segunda-feira, 23 de outubro de 2017

JMV partilha a sua experiência no Simpósio em Roma

Decorreu em Roma nos dias 12 e 15 de outubro de 2017 o Simpósio Internacional da Família Vicentina. 
Durante estes dias cerca de 9000 membros dos vários ramos da Família Vicentina reuniram-se para debater o tema “Acolher o Estrangeiro”.
O encontro iniciou-se, no dia 12, com a oração da Medalha Milagrosa que se realizou na belíssima Basílica de São João de Latrão. Este foi o primeiro momento onde os participantes deste Simpósio estiveram juntos em comunhão.
Na sexta-feira dia 13 os participantes foram convidados a participar nas catequeses divididos pelas línguas de Português, Inglês, Espanhol, Italiano e Polaco.
No que toca às catequeses de língua portuguesa o dia foi dividido em três partes:
Espiritualidade Vicentina e o seu desafio profético; Formação Vicentina e a comunicação na era da informação e Os serviços vicentinos: a partir daqui…para onde?
Estes temas incidiram muito na questão da preparação do vicentino enquanto servente dos pobres. Devemos estar espiritualmente, catequeticamente e pessoalmente preparados para ajudar. E depois saber como agir perante situações de pobreza. 
No fim da formação a Juventude Mariana Vicentina ficou encarregue da animação litúrgica da Celebração da Palavra.
À noite, os jovens vicentinos do Simpósio reuniram-se em festa e cada país presente apresentou-se das mais diversas formas consoante o tema proposto pela organização. 
Talvez o momento mais aguardado deu-se no sábado dia 14. Logo bem cedo com vários testemunhos vicentinos. Possivelmente o mais marcante terá sido da Aida Baladi, presidente da JMV da Síria que falou sobre os problemas de ser jovem católico vicentino num país mergulhado numa profunda guerra. Um testemunho muito pessoal e emotivo que mostrou a todos os presentes o verdadeiro significado da devoção a Deus em plena guerra. Aida disse ainda que a JMV na Síria vive sobre o slogan “Viver, contemplar e Servir” e é com estas palavras que os jovens católicos na Síria “unem forças em favor do objetivo de uma caridade guiada pelo espirito de São Vicente de Paulo”.
A audiência com o Papa Francisco foi o momento alto do Simpósio com milhares de vicentinos a saudarem o Santo Padre.
De uma forma mais pessoal é gratificante e um orgulho muito grande poder ser recebido pelo Papa num encontro da Família Vicentina. Com este gesto o Papa mostra a importância deste grande grupo vicentino no mundo junto dos pobres.
Na sua mensagem o Papa Francisco propôs três verbos simples que ele acredita serem muito importantes para o espirito vicentino, mas também para a vida cristã em geral: adorar, acolher e ir.
No que toca ao verbo adorar, o Papa Francisco recordou que são imensos os convites de São Vicente a cultivar a vida interior e a dedicar-se à oração que purifica, abre o coração e permite chegar ao amor de Deus para depois o derramar sobre o mundo. Adorar – resumiu o Papa - é “pôr-se perante Deus, com respeito, com calma e no silêncio, dando-lhe o primeiro lugar, abandonando-se com confiança”.
Acolher, não necessariamente no sentido de fazer, mas do “redimensionar-se a si próprio, endireitar o próprio modo de pensar, compreender que a vida não é a minha propriedade privada e que o tempo não me pertence” – disse o Papa Francisco. “Quem acolhe renuncia ao eu e faz entrar na vida o tu e o nós”. “O cristão acolhedor é um verdadeiro dom para a Igreja, porque a Igreja é Mãe e uma mãe acolhe a vida e a acompanha” - acrescentou.
Depois Francisco recordou que o amor é dinâmico, daí o verbo ir. São Vicente dizia: “a nossa vocação é, portanto, ir não a uma paróquia, a uma diocese, mas por toda a terra”. E lançou a pergunta: “vou ao encontro dos outros como que quer o Senhor, levo este fogo da caridade ou fico fechado a aquecer-me em frente da lareira?”.
O Papa Francisco terminou agradecendo aos vicentinos por serem um movimento pelos caminhos do mundo e encorajando-os mais uma vez nessa caminhada, na adoração quotidiana do amor de Deus e a difundir esse amor pelo mundo através da caridade, disponibilidade e concórdia. O Papa abençoou a todos eles e aos pobres que encontram e pediu orações para ele.
Mais tarde e com o coração cheio das palavras do Santo Padre, os vicentinos congregados em Roma reuniram-se de novo, desta vez na Basílica de São Paulo Extramuros para viver uma vigília de oração. A JMV de Portugal participou ativamente nesta celebração com a presença de um jovem a transportar o andor com a relíquia do coração de São Vicente de Paulo e de uma jovem na liturgia.
No dia seguinte e na mesma Basílica deu-se o encerramento do Simpósio no dia 15 de outubro através de uma Eucaristia presidida pelo Superior Geral da Congregação da Missão, Padre Tomaz Mavric. Foi o terminar de um encontro de junta 400 anos de história do Carisma, mas também deixa presente o futuro de uma vocação de serviço que está muito viva e que tem a mensagem das bem-aventuranças no seu interior.

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