Decorreu em Roma
nos dias 12 e 15 de outubro de 2017 o Simpósio Internacional da Família
Vicentina.
Durante estes dias cerca de 9000 membros dos
vários ramos da Família Vicentina reuniram-se para debater o tema “Acolher o
Estrangeiro”.
O encontro iniciou-se, no dia 12, com a oração
da Medalha Milagrosa que se realizou na belíssima Basílica de São João de
Latrão. Este foi o primeiro momento onde os participantes deste Simpósio
estiveram juntos em comunhão.
Na sexta-feira dia 13 os participantes foram
convidados a participar nas catequeses divididos pelas línguas de Português,
Inglês, Espanhol, Italiano e Polaco.
No que toca às catequeses de língua portuguesa o
dia foi dividido em três partes:
Espiritualidade Vicentina e o seu desafio
profético; Formação Vicentina e a comunicação na era da informação e Os
serviços vicentinos: a partir daqui…para onde?
Estes temas incidiram muito na questão da
preparação do vicentino enquanto servente dos pobres. Devemos estar
espiritualmente, catequeticamente e pessoalmente preparados para ajudar. E
depois saber como agir perante situações de pobreza.
No fim da formação a Juventude Mariana Vicentina
ficou encarregue da animação litúrgica da Celebração da Palavra.
À noite, os jovens vicentinos do Simpósio
reuniram-se em festa e cada país presente apresentou-se das mais diversas
formas consoante o tema proposto pela organização.
Talvez o momento mais aguardado deu-se no sábado
dia 14. Logo bem cedo com vários testemunhos vicentinos. Possivelmente o mais
marcante terá sido da Aida Baladi, presidente da JMV da Síria que falou sobre
os problemas de ser jovem católico vicentino num país mergulhado numa profunda
guerra. Um testemunho muito pessoal e emotivo que mostrou a todos os presentes
o verdadeiro significado da devoção a Deus em plena guerra. Aida disse ainda
que a JMV na Síria vive sobre o slogan “Viver, contemplar e Servir” e é com
estas palavras que os jovens católicos na Síria “unem forças em favor do
objetivo de uma caridade guiada pelo espirito de São Vicente de Paulo”.
De uma forma mais pessoal é gratificante e um
orgulho muito grande poder ser recebido pelo Papa num encontro da Família
Vicentina. Com este gesto o Papa mostra a importância deste grande grupo
vicentino no mundo junto dos pobres.
Na sua mensagem o Papa Francisco propôs três
verbos simples que ele acredita serem muito importantes para o espirito
vicentino, mas também para a vida cristã em geral: adorar, acolher e ir.
No que toca ao verbo adorar, o Papa Francisco
recordou que são imensos os convites de São Vicente a cultivar a vida interior
e a dedicar-se à oração que purifica, abre o coração e permite chegar ao amor
de Deus para depois o derramar sobre o mundo. Adorar – resumiu o Papa - é
“pôr-se perante Deus, com respeito, com calma e no silêncio, dando-lhe o
primeiro lugar, abandonando-se com confiança”.
Acolher, não necessariamente no sentido de
fazer, mas do “redimensionar-se a si próprio, endireitar o próprio modo de
pensar, compreender que a vida não é a minha propriedade privada e que o tempo
não me pertence” – disse o Papa Francisco. “Quem acolhe renuncia ao eu e faz
entrar na vida o tu e o nós”. “O cristão acolhedor é um verdadeiro dom para a
Igreja, porque a Igreja é Mãe e uma mãe acolhe a vida e a acompanha” -
acrescentou.
Depois Francisco recordou que o amor é dinâmico,
daí o verbo ir. São Vicente dizia: “a nossa vocação é, portanto, ir não a uma
paróquia, a uma diocese, mas por toda a terra”. E lançou a pergunta: “vou ao
encontro dos outros como que quer o Senhor, levo este fogo da caridade ou fico
fechado a aquecer-me em frente da lareira?”.
O Papa Francisco terminou agradecendo aos
vicentinos por serem um movimento pelos caminhos do mundo e encorajando-os mais
uma vez nessa caminhada, na adoração quotidiana do amor de Deus e a difundir
esse amor pelo mundo através da caridade, disponibilidade e concórdia. O Papa
abençoou a todos eles e aos pobres que encontram e pediu orações para ele.
Mais tarde e com o coração cheio das palavras do
Santo Padre, os vicentinos congregados em Roma reuniram-se de novo, desta vez
na Basílica de São Paulo Extramuros para viver uma vigília de oração. A JMV de
Portugal participou ativamente nesta celebração com a presença de um jovem a
transportar o andor com a relíquia do coração de São Vicente de Paulo e de uma
jovem na liturgia.
No dia seguinte e na mesma Basílica deu-se o
encerramento do Simpósio no dia 15 de outubro através de uma Eucaristia presidida
pelo Superior Geral da Congregação da Missão, Padre Tomaz Mavric. Foi o
terminar de um encontro de junta 400 anos de história do Carisma, mas também
deixa presente o futuro de uma vocação de serviço que está muito viva e que tem
a mensagem das bem-aventuranças no seu interior.
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