25 de
janeiro foi sempre comemorado por S. Vicente como o momento decisivo e
determinante da sua vida e vocação, como da existência da Congregação da
Missão. Esta data é um facto histórico na sua vida. Nasceu do sermão de
Folleville.
“No dia da conversão de São Paulo, dia 25,
aquela Senhora (de Gondi) pediu-me que fizesse um sermão na igreja de
Folleville para exortar os moradores a uma confissão geral; e assim o fiz.
Demonstrei a importância e a utilidade da confissão, ensinando depois o modo de
fazê-la bem. Deus levou tanto em conta a confiança e a boa fé daquela Senhora
(porque o grande número e a enormidade dos meus pecados teriam impedido o fruto
de tal ação), que abençoou a minha pregação, e aqueles bons camponeses ficaram
tão tocados por Deus que todos vieram fazer a sua confissão geral. Continuei a
instruí-los e a dispô-los aos sacramentos e comecei a confessá-los. Mas a
afluência foi tanta que, não podendo dar conta com um outro padre que me
ajudava, a Senhora mandou pedir aos padres jesuítas de Amiens que viessem em
nosso socorro. Escreveu ao reverendo padre reitor que veio pessoalmente. E,
como não pôde ficar senão por pouco tempo, mandou, para trabalhar em lugar
dele, o reverendo Pe. Fourché, da mesma Companhia, o qual nos ajudou a
confessar, pregar e catequizar e achou, por misericórdia de Deus, modo de
ocupar-se. Fomos depois a outros povoados que pertenciam à Senhora naquela
região e fizemos como no primeiro. Houve grande afluxo de gente e Deus deu por
toda a parte a sua bênção. Eis a primeira pregação da Missão e o bom resultado
que Deus deu no dia da conversão de São Paulo; por certo Deus não o fez nesse
dia sem um desígnio preestabelecido” (SVP, XI, 4-5).
É
este acontecimento que deu origem ao Jubileu que estamos agora a encerrar, bem
como o dos 300 anos da presença da CM e do carisma vicentino em Portugal.
A
Congregação da Missão nasceu da experiência de São Vicente, que, na descoberta
de Cristo presente nos pobres, se consagrou inteiramente ao serviço dos pobres.
Por isso, o espírito da Congregação é a participação no espírito de Cristo
Evangelizador dos pobres. E é dele que Deus se vai servir para, através das
suas fundações, estar ao serviço dos mais necessitados. Também S. Vicente vai
descobrir a Jesus presente no pobre, e vai afirmar que “eles são os senhores e
os amos”. Também ele sofreu uma
transformação radical em contato com Cristo presente nos pobres, nas crianças
abandonadas, nas galés, no povo abandonado nas aldeias, na falta de
conhecimento das verdades da fé… e a partir daquele momento não poderia mais
ser o mesmo, nem estar fechado no seu mundo, nos seus interesses, e vai
tornar-se o grande evangelizador, pela palavra e pela caridade.
Que
neste dia de ação de graças, tenhamos bem presente a Congregação em geral, a
Província Portuguesa e todos os que vivem o carisma vicentino, e por todos os
que ao longo destes 400 anos e 300 em Portugal deram continuidade à obra e
missão de S. Vicente de Paulo.
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