quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Começou a Missão em Muge



Apontamento geográfico e histórico

A vila de Muge está encostada à margem sul do Tejo, entre Salvaterra de Magos e Almeirim, sendo a última freguesia do concelho de Salvaterra, para quem sobe o rio ou para quem percorre a estrada Porto Alto – Almeirim. É, mesmo, esta estrada que divide a vila ao meio, com a igreja (bem espaçosa) a espreitar essa via de muito movimento e como que a abençoar quantos, de noite e de dia, por ali rolam.
Muge foi povoada pelos monges alcobacenses a partir do ano 1.200; foi protegida por D. Dinis que lhe deu foral em 1.304 e a sua localização junto ao Tejo, ao longo da história, proporcionou-lhe acesso relativamente fácil, aos grandes centros populacionais. A povoação é muito antiga, povoada desde o período mesolítico. Dessa época, foram descobertos nos anos 60 do século passado alguns concheiros e esqueletos humanos.
A sobressair do casario mais antigo, está a Casa de Cadaval, uma espécie de “casa-mãe” de toda aquela gente, até há bem pouco tempo. O certo é que os últimos anos viram surgir novas instituições (Centro de Bem-estar Social, Centro Dia, pequenos monumentos …) e, também, uma série de vivendas novas, que dão a Muge uma marca social bem diferente da tradicional.
Do ponto de vista cristão, os índices de prática dominical não devem andar muito longe do que é comum naquela margem sul do Tejo: 7 a 10 % para uma população de 1.270 pessoas (Census de 2011).


A Missão Popular
Em 1995 aconteceu a primeira Missão Popular na Vila de Muge. Na sequência de outras Missões que já aconteceram na Zona Pastoral de Salvaterra de Magos (Foros de Salvaterra, Granho, Glória do Ribatejo e Marinhais), de 24 de Novembro a 8 de Dezembro decorre nova Missão na paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Muge.
A propósito do encerramento do Ano da Fé, na noite de 23 de Novembro, foram convocadas as várias paróquias deste concelho para uma Vigília de Oração, que aconteceu na Igreja de Muge e que foi participada por várias dezenas de pessoas. Trouxeram o símbolo do Ano da Fé (A Barca), que foi apresentado no momento em que cada uma das seis paróquias proclamava a Palavra. Este encontro de oração, adoração e partilha serviu para lançar a Missão em Muge e para criar laços de unidade e comunhão.
No domingo de Cristo Rei, na eucaristia, presidida pelo P. António Teixeira, aconteceu o envio dos missionários locais (animadores e donos das casas) e da equipa missionária: P. Agostinho, CM, Irmã Adélia Laranjeiro, FC, da comunidade do Campo Grande e a Henriqueta, CMV, de Lisboa. Foi uma celebração animada em que participaram as diferentes idades.
Com as reuniões dos animadores e com os primeiros passos na rua, foram constituídas as 4 comunidades que reúnem à noite e a que funciona no Centro de Dia, à tarde. O tempo agreste (noites muito frias) não tem permitido uma participação muito numerosa nestes encontros de escuta e de reflexão. Mas, à medida que o tempo passa, já se nota um esforço maior por se sair de casa, rompendo a noite e o vento gélido que faz sentir.
O trabalho de rua continua. Desde os doentes às crianças da Creche e da Escola aos idosos do Lar D. Dinis e do Centro de Dia, os missionários vão desbravando o caminho e interpelado a todos para a vivência do tempo da Missão. O Bispo diocesano, D. Manuel Pelino, associa-se a este trabalho missionário e vem presidir à Comunidade de Comunidades.
Entretanto, nesta semana, não deixamos de falar às pessoas dos acontecimentos da Rue du Bac-Paris, em 1830: as manifestações de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré. Lembramos o pedido de Nossa Senhora: “Vinde ao pé deste altar. Aqui, as graças serão derramadas com abundância sobre aqueles que as pedirem com fé!” A Missão de Muge está confiada à protecção de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa a quem rezamos confiadamente: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!”


P. Agostinho Sousa, CM

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