sexta-feira, 27 de novembro de 2015

UM FIM DE MÊS EM GRANDE!
(27,28 e 29 de Novembro)

As Filhas da Caridade em todo o mundo, e também a Família Vicentina, têm um fim de mês de Novembro muito festivo e muito intenso.
As datas celebrativas ou comemorativas marcam ritmos e história e impelem ao serviço, ao testemunho, à fidelidade.
  


Em 27 de Novembro (1830) a Virgem Imaculada manifestou-se a uma Filha da Caridade, de seu nome Catarina Labouré, a Santa do silêncio. Nestas manifestações foi-nos legado um tesouro: a Medalha Milagrosa. É um património único da Família Vicentina e que leva multidões de pessoas de todos os tempos e lugares a implorar à Mãe do Céu, a Concebida sem pecado, que rogue por nós, que somos pecadores.

Logo no dia a seguir, a 28 de Novembro, Catarina Labouré (1806-1876), a interlocutora de Maria e que recebeu a mensagem, é celebrada como uma filha predilecta desta Companhia. Mais um dia festivo e referencial para melhor saborear o dom e a exigência da disponibilidade, da escuta, do serviço, do silêncio e da entrega.

29 de Novembro (1633) é um marco histórico. É fundada a Companhia das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo. Cuidavam, no início, dos pobres doentes no seu domicílio, nas cidades e nas aldeias. Depois, à medida que iam surgindo as necessidades, ocuparam-se dos doentes nos hospitais, na instrução das jovens, das crianças abandonadas, dos condenados às galés, dos soldados feridos, dos refugiados, das pessoas idosas, dos doentes mentais e de tantos outros que precisavam e precisam de alguém totalmente disponível para se ocupar deles e dos seus males.

S. Vicente de Paulo, em 13 de Fevereiro de 1643, diz-lhes: “Eis, minhas Filhas, qual foi o começo da vossa Companhia; como ela não era então o que é hoje, é que crer que não é ainda o que será, quando Deus a tiver conduzido até onde deseja”.


Desde então, a Companhia continua a pôr em prática o lema que a norteia: “a Caridade de Cristo crucificado nos impele.”  A Companhia é internacional e actualmente está presente em 94 países. O número de irmãs é de 21.000 distribuídas por 2.509 comunidades que formam 77 províncias.

É grande a diversidade de serviços como grande é a diversidade de pobrezas no mundo dos nossos dias! Onde há dor humana, situações de miséria, de injustiça, de falta de solidariedade e onde é urgente promover cada pessoa, aí está presente a Filha da Caridade.

P. Agostinho




quinta-feira, 26 de novembro de 2015

MISSÃO EM CAMPEÃ - DIOCESE DE VILA REAL
11 A 25 DE OUTUBRO DE 2015

O P. Manuel Queirós, presbítero da Diocese de Vila Real, e os seus mais directos colaboradores entenderam que as Paróquias de Campeã, Vila Cova e Quintã deviam ser convocadas para uma Missão Popular. Após alguma busca sobre o modo de responder a este repto, entre as propostas disponíveis de “fazer missão”, chegaram à conclusão que a opção que mais se adequava ao "seu povo" seria a da Congregação da Missão (CM), ou seja, a Missão Popular Vicentina.
A pré-Missão decorreu durante cerca de 6 meses, orientada ora pelo P. Álvaro, ora pelo P. Fernando e com a presença, animação e participação activa do pároco, da equipa coordenadora, dos animadores e dos visitadores das casas.

Tempo forte da Missão: Comunidades,



O tempo forte da Missão decorreu de 11 a 25 de Outubro, mês Missionário. Para animar e orientar esta experiência de Missão formaram-se duas equipas, cada uma com um Padre vicentino e uma leiga Colaboradora da Missão.
Estavam previstas 32 Comunidades/Assembleias. Na realidade funcionaram 28, distribuídas pelas 22 aldeias das extensas Freguesias de Campeã, Vila Cova e Quintã. Estranhámos os nomes das localidades, dados por alguma história ou tradição. São eles: “Aveção, Aveçãozinho, Aveção do Cabo, Aveção do Meio, Boavista, Viariz da Poça, Viariz da Santa, Cotorinho, Parada, Pousada, Trás do Vale, Quintã, Vendas de Cima, Vendas de Baixo, Vila Cova, Pereiro, Pêpe, Chão Grande, Carvalheira, Vila Nova, Feira e Mascozelo”.
Seguindo o programa da Missão Popular, a primeira semana foi dedicada às Assembleias Familiares. Estas foram visitadas pelas duas equipas e pelo pároco que as guiava e acompanhava. Não foi tarefa fácil! Conseguimos visitar todas as Assembleias, mesmo aquelas que se realizavam às 17h00.

Ir ao encontro: Visita aos idosos e doentes
Na primeira semana, de manhã, celebramos a Eucaristia nas muitas Capelas espalhadas pela Freguesia e nas igrejas das paróquias da Quintã e de Vila Cova. O povo, na sua maioria mulheres idosas, acorria à celebração. A gente mais nova não podia participar pois trabalhava no campo ou fora da Freguesia.



No final da Missa, partíamos para visitar doentes, idosos, pessoas que, por qualquer motivo, não saíam de casa; nas duas semanas, em todas as aldeias, foram realizadas cerca de uma centena de visitas. Sentimos que os idosos são muito bem cuidados. Alguns filhos/as tiveram que deixar o emprego para se dedicarem exclusivamente ao cuidado dos seus familiares. Também houve oportunidade para visitarmos o Centro Social Paroquial de Campeã. Tem duas valências: internamentos/lar e Centro de Dia. Trata-se de um espaço amplo e com tudo muito bem organizado. Os idosos são muito bem acolhidos e acompanhados. É uma obra magnífica, pela construção e pelo que ali se vive. É motivo de orgulho para o Pároco, para quem ali trabalha e, também, para os habitantes daquela terra.

Comunidade de Comunidades
Muito antes de os Missionários anunciarem que as catequeses das Assembleias iriam ter continuidade, já alguns Animadores se haviam pronunciado ao afirmar que uma semana era muito pouco. Sentiam necessidade de muito mais e, no final, todos assumiram o compromisso de continuar a reunir.
Aqui ficam registados os nomes escolhidos por 22 das 28 Comunidades: “Corações de Luz, Pedras Vivas (2), Misericórdia/Esperança, Partilha e União, Unidos pela Fé, Eu sou o Sal da Terra, Unidade de Paz, Partilha, Coração de Maria, Comunidade da Feira, Esperança num Mundo Melhor, Comunidade Amiga, Deus connosco, Aliança, Fé, Luz Divina, Os seguidores, Alegria, Paz, Vinha do Senhor, A Família Cristã”.

Centro de Dia, Catequese e Jovens
Na segunda semana, fez-se a celebração dos Doentes, com a administração do Sacramento da Santa Unção. Também foram festejados os 100 anos do Sr. Manuel Chico, utente do Centro, sempre muito bem-disposto e alegre e, nesse dia, a alegria era ainda maior. Houve festa rija com a presença dos seus familiares que, apesar de residirem no estrangeiro, não quiseram faltar.
Uma centena de crianças da catequese estiveram connosco. O Pe. Fernando ensaiou alguns cânticos de mensagem. A pequenada, com muita descontração e entusiasmo, rapidamente aprendeu letra, música e gestos.
Para o dia 1 Novembro estava marcada a celebração da Confirmação. Cerca de 30 jovens fizeram uma caminhada de preparação para receberem o Sacramento do Santo Crisma. O P. Fernando teve um encontro com o grupo. Com a sua viola, cantou e encantou os jovens que enchiam o salão paroquial e pediu-lhes que 'escrevessem uma carta' ao Sr. Bispo dando-lhe a conhecer o motivo que os levava a fazerem o Crisma e qual o compromisso que se propunham assumir na comunidade paroquial. Nessa mesma missiva deviam também responder a uma questão muito importante: “Quem é Jesus para mim?”.



Encerramento: Presença do bispo diocesano
A Eucaristia de encerramento aconteceu no sábado, 24 de Outubro, com a presença alegre de D. Amândio, Bispo de Vila Real. Esta celebração foi também dedicada a Nossa Senhora. Foi pedido que cada pessoa trouxesse uma flor para ser entregue a Nossa Senhora da Conceição. Assim se cumpriu: os dois cestos quase não chegavam para tantas flores, frescas e de cores variadas. A Medalha Milagrosa foi distribuída por todos.
No final da celebração houve a festa de encerramento. No convívio pudemos degustar as várias iguarias transmontanas, onde não faltaram as castanhas. Ficamos a saber que há algumas variedades de castanhas, tais como: Bubim, judia, amoreira, longal e, certamente, mais alguma!

Avaliação: Uma Missão  feliz!
Antes de terminar o lanche houve tempo para uma breve reunião com alguns Animadores: “concluiu-se que todos aderiram às Assembleias e participaram activamente, não esperavam tanta gente; que se confirmou ter sido pouco tempo; que valeu a pena e foi positivo; foi uma experiência muito enriquecedora, muitas dúvidas, é para continuar; foi um momento de reconciliação entre pessoas; foi pena os sacerdotes não ficarem mais tempo nas visitas às Assembleias”.
Usando a frase muito repetida: “Estar na Missão Popular Vicentina é estar na Missão de Jesus Cristo” exprime bem o que foi acontecendo nestes quinze dias, nestas terras distantes, mas acolhedoras. Sentiu-se a presença de Cristo passava e que iluminava as pessoas, as casas, as comunidades. Houve graças derramadas e graças, acolhidas. Uma Missão feliz.
A Equipa Missionária


domingo, 8 de novembro de 2015

SEMANA DOS SEMINÁRIOS- 2015
OLHOU-OS COM MISERICÓRDIA...

A Semana Nacional dos Seminários (8 a 15 de Novembro) ocorre neste ano de 2015 pouco tempo antes do início do Ano Santo da Misericórdia proclamado pelo Papa Francisco como um ano jubilar de graça para a Igreja e para a humanidade. Em sintonia com a Igreja Universal, desejamos que o trabalho, a catequese e a oração pelas vocações sacerdotais, pelos seminários e pelos sacerdotes nasçam da certeza de que Deus é misericordioso com todos os seus filhos.



A caraterística fundamental do agir de Deus é a misericórdia, como nos revela a Escritura, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Toda a História da Salvação e cada uma das ações de Deus que dela fazem parte estão ao serviço da salvação da humanidade, podendo dizer-se que se trata da história da misericórdia de Deus com os homens. Ao dizer que Deus é amor, São João reafirma a centralidade da misericórdia na revelação feita por Jesus, Aquele que pelas suas palavras e ações nos deu a conhecer quem é Deus e como é Deus.
A Igreja fundada por Jesus Cristo é chamada a dar corpo ao desejo misericordioso de Deus de salvar toda a humanidade, em todos os tempos da história. Por meio do anúncio do Evangelho, da celebração do memorial da morte e ressurreição do Senhor, da comunhão da comunidade animada pelo Espírito Santo, a Igreja perpetua no tempo o mistério de Cristo Salvador, que verdadeiramente realiza a obra de Deus.
Deus, atento aos seus filhos, olha-os com misericórdia infinita, conhece cada um com as suas necessidades e anseios, ama cada pessoa com um amor único, tal como o pai ama cada um dos seus filhos. As suas entranhas comovem-se de misericórdia por todos, mas n’Ele há uma especial predileção pelos pobres, pelos doentes, pelos perdidos e pelos pecadores, aos quais procura incessantemente, pois quer acolhê-los com um abraço mais apertado, para que sintam a força do seu amor que reconcilia e salva.
A vocação sacerdotal nasce do coração misericordioso de Deus, que olha para os seus filhos e escolhe alguns para que sacramentalmente sejam configurados com Jesus Cristo, Pastor e Cabeça da Igreja. Os Evangelhos apresentam Jesus que passa pelos mais variados lugares onde se desenvolve a vida humana, olha com predileção para alguns, escolhe-os e chama-os para O seguirem. Sem explicações que satisfaçam a sua admiração e sem argumentos que respondam às suas interrogações, mas somente porque se sentiram tocados pelo seu amor misericordioso, deixaram tudo e seguiram-n’O.



No caso de Mateus, o cobrador de impostos, é ainda mais notória a atitude de Jesus, que olha com misericórdia para um homem considerado por todos como pecador e faz dele um discípulo. Nesse ato revela plenamente o coração de Deus que envia o seu Filho para os pecadores e doentes, isto é para os que precisam de perdão, de cura e de salvação.
O sacerdote, homem chamado e escolhido de entre os outros homens, é fruto do olhar misericordioso de Jesus, que quer salvar a todos. Não se trata de alguém perfeito, irrepreensível e santo, mas de alguém para quem o Senhor olhou com misericórdia, sem explicação nem motivação compreensíveis. A vocação sacerdotal somente se compreende no contexto deste mistério do amor de Deus, que não se explica nem se justifica, mas que simplesmente se manifesta.
Os seminaristas, desejosos de conhecer o mistério da sua vocação, entrem no mistério do amor de Deus pela humanidade e por si mesmos, sintam-se sinceramente pecadores e doentes como todos os outros homens, e darão infinitas graças a Deus por os eleger e chamar a partilhar a grandeza da Sua companhia.
Aos jovens convidamos a entrar na contemplação do rosto misericordioso de Deus que os escolhe e os chama. Aceitem humildemente a sua condição de pecadores e necessitados da misericórdia de Deus e ela manifestar-se-á como fonte de perdão e de salvação.
Muitos sentirão o apelo a andar com o Senhor e a aprender d’Ele, conhecerão a vocação a que os chama e terão alegria e coragem para a seguir fielmente, porque quando alguém se deixa tocar pelo olhar misericordioso de Jesus, torna-se disponível para ficar com Ele para sempre.




Coimbra, 25 de Setembro de 2015
+ Virgílio do Nascimento Antunes