poderá dizer com o Santo Apóstolo: “Tudo posso naquele que me sustenta e me conforta” (Fl 4,13). A Congregação da Missão subsistirá enquanto o exercício da oração nela for fielmente praticado, porque a oração é como uma fortaleza inexpugnável que protegerá os missionários contra toda a sorte de ataques” 
Vicente falava da oração quotidiana. Ele afirmou aos seus seguidores:
Ora, avante, demo-nos todos à prática da oração, pois, por meio dela nos vêm todos os bens. Se perseveramos na vocação, será graças à oração. Se tivermos bom êxito em nossos encargos, será graças à oração. Se não cairmos no pecado, será graças à oração. Se permanecermos na caridade, se nos salvarmos, tudo isso será graças a Deus e à oração. Assim como Deus nada recusa à oração, quase nada concede sem a oração.
Para encorajar seus filhos e filhas a fazer a oração, ele utilizou muitas metáforas comumente empregadas por autores espirituais de sua época, dizia-lhes que a oração é para a alma o que o alimento é para o corpo. Ela é uma “fonte de juventude” onde somos revigorados. É um espelho no qual vemos todas as nossas imperfeições e nos ajustamos para nos tornarmos mais agradáveis a Deus. É um refrigério em meio a nossa difícil luta quotidiana no serviço dos pobres. Ela é uma pregação que fazemos a nós mesmos, disse Vicente aos missionários. É um livro de recursos para o pregador, no qual pode-se encontrar as verdades eternas e transmiti-las ao povo de Deus. Ela é um doce orvalho, que refresca a alma a cada manhã, disse Vicente às Filhas da Caridade.
Vicente aconselhava Santa Luísa de Marillac a formar bem as Irmãs jovens para a oração. Ele deu muitas conferências práticas sobre esse assunto. Assegurava as Irmãs que, de fato, a oração é muito fácil, é como se conversássemos com Deus durante meia hora. Ele dizia que se alguns são felizes pelo fato de falar com o rei, deveríamos nos alegrar em poder falar com Deus, de coração para coração, todos os dias.
Para Vicente, a oração é uma conversa com Deus, com Jesus, na qual expressamos nossos sentimentos mais profundos (ele chamou esta oração de “afetiva”) e buscamos saber o que Deus nos pede a cada dia, particularmente, em nosso serviço aos pobres. Ela se caracteriza por uma profunda gratidão a Jesus pelas inúmeras dádivas recebidas, especialmente, pela nossa vocação de servir os pobres. Da oração brotam resoluções sobre a maneira como poderíamos melhor servi-los no futuro. Para alguns, e até mesmo para muitos, ela dá lugar a uma contemplação silenciosa do amor que Jesus tem por nós e de seu amor pelos pobres e, isto nos impulsiona a lançar “raios de amor” que “penetram os céus” e tocam o coração de Nosso Senhor.
Para Vicente, o principal assunto da oração era a vida e o ensinamento de Jesus. Ele enfatizou que deveríamos voltar-nos incessantemente aos “mistérios” da humanidade de Jesus: seu nascimento, seu relacionamento com Maria e José, os acontecimentos do seu ministério público, seus milagres, seu amor preferencial pelos pobres. Vicente nos exortava a meditar as ações e os ensinamentos de Jesus nas Escrituras. Entre os ensinamentos de Jesus, Vicente chama a atenção especialmente para o Sermão da Montanha. Acima de tudo, recomendou a oração centrada na paixão e na cruz de Jesus.
O método que São Vicente ensinou foi o de São Francisco de Sales, fazendo apenas leves modificações. Vicente era mais sóbrio que Francisco de Sales quando falava sobre a utilização da imaginação. Embora valorizasse a oração afetiva, insistiu vigorosamente na necessidade de resoluções práticas. Em particular, nas conferências às Filhas da Caridade, ele mesclava de modo agradável a sabedoria espiritual e o bom senso. Ele alertou as Irmãs sobre o cultivo de “belos pensamentos” que não levam a nada. Preveniu os sacerdotes contra a utilização da oração como um período para o estudo especulativo.
O método proposto por São Vicente de Paulo comporta três etapas:
1. Preparação
  1. Primeiramente, colocar-se na presença de Deus. Isso pode ser feito de diferentes maneiras: considerar Nosso Senhor presente no Santíssimo Sacramento, pensar em Deus como Rei do universo, refletir sobre a presença de Deus em nosso coração.
  2. Depois, pedir ajuda para rezar bem.
  3. Finalmente, escolher um assunto para a oração, tal como um mistério da vida de Jesus, uma virtude, uma passagem das Escrituras ou um dia de festa.
2. Corpo da oração
  1. Meditar sobre o assunto escolhido.
  2. Se o assunto é uma virtude, buscar os motivos para amar e praticar esta virtude. Se for um mistério da vida de Jesus, por exemplo, a paixão, imaginar o que aconteceu e meditar sobre o seu significado.
  3. Ao meditar, expressamos a Deus o que está em nosso coração (por exemplo, o amor de Cristo que tanto sofreu por nós, o dissabor do pecado, a gratidão). Basicamente, Vicente encorajou seus seguidores a:
  • Refletir sobre o assunto da oração,
  • Identificar as motivações da escolha,
  • Tomar resoluções concretas para praticá-lo.
3. Conclusão
Agradecer a Deus pelo momento de oração e pelas graças recebidas. Apresentar a Deus as resoluções tomadas. Depois, pedir ajuda para realizá-las.
A oração diária é um elemento indispensável da nossa espiritualidade. São Vicente tinha absoluta convicção da sua importância em nossa vida e serviço junto aos pobres. Ele a qualificou como “alma de nossas almas” e pensava que sem a oração, seríamos incapazes de perseverar diante das dificuldades inerentes ao nosso serviço aos mais abandonados.
Através desta carta do Advento, quero encorajar cada membro da Família Vicentina a se comprometer ou a continuar a se empenhar na oração diária. Cada Instituto de Vida Consagrada dentro da Família Vicentina tem suas próprias Constituições e Estatutos, onde estão descritas as práticas da sua vida de oração, inclusive o tempo a ser consagrado à oração diária. Gostaria também de estimular os ramos leigos da Família Vicentina para empenharem-se quotidianamente a fazer a oração, mesmo que seja por um curto período de cinco a dez minutos.
Vicente reconheceu que existem várias maneiras de fazer a oração e incentivou a sua prática. Certamente, alguns utilizarão outros métodos, além do ensinado com frequência por ele e que descrevi anteriormente. Muito embora possamos empregar outros métodos de oração, faz-se necessário conhecer e guardar na mente o método que São Vicente de Paulo nos deixou. Afinal, o mais importante é envolver a mente e o coração na conversa meditativa com Jesus e, que a façamos quotidianamente e com perseverança.
  • A lista dos assuntos frequentes de meditação que São Vicente de Paulo nos deixou é longa:
  • a relação de Jesus com Deus Pai
  • seu amor efetivo e compassivo pelas pessoas marginalizadas
  • o Reino que anunciou
  • a comunidade que formou com os Apóstolos
  • sua oração
  • a presença do pecado no mundo e em nós
  • a prontidão de Jesus em perdoar
  • o poder de curar
  • a atitude de servo
  • o amor pela verdade/simplicidade
  • a humildade
  • a sede de justiça
  • o profundo amor humano por seus amigos
  • o desejo de trazer a paz
  • o combate contra a tentação
  • a cruz
  • a ressurreição
  • a obediência de Jesus à Vontade do Pai
  • a mansidão de Jesus
  • a mortificação
  • o zelo apostólico
  • a pobreza
  • o celibato
  • a obediência
  • a alegria e ação de graças de Jesus.
Todos esses assuntos estão relacionados a nossa missão junto aos pobres. Todos eles nos ajudarão a seguir Vicente, místico da Caridade. Que maravilhosa oportunidade nos foi dada para reavivar a oração diária que, a partir deste Advento, permanecerá como parte da nossa vida espiritual até a nossa partida desta terra para a eternidade!
Que nossa oração seja sempre fundamentada na Bíblia, nas leituras da liturgia diária. Não passemos o tempo da oração a ler um livro espiritual. Temos a possibilidade de fazer nossa leitura espiritual em outro momento do dia.
Meditar, significa colocar-se diante de Deus, diante de Jesus, através de sua Palavra. Significa colocar o nosso coração totalmente à disposição de Jesus, permitindo-Lhe que fale connosco enquanto O ouvimos. Significa permanecer em atitude de escuta ao que Jesus quer nos comunicar diariamente. Significa confiar na Providência para lutar contra todas as tentações de evitar ou omitir a oração quotidiana. Significa simplesmente estar com Jesus todos os dias no silêncio da nossa mente e do nosso coração, mesmo que nossa mente permaneça vazia e que tenhamos a impressão de que nada aconteceu, de que perdemos meia hora sem nada fazer, pois Jesus não nos comunicou nenhuma ideia, nenhum sentimento ou mensagem. Significa simplesmente acreditar no modo de comunicação de Jesus com Deus Pai. Muitas vezes, Jesus passou a noite inteira em oração. Significa simplesmente manifestar a Jesus nosso amor total por Ele, pelo simples fato de estar em sua presença, prontos para acolher a qualquer momento e conforme a Providência julgar oportuno, a mensagem que Jesus quer nos comunicar. Significa simplesmente estar lá todos os dias, prontos, para o momento que Jesus julgará apropriado, para não deixar passar o momento da graça, para não perder a visita de Jesus.
Durante os seus últimos anos, Vicente pronunciava, cada vez mais, palavras entusiasmadas sobre o amor de Deus. Claramente, elas emanavam da sua oração. No dia 30 de maio de 1659, ele rezou em voz alta durante uma conferência aos missionários:
“Consideremos o Filho de Deus. Oh! Que coração de caridade! Que chama de amor! Meu Jesus, dizei-nos vós mesmo, um pouco, por bondade. Quem vos tirou do céu para virdes sofrer a maldição da terra, tantas perseguições e tormentos que aqui sofrestes? Ó Salvador! Ó fonte de amor descido até a nós e humilhado até a um infame suplício. Quem assim mais amou o próximo do que vós? Viestes expor-vos a todas as nossas misérias, tomar a forma de pecador, levar uma vida de sofrimentos e sofrer uma morte vergonhosa. Existe, por acaso, um amor semelhante ao vosso? Mas quem poderia amar de um modo tão eminente e nobre como vós? Só Nosso Senhor amou as criaturas a esse extremo de deixar o trono do seu Pai para vir tomar um corpo sujeito às enfermidades. E para que? Para estabelecer entre nós, por seu exemplo e por sua palavra, a caridade para com o próximo. Foi esse amor que o crucificou e que gerou esse fruto admirável de nossa redenção. Ó meus Senhores, se tivéssemos um pouco desse amor, permaneceríamos de braços cruzados? Deixaríamos morrer aqueles aos quais pudéssemos assistir? Oh! Não, a caridade não pode ficar inativa. Aplicai-nos à salvação e consolação do próximo” .
Poucos santos foram tão ativos como São Vicente, contudo, suas ações brotavam de sua profunda imersão em Deus, em Jesus. Quão afortunados somos por ter um Fundador tão extraordinário!
Que Deus os cubra com suas bênçãos durante este tempo do Advento.
Seu irmão em São Vicente,
Tomaž Mavrič, CM
Superior geral

terça-feira, 13 de novembro de 2018

SEMANA DOS SEMINÁRIOS DIOCESANOS


A Igreja em Portugal vai celebrar a Semana de Oração pelos Seminários Diocesanos de 11 a 18 de novembro de 2018. É uma oportunidade e um tempo de graça para rezarmos e refletirmos sobre a vocação sacerdotal. O Seminário na vida de uma Diocese é uma Instituição de extrema importância. É chamado o “Coração da Diocese”, por isso, deve merecer por parte dos cristãos o cuidado e o interesse especial de todos. O nosso carinho e dedicação pelos Seminários é algo que identifica a vida da Igreja e dos seus fiéis. Os cristãos rezam pelos seus Seminários e por aqueles jovens que neles vivem embebidos dum verdadeiro espírito sacerdotal, pois da sua qualidade e autenticidade depende a vitalidade de uma Diocese. Só com pastores bem formados a nível humano, psicológico, espiritual, moral, teológico, científico e pastoral, seguindo as orientações da Igreja podemos ter bons e santos pastores, que em comunhão com os consagrados e os leigos edificarão o Reino de Deus.

É preciso investir mais e melhor na pastoral familiar, juvenil e vocacional. É urgente que padres e leigos tomemos consciência da importância e valor do Seminário como casa de formação e acompanhamento, onde os jovens e adultos com uma vida humana e espiritual de qualidade, façam o seu percurso de amadurecimento e discernimento vocacional. Precisamos de trabalhar mais com as famílias para que se tornem o espaço privilegiado das vocações, escutar os jovens na Igreja, na escola, no trabalho e nos espaços de lazer, para que se alguns sentirem o chamamento de Deus à vocação sacerdotal tenham a coragem de responder sim ao chamamento de Cristo, o Bom Pastor.

Porém, não basta existir uma casa a que chamamos Seminário, um serviço do Pré-Seminário bem organizado, um Seminário em Família, uma equipa que trabalha com os jovens e vocações, é preciso irmos mais longe e perguntar ao Senhor da Messe o que devemos fazer de mais e melhor neste campo da pastoral vocacional. Esta é uma pergunta que todos temos de fazer, nenhum agente pastoral pode ficar de fora. A missão de cuidar das vocações sacerdotais é do bispo, dos presbíteros, dos diáconos, dos consagrados, da família, dos catequistas, dos animadores pastorais, afinal é de toda a Igreja. É por isso que Jesus nos recorda: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe”.

Faço vos um apelo e confio na vossa generosidade, oração, partilha e testemunho cristão. Sem bons padres, bons consagrados e leigos, uma diocese particular não se renova nem cumpre a sua missão diante de Deus, pois todos somos chamados a uma vida nova no Espírito, que é uma vida de Santidade, como nos pede o Papa Francisco.
Rezemos para que, com o exemplo de santidade e fidelidade de Maria, os nossos Seminários cumpram a sua missão e os nossos jovens sintam o apelo a serem sacerdotes para bem da Igreja e conforto da humanidade fragilizada. Rezemos também pelos professores e formadores dos nossos Seminaristas e por todos os benfeitores do nosso Seminário.

Viseu, 6 de novembro de 2018
+ António Luciano dos Santos Costa, Bispo de Viseu

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

VOCAÇÃO E MISSÃO

Celebramos o Dia Mundial das Missões em pleno Sínodo dos bispos sobre a “Os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional”. Neste contexto o Papa propõe como tema para esta jornada missionária “Juntamente com os jovens, levemos o Evangelho”. O eco deste Dia Mundial das Missões é mais forte este ano, porque a Conferência Episcopal Portuguesa decidiu propor um Ano Missionário, como resposta ao apelo do Papa Francisco de fazer de outubro de 2019 um Mês Missionário Extraordinário.  

O dia das missões é um forte apelo a pensar no que somos e fazemos para levar por diante o apelo de Jesus. Ninguém pode sentir-se dispensado de oferecer a sua colaboração ao serviço da missão de Cristo, que continua na Igreja. Este dia missionário tem de ser também momento de pensar naqueles missionários que, até sabendo das dificuldades, partiram na aventura de pregar o evangelho. Naqueles que souberam escutar o chamamento de Deus. E temos de dar graças!

Mas não podemos ficar só por aqui. Todos somos chamados a colaborar na obra das missões. E podemos fazê-lo de muitas formas. Através da oração, da ajuda económica, do empenho em conhecer o trabalho dos missionários. Mas alguns poderão concretizá-lo através da sua própria vida, como missionário ou missionária.

Todos temos de tomar consciência que nós somos a Igreja missionária. A missão hoje depende também do nosso testemunho e da nossa.

Pe Álvaro Cunha 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

PEREGRINAÇÃO FAMÍLIA VICENTINA


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES


«Juntamente com os jovens, levemos o Evangelho a todos»

Queridos jovens, 
juntamente convosco desejo refletir sobre a missão que Jesus nos confiou. Apesar de me dirigir a vós, pretendo incluir todos os cristãos, que vivem na Igreja a aventura da sua existência como filhos de Deus. O que me impele a falar a todos, dialogando convosco, é a certeza de que a fé cristã permanece sempre jovem, quando se abre à missão que Cristo nos confia. «A missão revigora a fé» (Carta enc. Redemptoris missio, 2): escrevia São João Paulo II, um Papa que tanto amava os jovens e, a eles, muito se dedicou.
O Sínodo que celebraremos em Roma no próximo mês de outubro, mês missionário, dá-nos oportunidade de entender melhor, à luz da fé, aquilo que o Senhor Jesus vos quer dizer a vós, jovens, e, através de vós, às comunidades cristãs.

A vida é uma missão
Todo o homem e mulher é uma missão, e esta é a razão pela qual se encontra a viver na terra. Ser atraídos e ser enviados são os dois movimentos que o nosso coração, sobretudo quando é jovem em idade, sente como forças interiores do amor que prometem futuro e impelem a nossa existência para a frente. Ninguém, como os jovens, sente quanto irrompe a vida e atrai. Viver com alegria a própria responsabilidade pelo mundo é um grande desafio. Conheço bem as luzes e as sombras de ser jovem e, se penso na minha juventude e na minha família, recordo a intensidade da esperança por um futuro melhor. O facto de nos encontrarmos neste mundo sem ser por nossa decisão faz-nos intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: «Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 273).

Anunciamo-vos Jesus Cristo
A Igreja, ao anunciar aquilo que gratuitamente recebeu (cf. Mt 10, 8; At 3, 6), pode partilhar convosco, queridos jovens, o caminho e a verdade que conduzem ao sentido do viver nesta terra. Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós, oferece-Se à nossa liberdade e desafia-a a procurar, descobrir e anunciar este sentido verdadeiro e pleno. Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e da sua Igreja! Neles, está o tesouro que enche a vida de alegria. Digo-vos isto por experiência: graças à fé, encontrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os realizar. Vi muitos sofrimentos, muita pobreza desfigurar o rosto de tantos irmãos e irmãs. E todavia, para quem está com Jesus, o mal é um desafio a amar cada vez mais. Muitos homens e mulheres, muitos jovens entregaram-se generosamente, às vezes até ao martírio, por amor do Evangelho ao serviço dos irmãos. A partir da cruz de Jesus, aprendemos a lógica divina da oferta de nós mesmos (cf. 1 Cor 1, 17-25) como anúncio do Evangelho para a vida do mundo (cf. Jo 3, 16). Ser inflamados pelo amor de Cristo consome quem arde e faz crescer, ilumina e aquece a quem se ama (cf. 2 Cor 5, 14). Na escola dos santos, que nos abrem para os vastos horizontes de Deus, convido-vos a perguntar a vós mesmos em cada circunstância: «Que faria Cristo no meu lugar?»

Transmitir a fé até aos últimos confins da terra
Pelo Batismo, também vós, jovens, sois membros vivos da Igreja e, juntos, temos a missão de levar o Evangelho a todos. Estais a desabrochar para a vida. Crescer na graça da fé, que nos foi transmitida pelos sacramentos da Igreja, integra-nos num fluxo de gerações de testemunhas, onde a sabedoria daqueles que têm experiência se torna testemunho e encorajamento para quem se abre ao futuro. E, por sua vez, a novidade dos jovens torna-se apoio e esperança para aqueles que estão próximo da meta do seu caminho. Na convivência das várias idades da vida, a missão da Igreja constrói pontes intergeracionais, nas quais a fé em Deus e o amor ao próximo constituem fatores de profunda união.
Por isso, esta transmissão da fé, coração da missão da Igreja, verifica-se através do «contágio» do amor, onde a alegria e o entusiasmo expressam o sentido reencontrado e a plenitude da vida. A propagação da fé por atração requer corações abertos, dilatados pelo amor. Ao amor, não se pode colocar limites: forte como a morte é o amor (cf. Ct 8, 6). E tal expansão gera o encontro, o testemunho, o anúncio; gera a partilha na caridade com todos aqueles que, longe da fé, se mostram indiferentes e, às vezes, impugnadores e contrários à mesma. Ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja constituem as periferias extremas, os «últimos confins da terra», aos quais, desde a Páscoa de Jesus, são enviados os seus discípulos missionários, na certeza de terem sempre com eles o seu Senhor (cf. Mt 28, 20; At 1, 8). Nisto consiste o que designamos por missio ad gentes. A periferia mais desolada da humanidade carente de Cristo é a indiferença à fé ou mesmo o ódio contra a plenitude divina da vida. Toda a pobreza material e espiritual, toda a discriminação de irmãos e irmãs é sempre consequência da recusa de Deus e do seu amor.

Hoje para vós, queridos jovens, os últimos confins da terra são muito relativos e sempre facilmente «navegáveis». O mundo digital, as redes sociais, que nos envolvem e entrecruzam, diluem fronteiras, cancelam margens e distâncias, reduzem as diferenças. Tudo parece estar ao alcance da mão: tudo tão próximo e imediato... E todavia, sem o dom que inclua as nossas vidas, poderemos ter miríades de contactos, mas nunca estaremos imersos numa verdadeira comunhão de vida. A missão até aos últimos confins da terra requer o dom de nós próprios na vocação que nos foi dada por Aquele que nos colocou nesta terra (cf. Lc 9, 23-25). Atrevo-me a dizer que, para um jovem que quer seguir Cristo, o essencial é a busca e a adesão à sua vocação.

Testemunhar o amor
Agradeço a todas as realidades eclesiais que vos permitem encontrar, pessoalmente, Cristo vivo na sua Igreja: as paróquias, as associações, os movimentos, as comunidades religiosas, as mais variadas expressões de serviço missionário. Muitos jovens encontram, no voluntariado missionário, uma forma para servir os «mais pequenos» (cf. Mt 25, 40), promovendo a dignidade humana e testemunhando a alegria de amar e ser cristão. Estas experiências eclesiais fazem com que a formação de cada um não seja apenas preparação para o seu bom-êxito profissional, mas desenvolva e cuide um dom do Senhor para melhor servir aos outros. Estas louváveis formas de serviço missionário temporâneo são um começo fecundo e, no discernimento vocacional, podem ajudar-vos a decidir pelo dom total de vós mesmos como missionários.
De corações jovens, nasceram as Pontifícias Obras Missionárias, para apoiar o anúncio do Evangelho a todos os povos, contribuindo para o crescimento humano e cultural de muitas populações sedentas de Verdade. As orações e as ajudas materiais, que generosamente são dadas e distribuídas através das POMs, ajudam a Santa Sé a garantir que, quantos recebem ajuda para as suas necessidades, possam, por sua vez, ser capazes de dar testemunho no próprio ambiente. Ninguém é tão pobre que não possa dar o que tem e, ainda antes, o que é. Apraz-me repetir a exortação que dirigi aos jovens chilenos: «Nunca penses que não tens nada para dar, ou que não precisas de ninguém. Muita gente precisa de ti. Pensa nisso! Cada um de vós pense nisto no seu coração: muita gente precisa de mim» (Encontro com os jovens, Santiago – Santuário de Maipú, 17/I/2018).

Queridos jovens, o próximo mês missionário de outubro, em que terá lugar o Sínodo a vós dedicado, será mais uma oportunidade para vos tornardes discípulos missionários cada vez mais apaixonados por Jesus e pela sua missão até aos últimos confins da terra. A Maria, Rainha dos Apóstolos, ao Santos Francisco Xavier e Teresa do Menino Jesus, ao Beato Paulo Manna, peço que intercedam por todos nós e sempre nos acompanhem.

Vaticano, 20 de maio – Solenidade de Pentecostes – de 2018.
FRANCISCO

domingo, 23 de setembro de 2018

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

JORNADAS MISSIONÁRIAS 2018 CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE ACÇÃO


1 – Nos dias 15 e 16 de Setembro de 2018 decorreram no Seminário do Verbo Divino, em Fátima, as Jornadas Missionárias Nacionais sob o lema “Eu sou Missão”. No âmbito da celebração do sínodo dos Bispos em Roma sobre os jovens em outubro próximo, estas jornadas foram pensadas para que os jovens fossem os protagonistas deste evento. Dos 300 participantes cerca de 30% eram jovens que emprestaram um dinamismo novo a estas jornadas, quer na abertura e no serão do 1º dia, bem como nos desafios lançados na mesa redonda de domingo sobre “A Igreja que pretendemos”.

2- Na sessão de abertura D. Manuel Linda, presidente da Comissão Episcopal de Missões, situou este encontro no contexto da celebração do outubro missionário extraordinário preconizado pelo Papa Francisco, e do ano missionário proposto pelo Episcopado Português com inicio em outubro de 2018 até outubro de 2019.

3- O Dr. Juan Ambrósio, a partir do tema “eu Sou Missão” apresentou-nos a missão como coração da identidade cristã, bem como os pressupostos e coordenadas para a tornar efetiva na vida da Igreja pelo empenho de todos e cada um, concretizada no anúncio da palavra, na celebração fé, na vivência da diaconia e caridade, tudo sustentado pela koinonia (Comunhão).

4- Através dos Workshops e da mesa redonda foi partilhado o compromisso com as múltiplas formas de missão ao nível da experiência pessoal e de grupo, e o seu impacto quer nas comunidades locais quer ao nível diocesano e mesmo em contextos de Missão Ad Gentes, não esquecendo as problemáticas emergentes com Migrantes e outras situações humanitárias.

5- A título de conclusão e para o melhor desempenho da Missão: - A Igreja deve ser descentrada e não autorreferencial, igreja em saída em direção às periferias. - Para que o ano missionário se torne um momento de Graça para a nossa Igreja é urgente criar em todas as dioceses os Centros Missionários Diocesanos (CMD) e os Grupos Missionários Paroquiais (GMP) como promotores e animadores da consciência missionária no povo de Deus. - Torna-se urgente que durante este ano missionário se promovam nas paróquias, arciprestados e dioceses experiências concretas de saída para outras realidades, dentro ou fora das nossas fronteiras, como sinal de compromisso com o anúncio do Evangelho.

- A ausência de representantes de algumas dioceses de Portugal neste encontro nacional é o sintoma de que a responsabilidade missionária das igrejas locais é ainda uma debilidade pastoral. Que a celebração do ano missionário a todos desperte para a missão.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Vamos à Exposição!

Foi inaugurada ontem na Igreja do Carmo, na cidade de Viseu, uma exposição com a participação de vários Institutos Missionários que estão presentes na Diocese. 

A Congregação da Missão marca presença!

terça-feira, 4 de setembro de 2018

PROGRAMA JORNADAS MISSIONÁRIAS


Jornadas Missionárias

Programa


Sábado – 15 de Setembro

09h30 – Acolhimento

10h00 – Oração

11h00 – Abertura (D. Manuel Linda)

11h45 – Eu sou Missão – Dr. Juan Ambrósio

12h30 – Debate

13h00 – Almoço

15h00 – 16h30 – Workshops (1º Momento)
     1.Igreja e diálogo: Que Igreja se pretende na relação e no diálogo – Ecumenismo.
     2.Missão e comunhão: Comunhão de vocações e carismas na missão.
     3.Missão na Periferia: Periferias do sofrimento, pobreza, geografias existenciais.
     4.Todos, Tudo e Sempre em Missão: Como se pode melhorar o papel dos grupos missionários?
     Que ações de animação missionária?
     5.Ser Missão: Refletir sobre “ser”, “ter” e “fazer” missão.
     6.Partilhar a Viagem: Refletir sobre o problema das Migrações e desenvolvimento.

16h30 – Intervalo

17h00 – 18h30 – Workshops (2º Momento)

19h30 – Jantar

21h00 – Serão musical, oração e testemunhos

Domingo – 16 de Setembro

09h30 – Oração

09h45 – Mesa Redonda com vários intervenientes: “Que Igreja pretendemos? Para uma missão mais comprometedora”.

12h00 – Eucaristia – Envio e Conclusões

13h00 – Almoço

sexta-feira, 29 de junho de 2018

JORNADAS MISSIONÁSRIAS

Já saiu o cartaz para as Jornadas Missionárias 2018, em Fátima.

Brevemente mais informações.

sábado, 16 de junho de 2018

Reunião do Setor das Missões Populares


Terminado o ciclo das Missões Populares deste Ano Pastoral, convidei a todos os que estivessem interessados para uma reflexão acerca deste Setor da nossa pastoral. Esta teve lugar no Seminário de S. José, no dia 11 de junho.
Assim, foram convidados os confrades, particularmente os que fizeram parte das equipas missionárias, os párocos onde se realizaram as missões, as irmãs e os leigos que nelas participaram. Fomos 12 os participantes. De referir os apontamentos enviados por escrito do Pe Ricardo, Vouzela, que não conseguiu estar presente.
Esta reunião serviu para fazer uma avaliação das missões realizadas, para abordar a Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa: “Todos, Tudo e Sempre em Missão”, e ainda partilha de sugestões em vista de um aprofundamento do estilo a seguir nas nossas missões.
Foi uma manhã interessante, devido às aportações que cada um deu e ao convívio entre todos.

A Missão vista pelo Sr João


Aqui vai a minha impressão sobre as Missões Populares aqui em Vouzela, orientadas pelos Padres e Irmãs Vicentinos. Assisti a parte do programa que me foi proposto de 12 a 27 de Maio: Tertúlia, Palestras às 21,00 horas no Instituto Marista na primeira semana e às missas da segunda semana.

Primeira Semana:
12 de Maio, Tertúlia na Igreja de São Frei Gil:
 - Acolhimento simpático e boa presença do casal Mário e Helena. Boa apresentação da Raquel. Ótimas intervenções tanto da Mesa como da Assistência.
Assuntos atuais com uma grande abrangência; escola, alunos, professores, sociedade, educação, gerações mais novas, mais velhas, etc.
Gente muito bem preparada para estes assuntos, local bem escolhido, pena a igreja não estar aquecida. Aos velhotes arrefeceram-lhes os pés.
 - Não estive presente no domingo e feriado de segunda-feira, nem nas missas, terços e procissão com o Senhor bispo, D. Ilídio.
 - De terça a sábado estive às 21,00 horas no Instituto Marista, no segundo grupo do primeiro andar com o Irmão Leal.
Foi muito bom, muito belo e posso dizer muito agradável e profundo: grupo pequeno, sentados à volta de uma pequena mesa redonda, à mesma distância uns dos outros e voltados para o centro.
A mesa decorada apenas com a Bíblia e um crucifixo ou outro símbolo religioso; sem um mestre com um quadro ou uma projeção a indicar o que terceiros têm que fazer, sem cadernos para apontamentos, nada disso. Ali estávamos só nós, de igual para igual a falar de Jesus, da sua vida e da nossa. Alguém pegava na Bíblia, lia uma passagem e todos compreendiam e intervinham.
Havia gente com cursos superiores, médios e até uma senhora, que ela mesma, se dizia analfabeta e que nos falava das missas em latim, que ainda nos fez rir e assim podemos aprender todos uns com os outros.
Quem estivesse de fora poderia ver ali um grupo dos primeiros Cristãos que se juntaram no fim do dia de trabalho, na casa de um deles, sentados à mesa para falar de Jesus e das coisas de Deus. Será uma visão romântica? Pois será. Mas foi mesmo o que eu senti e que me dava ânimo para vir no dia seguinte.
Sentíamo-nos todos importantes, todos iguais, todos ao mesmo nível.
E acho que na Europa já houve a igreja das multidões, das igrejas cheias, dos largos a abarrotar quando vinha o bispo ou alguém importante. Hoje e de futuro não será mais assim.
Acho que a igreja doméstica e estes pequenos grupos irão ser o futuro nos tempos que se aproximam.
Deixe-me citar o Pe. Tolentino de Mendonça no seu último livro saído no mês passado.
                   “ Nem por acaso Jesus colocou a mesa no centro da celebração da fé cristã. Porque é que existe a mesa? Porque é que nos sentamos à mesa uns com os outros para tomar a refeição? Não será apenas por razões materiais e económicas, mas sobretudo por razões de vida. Sentamo-nos juntos em torno do alimento, porque nos alimentamos não só de comida, mas uns dos outros. Temos uma verdadeira necessidade da presença, da hospitalidade, da palavra, do cuidado e do afeto dos outros. À volta da mesa reconhecemo-nos melhor, alimentamo-nos mutuamente com um alimento invisível: o da relação.”
Ou o Cardeal António Marto em entrevista ao Expresso este sábado:
“Que se procure superar a cultura da indiferença, promovendo a cultura do encontro, da
 proximidade. Uma cultura do acolhimento, da atenção, da partilha.”
Estes dois doutores da Igreja, o rev. Pe. Bruno com as duas irmãs e os missionários de S. Vicente de Paulo afinal parecem apontar-nos o mesmo caminho. E até o lema dos grupos foi “Em Caminho”.
Pois então queridos amigos vamos em frente, vamos caminhando e o Pe. Bruno volte mais vezes.

A segunda semana foi mais clássica:
Todas as noites missa na Matriz às 20,30 horas e missa de encerramento na igreja da Misericórdia.
Foi tudo muito bom, muito simples. Temas diários interessantes e que têm muito a ver connosco e com o nosso compromisso religioso. “As pregações”, que não foram nada disso, bem pelo contrário, foram mais umas parábolas, umas histórias, verdadeiras algumas outras nem tanto, mas sempre adequadas aos assuntos tratadas no dia, assim naquele jeito de Jesus a ensinar os apóstolos…
Esteve muito bem Pe. Bruno, felicito-o  pela simplicidade das suas intervenções, que não deixaram de ser profundas, agradáveis e que ainda hoje recordo.
Nesta semana apareceu mais gente. A igreja esteve compostinha. E se não vieram mais a culpa também foi nossa. Eu próprio me penitencio. Na quinta-feira fiz um convite especial à minha esposa e como o tema era Maria e sabendo-a devota fomos de tarde cortar cada um a sua flor para levar, mas uma dor de cabeça estragou tudo. Fica para a próxima.
Os cenários nas missa estavam bonitos. Até o poço do encontro de Jesus com a Samaritana lá estava  e com água e tudo.
O Pe. Bruno disse ter gostado dos monitores; nós também.
Estive ainda na missa das 15,00 horas na Unidade de Cuidados Continuados, local que a paróquia muito acarinha. Como estava um sol radioso e uma temperatura muito amena fez-se a missa ao ar livre para consolo de todos aqueles queridos doentes, que naturalmente ficaram radiantes.

A missa de encerramento foi no sábado com a presença dos grupos e toda a comunidade estava feliz. Ficamos com a cruz comemorativa, bem linda por sinal. Depois dos agradecimentos da comunidade, materializada pelo Pe. Ricardo vieram as palmas merecidas e verdadeiras para os nossos queridos companheiros de caminhada; este grupo da Missão Vicentina que nos visitou.
Bem-haja pelo vosso trabalho.