Este ano,
pela segunda vez, a Juventude Mariana Vicentina está a realizar a Missão Jovem
JMV. As paróquias escolhidas para esta atividade missionária foram a Paróquia
de São Tomás de Aquino, no Patriarcado de Lisboa, e a Paróquia de Salzedas, na
Diocese de Lamego.
Durante uma
semana, cerca de 30 jovens da Juventude Mariana Vicentina, divididos em dois
grupos, acompanhados por dois Padres da Congregação da Missão (Padres
Vicentinos) e por duas religiosas da Companhia das Filhas da Caridade, estarão
a desenvolver atividades missionárias em cada uma destas paróquias.
A primeira
valência de missão, definida num projeto de evangelização, relembra o papel dos
primeiros discípulos, que num ato de coragem e convicção partiram na partilha
da Boa Nova. O objetivo desta missão é despertar a Comunidades para a Fé,
aproveitando a alegria e a ousadia da juventude para atrair crianças, jovens,
adultos e idosos para o caminho do Pai.
As Missões
Jovem JMV em São Tomás de Aquino e Salzedas estão a decorrer entre os dias 8 e
16 de julho e são compostas por várias atividades de diversa índole, sempre com
o escopo de despertar nos irmãos a chama da Fé e proporcionar uma experiência
de encontro com Jesus Cristo. Durante esta semana, os jovens realizam vigílias
de oração, celebrações marianas, rezam o rosário, animam as Eucaristias,
organizam atividades e catequeses com crianças e jovens, proporcionam aos
idosos momentos de animação, encontro e escuta, visitam as casas das famílias
das paróquias, em especial, onde habitam pessoas idosas e doentes, ... Tudo
para que esta semana seja marcante, não só para a Comunidade que acolhe, mas
também para os jovens que, “saindo do sofá” e “rumando às periferias” fazem
deste período de férias um tempo de partilha e de testemunho missionário.
O que é a Juventude Mariana Vicentina
A Juventude Mariana
Vicentina é um movimento juvenil que tem por objetivo acompanhar os jovens
cristãos no crescimento da sua fé, até à maturidade cristã. Também o leva a
viver comunitariamente a fé inspiradora nos testemunhos de Maria e São Vicente
de Paulo.
A Juventude Mariana
Vicentina é o fruto de um desejo revelado nas aparições de Nossa Senhora, em 1830,
a Santa Catarina Labouré, Filha da Caridade, que a encarregou de uma missão:
organizar uma associação - a Confraria de Filhas de Maria - para as quais “as
graças serão abundantes para os que as pedirem com confiança e fervor”. No
mesmo ano a Santíssima Virgem aparece novamente a Catarina e pede que se faça “cunhar
uma medalha” que diria “Ó Maria concebida sem pecado rogai por nós que
recorremos a vós”. A esta medalha são atribuídas muitas curas/conversões. É a
chamada “Medalha Milagrosa”.
Tendo sido
iniciado em Paris, nos colégios internos das Filhas da Caridade com o objetivo
de ajudar a juventude, o movimento foi crescendo dentro de França e fora desta,
levado pelas Filhas da Caridade e pelos Padres Vicentinos espalhados pelo mundo
e existe hoje nos 5 continentes. Está presente em mais de 66 países. Em
Portugal existe há 33 anos e existem grupos por todo o país. Atualmente existem
26 grupos JMV em Portugal.
Seguimos o
exemplo de São Vicente de Paulo, que é o patrono de todas as obras de caridade.
Somos jovens que se dedicam a ajudar o próximo, que veem no pobre o rosto de
Jesus Cristo. Por outro lado, o “pão” que damos é acompanhado da “palavra”, tal
como São Vicente de Paulo, que dedicou grande parte da sua vida à
Evangelização. São Vicente de Paulo iniciou, na Igreja, um estilo novo
seguimento de Cristo e de incarnar o Evangelho: viver a fé no serviço do pobre.
Desta dupla
nascente, Nossa Senhora e Vicente de Paulo, brotam as notas características da
JMV: Mariana, Vicentina e Missionária.
400 anos carisma vicentino
Celebramos
este ano (2017) o jubileu dos 400 anos do nascimento do carisma vicentino. Para
São Vicente de Paulo, 1617 é o ano em que tudo começou. Neste ano viveu duas
experiências que transformaram a sua vida.
A primeira,
em Folleville, no norte de Paris, quando foi chamado para visitar um camponês,
que estava a morrer. Ele tinha a reputação de ser um santo homem, mas, na
realidade, escondia pecados graves. São Vicente de Paulo incentivou-o a fazer
uma confissão geral. A sua confissão sincera tocou profundamente o coração de São
Vicente. De seguida, no dia 25 de janeiro, Vicente fez um sermão tão potente e
de fácil compreensão, que fez com que as confissões se tornassem muito
numerosas, sendo difícil serem atendidas por um só padre. Foram obrigados a
procurar outros confessores para o ajudar. São Vicente de Paulo considerou este
sermão como o início da Congregação da Missão (Padres Vicentinos).
No mesmo ano,
em Châtillon, no mês de agosto de 1617, São Vicente de Paulo teve uma segunda
experiência que mudou a sua vida. Soube que os membros de uma família da sua
paróquia estavam bastante doentes. No seu sermão fez um apelo aos fiéis a fim
de ajudá-los. Mais tarde, no caminho, encontrou numerosas mulheres que regressavam
da casa dos doentes. Ele descobriu que a caridade devia ser melhor organizada.
Fundou as Damas da Caridade, conhecidas hoje com o nome de Associação
Internacional da Caridade.
Missão
(Folleville) e Caridade (Châtillon) estavam no meio da ação de São Vicente de
Paulo para com os pobres. Desde 1617, mais de 300 ramos germinaram na árvore da
Família Vicentina, na qual também germinou e floresceu a Juventude Mariana
Vicentina.
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