segunda-feira, 31 de março de 2014

Ao serviço da Missão


Foi com grande entusiasmo que aceitei fazer parte da equipa missionária para a missão em Saboia e Santa Clara-a-Velha. Na realidade eu e minha esposa, despedimo-nos dos nossos animais de estimação, dos nossos afazeres aqui em S. Teotónio e de alguns compromissos, mesmo a nível pastoral, para nos pormos a caminho porque missão é caminhar e caminhar ao encontro do outro. De facto foi assim.
A missão começou no dia 8 de Março com a recepção da imagem de Nossa Senhora das Missões, em Pereiras-Gare que entusiasticamente foi recebida por um grupo de pessoas daquela aldeia especialmente jovens, pela equipa missionária: Sr. Padre Agostinho, Irmãs do Espírito Santo (Gorete, Ascensão e Emília), por mim e minha esposa, Nélida.
Para começar a missão foi muito bom, porque ali foram vividos momentos fortes, pois a acompanhar a imagem veio um grupo de Ermidas e Alvalade com o seu pároco, Padre Sales, que no seu sermão de entrega da imagem a Pereiras muito bem soube testemunhar a missão. Seguiu-se um lanche partilhado que nos proporcionou momentos felizes de convívio.


Viver em comunidade
Esta foi a recepção. Os dados estavam lançados. A partir deste momento a missão começa a desenrolar-se com a realização das assembleias familiares “catequeses”. Tive o grato prazer de ser animador de algumas, de modo particular, aquela que foi baptizada com o nome “PAZ” e que funcionou na casa de D. Isabelinha. Esta senhora, com toda a amabilidade, também nos recebeu para pernoitar na sua casa, a mim e à minha esposa e ao padre Agostinho. Uma verdadeira Senhora que, com 90 anos de idade e com muita dificuldade em ver, nunca deixou de fazer questão de nos servir o pequeno-almoço e, quando já pela noite dentro chegávamos a casa, lá estava para nos receber.
Nas assembleias familiares, quer em Saboia, Santa Clara-a-Velha e Luzianes, encontrei uma disposição para ouvir a Palavra de Deus e criou-se, na realidade, um ambiente de primeiras comunidades Por vezes, senti-me verdadeiramente a viver em comunidade. Senti que aquelas populações apesar de maioritariamente idosas estavam ali presentes e todas elas manifestaram o desejo de continuar a ser apoiadas espiritualmente. Nesta primeira semana vivi uma experiência de contacto e partilha com as populações das diversas comunidades, especialmente idosos no lar e centros de dia e também com as crianças das escolas que, para mim e minha esposa, foram altamente enriquecedoras porque foi muito mais o que recebemos em experiência do que aquilo que tínhamos para dar.


Equipa unida e animada
A segunda semana preenchida com celebrações temáticas, via-sacra e procissões, preencheu-me do ponto de vista da prática da vivência da fé. O trabalho não foi pouco mas agora que já passou, reconheço que houve da parte de quem era responsável pela equipa, o Padre Agostinho, uma capacidade quase inacreditável de coordenar o serviço de modo a que entre cenários a montar num lado e a desmontar noutro, com distâncias consideráveis a percorrer, tudo correu sobre rodas e ainda por cima mantendo a equipa verdadeiramente unida e animada num ambiente de partilha de trabalho, de entrega e de esforço, para chegar a todos. Aparra-me realçar e enaltecer este testemunho de entrega feliz e alegre. Esta equipa mais parecia uma só pessoa e durante estes dias criou-se entre os vários elementos laços ainda mais fortes de amizade e partilha.


Testemunhos de amor e de dedicação
 A adesão quer às Procissões, Via-sacra e Celebrações por parte daquelas pessoas, que não obstante viverem longe e algumas sozinhas, foram bem o testemunho de que a fé não é algo abstracto mas sim verdadeiro e que vive no seu coração.
No encerramento dos quinze dias de missão viveu-se ainda mais intensamente este tempo porque tivemos connosco a presidir às celebrações o nosso pastor, D. António Vitalino, que nos soube transmitir o verdadeiro sentido de seguir Jesus. E, nos momentos de convívio, deixou-nos o seu testemunho de amor e dedicação ao seu rebanho.
Regressado a casa, encontrei os meus animais de estimação sedentos do meu carinho, eu realizado porque vivi quinze dias que reforçaram em nós, casal, o espirito de missão.
Em jeito de despedida queria só deixar o meu apelo para que não se perca nenhuma daquelas sementes que foram deixadas nestas terras do interior onde por vezes falta a rega tão necessária para que elas germinem.
Por mim, por nós, resta-nos dizer estamos, com certeza, no grupo daqueles que tudo farão para que esta acção tenha continuidade.

Diácono Permanente José Inácio
e esposa, Nélida

sexta-feira, 28 de março de 2014

RETIRO DOS COLABORADORES DA MISSÃO VICENTINA


Fátima – 21, 22 e 23 de Março 2014

Como habitualmente teve lugar em Fátima, na Casa das Filhas da Caridade, o Retiro dos Colaboradores da Missão Vicentina (CMV), orientado pelo Pe. Manuel Nóbrega, que teve o apoio do Pe. Carlos Moura.
No dia 21, após o jantar houve a apresentação dos participantes neste Retiro. Este ano, as presenças ultrapassaram as quatro dezenas. Eram de várias localidades, de modo particular, das terras onde a Missão Popular já passou: Marinhais, Salvaterra de Magos, Cucujães, Mões, Nisa, Felgueiras, Lisboa, Tomar.
Nos vários momentos de oração foram lembrados os Colaboradores que já partiram, os que por doença não puderam estar presentes e todos os outros (muitas centenas!) que apoiam a Missão Popular, a Missão ‘Ad Gentes’- Moçambique e os Seminários vicentinos.


Vocação: vários níveis e o mesmo compromisso
Reflectimos sobre os temas que nos foram apresentados: “Eu Te amo, Senhor” – Vocação filial; “Identidade humana” – Vocação comunitária; “Nascer de novo” – Vocação vicentina. Na celebração comunitária da penitência: Apelos Samaritanos houve um tempo aberto para Adoração. Foi um momento de grande reflexão. Ajudados pelo orientador que tão bem prepara os temas e, com a sua maneira simples como interpela e leva a entender melhor os textos que distribui, ficamos mais ricos e mais decididos a “nascer de novo” e a deixar-se conduzir pelo Espírito.
Foi uma assembleia muito participativa, com perguntas directas, sem rodeios, com os silêncios propostos e que o momento exigia.
Surpresa agradável foi o reencontro de amigos que vieram de bem longe. Todos nos relacionámos com alegria e muita amizade. Ficou expressa a vontade de repetir a presença no próximo Retiro/Encontro.


Arlete Vieira (CMV-Lisboa)

terça-feira, 25 de março de 2014

Sabóia e Santa Clara-a-Velha, comunidades em Missão



Desde o dia 8 de Março, com a chegada e acolhimento da Imagem da Senhora das Missões, as paróquias de Santa Clara-a-Velha e Sabóia e as comunidades de Pereiras-Gare e de Luzianes-Gare, estiveram em Missão Popular.
Ao longo dos 15 dias, a equipa missionária constituída pelas Missionárias Espiritanas (Irmãs Emília, Ascensão e Gorete), o diácono permanente José Inácio e esposa (Nélida) e o P. Agostinho, apesar das grandes distâncias e da dispersão, procurou estar presente nas várias localidades e testemunhar a alegria da Missão.
Além da visita da imagem peregrina a todos os lugares de culto que juntou algumas centenas de pessoas, também se viveu, pelas ruas de Sabóia e em Santa Clara, a “Via Crucis”. A acção directa nas Escolas, com dois momentos distintos, a presença nos Centros de Dia, Centro de convívio e Lar D. Ana Pacheco e a visita ao domicílio a doentes e a idosos (e tantos que eles são!), ocuparam grande parte dos dias. O tempo de oração (laudes e adoração) e as celebrações festivas, com temática alusiva ao tempo litúrgico e ao lema da diocese, preencheram o início e a tarde-noite de cada dia.


Assembleias familiares e Sacramento dos doentes
Na primeira semana, nas assembleias familiares, à tarde ou à noite, fez-se a experiência das comunidades dos Actos dos Apóstolos. Em Sabóia, funcionaram quatro grupos, com nomes significativos: “A caminhar”, “Mensageiros de Cristo”, “Acolhimento” e “Paz”; em Santa Clara, fizeram-se dois grupos: “Grão de trigo” e “Ser presente”; em Luzianes, formaram-se dois, um deles constituído, na sua maioria, por jovens. Ambos assumiram o nome “Luz”. Cada um deles, ao longo de três dias, congregou mais de uma dúzia de pessoas, interessadas, participativas e desejosas de aprender a descobrir a Bíblia. Os testemunhos proferidos na Comunidade das comunidades realçaram a alegria do encontro, o enriquecimento mútuo e a disponibilidade para continuar a caminhada.
Em Sabóia, no Lar, e em Santa Clara, na Igreja, muitos idosos e doentes prepararam-se para Unção dos Doentes. Várias dezenas de pessoas, homens e mulheres, abeiraram-se do Sacramento e foi visível a alegria espelhada no rosto e no olhar de cada um.
Em Pereiras, não foi possível congregar qualquer assembleia. As celebrações semanais dos sábados e as visitas, tornaram-se os momentos mais expressivos nesta comunidade.

Pastor diocesano viveu a experiência do encontro
Ir ao encontro dos mais afastados, seja na distância, seja nas dificuldades a todos os níveis, é tarefa da Igreja e do Bispo. Os dois últimos dias da Missão contaram com a presença de D. António Vitalino. No sábado, ainda a equipa missionária estava em oração, já ele se encontrava na Igreja de Sabóia. Com um programa apertado, deu-se início ao primeiro encontro da manhã. Um pequeno grupo de crianças e adolescentes respondeu ao apelo feito nas Escolas e na catequese. A partir da parábola da Semente estabeleceu-se o diálogo. A proximidade e o à vontade permitiu a reflexão e a oração.
Logo de seguida, no Lar D. Ana Pacheco (instituição que alberga mais de seis dezenas de idosos, faz cerca de uma centena de apoios domiciliários, tem protocolos em vários apoios sociais e dá trabalho a muitas famílias), o Bispo diocesano e a equipa missionária, foram acolhidos por membros da direcção. Acompanhado por eles, D. António cumprimentou afectivamente todos os velhinhos dando-lhes uma palavra amiga e de esperança.
À noite, no centro paroquial de Sabóia, D. António, participou na reunião com os representantes das comunidades de Pereira, Luzianes, Santa Clara e Sabóia. Estiveram presentes 30 pessoas. O prelado diocesano orientou o encontro. Começou por dar espaço a perguntas. Depois, a partir de um texto sobre o Papa Francisco, apontou caminhos a seguir a nível pessoal, paroquial e comunitário: humildade, simplicidade, compreensão, acolhimento, disponibilidade, fraternidade e comunhão. Falou ainda da corresponsabilidade e na necessidade de se ultrapassar obstáculos que estragam a relação das pessoas e não ajudam a construir a comunidade. A todos exortou para que o testemunho de vida seja um reflexo do que escutamos na Palavra e celebramos nos Sacramentos.


“Senhor, dá-me dessa água”
No sábado, além dos encontros, aconteceram duas celebrações: uma, em Pereiras e outra,  em Luzianes. D. António presidiu e falou à assembleia reunida. Recordou momentos de presença nessas comunidades e, a partir da liturgia do III domingo da Quaresma e com o cenário do poço de Jacob, foi fazendo uma catequese viva para grandes e pequenos. Descendo para o meio da assembleia foi mas fácil fazer chegar a mensagem a todos, porque mais próxima e acessível.
Á chegada a Luzianes houve um acolhimento muito expressivo e familiar. No final, à saída da celebração, havia um bolo alusivo ao momento, para ser partilhado por todos.
No domingo, foi a vez de Santa Clara saudar o Pastor diocesano e acolher a sua mensagem. Em cenário semelhante e linguagem simples, a celebração foi muito viva, onde as crianças fizeram ouvir a sua voz. O ofertório, com símbolos trazidos da terra expressou a vontade de continuar a Missão. Os representantes das assembleias, empunhando os cartazes, testemunharam a experiência vivida. D. António agradeceu o empenho e lançou o desafio a todos para “serem um presente para os outros”. Aludindo ao taleigo apresentado, e feito de vários retalhos, apelou a todos, para que, na diferença e na riqueza de cada um, se construa unidade e comunhão. Da mesa da Eucaristia partiu-se para a mesa do pão de cada dia, preparada no Pavilhão do clube local e que contou com a participação de um grande número de pessoas de todas as idades.
Em Sabóia, depois de visitar uma velhinha de 99 anos, enciclopédia viva de muitas orações e de testemunho de fé, D. António presidiu à Eucaristia de encerramento que foi ponto e momento de encontro. Também aqui, e a partir do testemunho das assembleias e dos ‘nomes de baptismo’ de cada uma delas, o senhor Bispo fez a homilia. Mais uma vez, a proximidade e a simplicidade estiveram presentes. Sem esquecer o “encontro do dia”, o de Jesus com a samaritana, e traçando o caminho feito por esta, no diálogo com Aquele que é a Fonte de Água viva, D. António pediu aos presentes que fossem missionários como ela o foi ao levar aos outros o testemunho da sua vida ao encontrar o Messias.
Como nos outros lugares não podia haver encerramento da Missão sem um convívio. No centro paroquial, houve lugar para todos. O pouco de cada um, tornou-se muito. O Pastor diocesano, teve que partir, pois novos encontros o esperavam.
Estes dois dias, cheios e em cheio, foram sinal de presença e de proximidade. Foram Missão. Agradecer estes dias a Deus e às pessoas é obrigatório e é justo. A Deus, porque é digno de todo o louvor; às pessoas e às instituições (Lar e Juntas de freguesia) porque se deram totalmente e tudo fizeram para que a Missão acontecesse e se tornasse um tempo forte de alegria e de partilha, de encontro com Deus e os irmãos, de vida e de comunhão.


P. Agostinho Sousa, CDM

sexta-feira, 14 de março de 2014

A Alegria da Missão



Uma experiência de vida
Em dia de Carnaval, cerca de setenta leigos e algumas religiosas, vindos das dioceses de Vila Real, Porto Santarém, Guarda, Portalegre-Castelo Branco e Beja (5 participantes), dirigiram-se a Fátima, à Casa da Senhora das Dores e juntaram-se aos directores dos Secretariados diocesanos da Missões que, na véspera, estiveram reunidos para partilhar experiências e programar próximas acções. Deste modo, responderam à convocatória feita pela chefia das OMP. De salientar a presença de vários Colaboradores da Missão Vicentina (CMV) e da diocese de Santarém, nomeadamente da Zona de Salvaterra de Magos. Foi a segunda vez que tal aconteceu e a resposta, este ano, quase duplicou.
Foi um dia de formação para todos aqueles que colaboram na animação missionária nas dioceses. A conduzir a jornada esteve o P. António Lopes, director nacional das OMP que deu as boas vindas e, depois de um breve momento de oração, fez a apresentação do conferente, vindo de Roma, P. Timoteo Lahane, SVD. Foi Secretário-geral da Obra da Propagação da Fé e cessou funções no final do ano passado.
Apoiado na experiência vivida ao longo dos últimos cinco anos, quer nas visitas que fez, quer nos testemunhos que recebeu, o P. Timoteo explanou o tema “Pastores missionários para uma Igreja em permanente estado de Missão”. Citando alguns dos documentos com marca missionária (Redemptoris Missio, Presbyterorum Ordinis, Pastor dabo vobis, Documentos de Aparecida, Evangelii Nuntiandi, Evangelii Gaudium e mensagens dos dias mundiais da Missões), o orador apontou como centro de toda a Missão Jesus Cristo e que a Igreja é missionária por natureza e que não pode perder esta dimensão. A partir de Marcos (13, 9-10), falou das muitas perseguições a que os mensageiros da Palavra estão sujeitos, em todos os tempos e agora, concretamente. Nem por isso, se pode deixar de anunciar o Evangelho, mesmo em ambientes hostis ou quando parece que tudo está perdido, porque somos em pequeno número, sem grandes meios ou poucas forças. Não sendo fácil ser cristão hoje, mesmo assim, não podemos deixar de acreditar que vale a pena dar-se, sem medida e sem cálculos.


Chamados à vida, ao amor e à santidade
O P. Timoteo acentuou a necessidade do encontro com o outro, na proximidade, na descoberta do outro. Chamados à vida, ao amor e à santidade, cada um deve dialogar com o seu coração e com o coração de Deus para ser um autêntico discípulo. Entrar no coração leva-nos a ir ao encontro, partilhando a alegria da Missão.
Com imagens recentes de destruição e morte e servindo-se de alguns gráficos a nível de continentes, citou Bento XVI que disse: “Jesus convida a todos a participar na sua missão. Que ninguém fique de braços cruzados! Ser missionário é ser anunciador de Jesus Cristo com criatividade e audácia em todos os lugares onde o Evangelho não foi suficientemente anunciado ou acolhido, em especial nos ambientes difíceis e esquecidos e para além das nossas fronteiras. Sejamos missionários do Evangelho não só com palavras mas sobretudo com a própria vida, entregando-a em serviço inclusive até ao martírio”.
Citando o Papa Francisco, o orador, falou da espiritualidade missionária, eclesial, mística, profética, que convoca, propõe, convida, que é solidária e misericordiosa, que vive e testemunha a novidade da Páscoa de Jesus.
Por fim, o Secretário-geral cessante da OPF, respigou alguns números da Carta pastoral “Para um rosto missionário da Igreja em Portugal”. Salientou a riqueza do documento e levou os participantes a descobrir as linhas de força e os desafios da mesma: cada igreja particular é responsável por toda a missão; necessidade de avivar a vocação missionária de todos os cristãos; urgência em lançar mão de novos métodos e de converter a nossa vida a Jesus, deixando tudo para O seguir; e, a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações.

4 analogias, uma única Missão
Coube ao Director Nacional apresentar o tema: Alegria da Missão. Como pano de fundo esteve a Exortação apostólica “Evangelii Gaudium”: “A alegria do Evangelho, que enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus é uma alegria missionária” (EG 1.21). Encontro foi a palavra escolhida: encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e rumo decisivo.
A experiência de Moisés serviu de mote para significar toda a história de encontros com o Senhor e que revelam a paixão do missionário por Deus e pelo seu Reino. Deste modo, viver a missão é encontrar-se, escutar o chamamento e seguir. Exemplo claro desta missão e envio é o de André ao desafiar (pro-vocar) o seu irmão Pedro ao anunciar-lhe: “Encontramos o Messias”.
Com a Palavra de Deus numa das mãos e a Evangelii Gaudium noutra mão o P. António Lopes apresentou 4 analogias para falar da Missão: A analogia pastoral (Jo 10, 2-4.14-16), a analogia agrícola (Mc 4, 3-9 e outros), a analogia da pesca marítima (Lc 5, 1-6.10) e a analogia dos fones stereo, a partir de Isaías (Is 54, 1-10), “alarga o espaço da tua tenda”.
A exposição, viva, apelativa e profunda terminou com uma frase chave que convida e desafia a sermos mais missionários e mais proféticos nesta aldeia global que é o mundo, onde vivemos e onde somos chamados a dar testemunho: “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo. É preciso considerarmo-nos como que marcados pelo fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar” (EG 273)

Partilha e troca de experiências
Os trabalhos prolongaram-se pela tarde. Após o almoço, houve partilha e troca de experiências. O nascimento e crescimento dos Grupos Missionários Paroquiais (GMP), a Obra da Infância Missionária, a Missão Ad Gentes, o voluntariado missionário foram tema de reflexão e de desafio.
Algumas paróquias e dioceses já têm uma vivência missionária mais organizada; outras, começam a dar os primeiros passos, com vontade firme de tornar mais visível a urgência da Missão. As questões e inquietações, as respostas e caminhos apontados, fizeram crer que algo está a acontecer.
Alargar a tenda, rasgar horizontes foi a tónica deste encontro missionário. Os testemunhos e temáticas, a participação numerosa e interessada, mostraram que há caminho a fazer mas também que sabemos com quem e para onde caminhamos. Os presentes foram unânimes em afirmar a riqueza do encontro e a necessidade que há em fazer com que haja mais e com mais participantes. 
Com esta partilha e troca de experiência descobrimos e tomamos mais consciência que “todos somos chamados a servir a humanidade do nosso tempo, confiando unicamente em Jesus, deixando-nos iluminar pela sua Palavra” (Bento XVI, homilia no Porto, Maio 2010).
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

domingo, 9 de março de 2014

Missão em Sabóia e Santa Clara-a-Velha


Pela serra de Monchique


As paróquias de Sabóia e de Santa Clara a Velha e as comunidades de Luzianes-Gare e de Pereiras-Gare começam o tempo da Quaresma, ao ritmo da Missão Popular. Começa a dia 9 de Março e termina no dia 23, um domingo. Esta grande área está aos cuidados do P. Júlio Lemos, que também cuida pastoralmente da paróquia de S. Teotónio. Para o trabalho pastoral, estas terras contam com a presença próxima e comprometida da comunidade das Missionárias Espiritanas, composta pelas Irmãs Emília, Ascensão e Gorete.
No dia 8 de Março, dia da Mulher, a Imagem da Senhora das Missões, foi entregue a esta zona de Missão, trazida pelas Comunidades Paroquiais de Ermidas-Sado e Alvalade, que há pouco tempo viveram a Revitalização da Missão. Várias dezenas de pessoas, com o se pastor, P. Sales, acompanharam a Imagem até à Igreja de Pereiras-Gare, onde, com a comunidade local, celebraram a Eucaristia, muito viva e participada.
Após o porta a porta feito e vivido pelos missionários locais, foi dado a este tempo de missão o seguinte mote: “A missão parte do coração e dirige-se ao coração”. Missão, partilha, comunhão, são 3 vectores que vão ser cuidados e estarão presentes nestes 15 dias, para que sejam formadas verdadeiras comunidades “iluminadas pela Palavra e alimentadas com a Eucaristia”.

Programa vasto e englobante
Nos dias 22 e 23, D. António Vitalino, calcorreará os caminhos da serra de Monchique e animará na fé estes irmãos que vivem “no fim do mundo”, reunindo com as comissões, catequistas, serviços paroquiais, visitando o Lar e os doentes e presidindo às celebrações.
O programa é vasto e engloba acções e momentos nas 4 localidades, dirigidos a todos, de todas as idades e proveniências.
As Assembleias Familiares, as visitas às instituições de apoio às pessoas com mais idade e com mais dificuldades, o encontro com as crianças da Escola e da catequese, a meditação, compromisso e testemunho das verdades da fé, nas celebrações e sinais, passando pela vivência do mistério da paixão, morte e ressurreição, na via-sacra nas ruas, são pontos marcantes deste tempo de encontro com Cristo e com os irmãos.
A área das Comunidades de Pereiras-Gare, Luzianes-Gare, Sabóia e Santa Clara-a-Velha perfaz cerca de 415 Km2 e a população desta zona, não chega a 2.500 habitantes (Census 2011). As grandes distâncias e dispersão e a muita idade da grande maioria das pessoas são situações a ter em conta pela equipa missionária.
A oração de todos, a protecção dos santos padroeiros, a presença maternal da Senhora das Missões e a luz e força do Espírito Santo, ajudarão a superar dificuldades, tocarão os corações e farão com que este tempo de Missão seja um tempo de graça e bênção para todas as famílias destas terras perdidas na serra e, tantas vezes, esquecidas.
Deus, Pai e Amigo, sempre presente e atento às necessidades do Seu Povo, mais uma vez olha com bondade para estes seus filhos e propõe-se caminhar com todos, neste tempo de Missão.
P. Agostinho Sousa,

CDM/Beja

quinta-feira, 6 de março de 2014

Ponte de Sor: O Desafio da Missão



Tempo forte de evangelização
Desde há muitos anos atrás que a Missão Popular estava desenhada nos projectos pastorais da paróquia de Ponte de Sor (S. Francisco de Assis). Circunstâncias de vária ordem foram adiando a concretização deste sonho e desejo. Ultimamente, em Ponte de Sor, têm sido feitas várias experiências tais como a Missão País ou as semanas animadas pelo Grupo Missionário Ondjoyetu, de Leiria-Fátima.
Nas localidades vizinhas da Tramaga e Vale de Açor (2010) e Longomel (2013) já se realizaram Missões Populares. Mais longe um pouco, mas dentro do arciprestado de Ponte de Sor, na dobragem do milénio, as paróquias de Nisa e de Montalvão, fizeram um tempo forte de Missão.
A própria Diocese de Portalegre-Castelo Branco nos anos 90 do século passado fez uma grande aposta nesta proposta de evangelização. A grande maioria das paróquias dos concelhos de Abrantes, Sardoal, Sertã, Vila de Rei, Mação e Alcains (1994-1998) foi palco de Missões Populares, animadas pelos Padres vicentinos ou Padres da Missão.

Mês missionário
O P. Alberto Tapadas, pouco tempo após ter assumido a paroquialidade de Ponte de Sor e de Longomel pediu aos Padres Vicentinos que assumissem a concretização de um tempo forte de evangelização, através da realização de Missões Populares. Após vários encontros e partilha de documentação e, num contexto de celebração jubilar de Bodas de Ouro da sagração da Igreja de Longomel, decidiu-se que a Paróquia de Nª Sª da Oliveira fosse a primeira a ser terreno de Missão. Foi o que aconteceu em Maio último.
Agora, chegou a vez de Ponte de Sor viver o desafio da Missão de 28 de Setembro a 12 de Outubro, em pleno mês missionário. Coincide com a celebração do Padroeiro da Paróquia (4 de Outubro - S. Francisco de Assis) e da Padroeira das Missões e da comunidade das Barreiras (1 de Outubro – Sta Teresinha do Menino Jesus). Também em Outubro, no dia 18, nova vivência missionária vai acontecer nesta cidade: a 6ª Jornada Diocesana Missionária.

Convocados para a Missão
Para avançar com o projecto da Missão, no início de Fevereiro houve uma reunião como Pároco e com alguns membros da comunidade paroquial, para se encontrar caminhos e meios para se dar o melhor início ao tempo da pré-Missão. O método e dinâmicas foram os seguintes: alargar o horizonte da Missão a todas as zonas da paróquia (cidade e periferias), nomeadamente, Barreiras, Ervideira, Barroqueira, Arneiro, Fazenda, Domingão, Foros de Domingão, Vale da Bica, Cantinho do Céu, Pinhal e outros; fazer o levantamento de pessoas de toda a área e enviar-lhes um ofício, convidando-as para uma reunião; fazer uma carta- convite a toda a população para entrega pessoal e divulgação no “Ecos do Sor”.   
A 1 e 2 de Março, nas Eucaristias dominicais (Barreiras, Ervideira e Matriz de Ponte de Sor) foi feito a anúncio solene da Missão Popular. Foram apresentados objectivos e dinâmicas e fez-se o convite a uma oração mais intensa pela Missão. As três assembleias, em grande número, sentiram-se convocadas para a Missão e assumiram o desafio.


Cristo fala ao coração
No domingo, dia 2, à tarde, no Centro Paroquial, mais de quatro dezenas de pessoas, participaram na reunião que contou com a presença do P. Alberto. O P. Agostinho, responsável pelo sector das Missões na Congregação da Missão, apoiado por um powerpoint, fez uma exposição sobre o que é este tempo forte de evangelização, seus tempos, etapas, meios, caminhos, compromissos e desafios. Falou ainda dos agentes e intérpretes desta acção missionária: animadores, donos das casas, visitadores, equipa dinamizadora e equipa missionária.
Aos presentes, foi entregue algum material: catequese sobre a Missão Popular, tríptico sobre as etapas da Missão, a oração da Missão e outros instrumentos para um maior conhecimento e esclarecimento. Marcou-se novo encontro para Abril e uma actividade no mês de Maio, de modo particular, com as zonas mais distantes.
Por fim, ensaiou-se e cantou-se o hino da Missão:     “Vem irmão, Cristo bate à tua porta! Vem, amigo, Cristo fala ao coração. Deixa o medo, a vaidade e vem de volta. Deus te chama! Por ti espera, neste tempo de missão”!

P. Agostinho Sousa, CM

quarta-feira, 5 de março de 2014

Vivências Missionárias em Terras do Sado (II) Missão, experiência de vida

Algarvia de nascença, alentejana por opção, vivo em Mina de S. Domingo-Mértola. Sou esposa, mãe e avó. O meu nome de baptismo é Isabel.
No dia 18 de Janeiro, depois de terminados os trabalhos duma acção de formação em Moura e das despedidas feitas, pronta para regressar a casa, senti que devia voltar atrás e oferecer os meus préstimos para a missão, ao Padre Agostinho, caso fosse necessário.
Passados alguns dias, não muitos, recebi um convite para fazer parte da equipa que ia em missão, imaginem para onde?

Nada mais, nada menos, que para Itália, Etiópia e Ermidas-Sado e Alvalade, durante 15 dias! Claro, que as coisas ditas desta maneira, dá azo, a que muitos perguntem,  como seria possível em 15 dias fazer missão em 3 lugares, tão longe e tão perto? Nada disso...
É que, ao lado ESTE de Ermidas, o povo dá-lhe o nome de Etiópia, creio que pelo facto de se tratar dum lugar aonde predominava a construção mais rural e mais pobre, naquele tempo. E ao lado OESTE, o de Itália, naturalmente, porque depois de se implantar a linha do caminho-de-ferro entre estes dois lugares, aqui se implementou grande desenvolvimento, nomeadamente a nível de indústria e comércio de farinha e cortiça, entre outras.
Faço referência a este facto, só porque quando lá cheguei, me surpreendeu muito, constatar que este lugar era composto de casas térreas de qualidade e muito amplas com quintais enormes e ruas bastante largas e o povo, por sua vez, identificar as pessoas como sendo da Etiópia ou de Itália. Soube depois que isso se deveu ao facto do agricultor Manuel Joaquim Pereira, nos anos 30, ter doado e vendido a preços baixos, todo aquele terreno à CP, que permitiu grande desenvolvimento e criação de riqueza naquela área.

A Missão, um momento forte
Mas, voltando à Missão em si, quero dizer que foi mais um momento muito forte que Deus me permitiu viver, desta vez, junto daquela gente boa de Ermidas e Alvalade, na companhia duma Equipa extraordinária, brincalhona e bem-disposta, mas muito responsável e disponível para todos os momentos de chamada.
Naturalmente que desta Equipa Missionária Vicentina, formada pelo Padre Agostinho, pela Arlete, de Lisboa e muito comprometida com a Igreja, pela Nádia, da Juventude Mariana Vicentina de Tomar e por mim própria, quero ressalvar a postura do Sacerdote que sempre foi muito correcta, amiga e exigente. Aliás, penso que doutra forma o nosso trabalho não teria sido tão frutuoso e reconhecido por todos, a quantos tivemos oportunidade de chegar.
Senti muitas manifestações de carinho, desde as escolas, passando pelos lares e bombeiros, não esquecendo os doentes e pessoas que se cruzavam na rua connosco, a quem dirigíamos uma palavra. Tudo foi, digamos, que uma grande bênção, do Pai do Céu, que nos criou, do Seu Filho Jesus, Fonte de Água viva que sacia a nossa sede e do Espírito Santo que nos ilumina e dá discernimento, para melhor darmos testemunho do Seu amor, a todos os nossos irmãos.

Dia do Doente
A Missão naquelas paragens coincidiu com o dia do doente. De modo que, a todos quantos desejaram a nossa visita, lhes foi ministrado o sacramento da Santa Unção e oferecida a medalha da Senhora das Graças ou também conhecida como Medalha Milagrosa. E como era consolador, ver como  todos ficavam tão tranquilos, contentes e agradecidos...
Fiquei deveras sensibilizada com algumas situações, nomeadamente na escola, com um menino de nove anos, agarrado a uma cadeira de rodas, que anda no terceiro ano e só pode escrever com o apoio dum computador e na "Etiópia", com um senhor de quarenta e poucos anos, paraplégico, devido a um acidente quando regressava a casa depois do trabalho e com uma família de fracos recursos.
Perante estes dois casos, para não falar noutros, quem somos nós, "para estarmos mal com tudo e com todos", reforçado, pelas palavras do Padre Nóbrega, na Acção de Formação que tão sabiamente nos transmitiu no dia 22 de Fevereiro, quando tratou do tema “Evangelização e Família”?
Que todos sejamos capazes de agradecer ao Senhor o dom da vida e confiar absolutamente n'Ele, porque não seremos abandonados, pela sua infinita bondade. E tenhamos sempre em mente o valor dos VALORES, começando pelos três tão simples que o nosso Papa Francisco recomendou às famílias durante uma peregrinação à Praça de S. Pedro: "com licença, obrigada e desculpa”. Enquanto missionários, a nossa mensagem também passou por estas ideias-chave, sempre que oportuno.



Presença do Pároco
Por fim, fiquei, penso que todos ficaram, com o mesmo sentimento, profundamente feliz, por verificar que foi muito importante a criação das várias comunidades e revitalização de outras, que se dispuseram a uma vivência missionária mais comprometida, naturalmente com a bênção e protecção de Nossa Senhora das Missões, muito acarinhada e querida, por onde quer que passou.
Não posso esquecer a colaboração imprescindível que o Pároco destas duas terras, o Padre Francisco Sales, nos deu com toda a sua boa vontade, em quase todas as cerimónias e visitas que desenvolvemos.
Por fim quero agradecer ao Senhor, que me chamou por intermédio do Padre Agostinho para esta missão e a todas as pessoas que nas duas paróquias me deram tanto mimo, ao resto da equipa missionária e ao Padre Sales.
Entretanto, fico pedindo ao Senhor, para que todas as comunidades  tenham muito presente no seu trabalho, um olhar muito atento aos mais abandonados, porque todo o bem que possam fazer a um dos mais pequeninos, é ao próprio Jesus que o fazem. Bem-haja a todos!
Isabel Valente,
Mina de S. Domingos


MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2014

Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza
(cf. 2 Cor 8, 9) 



Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?
A graça de Cristo


Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes22).



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segunda-feira, 3 de março de 2014

Vivências Missionárias em Terras do Sado (I)

Cativar os jovens

Sou a Nádia, tenho 17 anos e vivo na cidade dos Templários. Pertenço ao grupo da Juventude Mariana Vicentina (JMV).Comecei o ano de 2014 a fazer missão no Pousal.

A Obra Social do Pousal, pertencente à Santa Casa da Misericórdia desde 1983 prossegue o seu trabalho, constituindo uma resposta social aos casos de pessoas com deficiência de idade igual ou superior a 24 anos e quadros resultantes de paralisia cerebral, anoxia cerebral ou degenerescências neurológicas.
Além do trabalho dos técnicos e outros servidores, esta instituição, recebe voluntários que procuram conhecer melhor estas pessoas e dar um pouco do seu tempo livre, dedicando-o à causa do próximo. Muitos jovens da JMV já fizeram uma experiência de voluntariado e missão nesta casa.
Quando no dia 5 de Janeiro saí do Pousal pensei em tirar um mês para me dedicar ao outro. Este mês foi repartido os primeiros 15 dias foram passados em Ermidas e Alvalade na Revitalização da missão. Passei dias muito bons.
Foi uma experiência incrível, foi o descobrir novas culturas, foi o tentar entrar numa comunidade. Em ambas as localidades conseguimos fazê-lo. Além deste tempo de Missão ter sido bastante bom para estas duas paróquias foi porém também muito enriquecedor para a minha caminhada. Claro que nem tudo foi espectacular e o facto de ver que a população mais jovem não vai à Eucaristia, mexeu muito comigo. Os jovens têm de ser chamados e essa é a nossa grande missão. Todos temos o dever de os cativar.
Um dia espero voltar a estas terras e rever todas aquelas pessoas com quem me cruzei. Um muito obrigado a todos.

Nádia Patrícia, JMV - Tomar

Equipa Missionária de Ermidas e Alvalade