Vale de Água: Comunidade de comunidades
Vale de Água é uma aldeia pequena, mas composta por muitos montes. Está em Missão Popular desde o dia cinco de Maio, dia da Mãe. Após a celebração do rito do Envio, os Missionários puseram-se no terreno. Começaram a conhecer as gentes da terra, desde os mais velhos e doentes aos mais novos e aqueles que, dia a dia, passam pela rua, indo ou regressando do trabalho. Não se esqueceram de saudar e meter conversa com os que estão na esplanada dos cafés, na praça central.
O encontro com os animadores, a oração da manhã e a Eucaristia e as visitas criaram uma abertura maior. A boa disposição e proximidade do P. Sales tornaram-se a chave que foi abrindo portas e janelas, fazendo sorrir os que iam encontrando. Ajudaram ainda para apelar à presença e partilha nas três comunidades que estavam previstas e que funcionaram com alegria, interesse e dinamismo. Tal vivência tomou maior visibilidade na celebração da Comunidade das comunidades, na noite de sábado, na hora de um Porto-Benfica. “A Voz de Cristo”, “Água da Fonte Viva” e “Pedras Vivas” foram os nomes dados a estes três grupos de reflexão. Os testemunhos foram expressivos quer na explicação dos cartazes e símbolos, quer na transmissão da vivência dos 4 encontros temáticos e que foram objecto da reflexão das noites anteriores. A partilha de bens alimentares recolhidos nas comunidades e trazidos ao altar, foram doados a famílias pobres da aldeia. Além de gesto significativo, tornou-se expressão da vivência das comunidades.
Vale de Água é uma comunidade que se está a formar, a tomar consciência de que é preciso fazer um caminho. Este, por vezes, tem resistências que é preciso ultrapassar. A cultura da indiferença ou da crítica mordaz, do olhar agressivo ou do dedo apontado a quem participa nas “coisas” da Igreja, exige uma resistência e persistência muito grandes. Felizmente, há quem ultrapasse este ambiente e avance sem medos. O grupo de cerca de cinco dezenas de pessoas que participaram na Comunidade de comunidades é prova desse caminho que está a ser feito. A Eucaristia, presidida pelo P. Pedro Guimarães, foi animada, muito participada e momento forte da Missão.
“Sede minhas testemunhas”
O tema do Evangelho da Ascensão foi o mote para a dinâmica da Eucaristia dominical. Muita gente se sentiu convocada e a participação aproximou-se da centena de pessoas. A “pequena grande” assembleia procurou interiorizar a mensagem e foi notória a alegria das pessoas, no final da Eucaristia, em pequenos grupos a conversar e a transmitir esse estado de espírito.
À noite, aquilo que tradicionalmente acontecia na terra neste mês e por esta ocasião – a procissão de velas – tornou-se momento de missão e de testemunho. Num percurso um pouco maior que o costume, fizeram-se 10 altares, em lugares estratégicos. A arte, simplicidade e bom gosto das pessoas, criaram expectativa em quem passava. À hora marcada, os moradores de cada rua foram convidados a levar o andor de Nossa Senhora de Fátima e, em cada uma das dez paragens, a meditação, a oração e os cânticos fizeram o resto. A luz das velas e as luzes das casas emprestaram brilho a esta expressão de fé. Quem não pôde ou não quis participar, ao ver os que passavam a rezar e a cantar – homens, mulheres e crianças -, certamente que se interrogou sobre o que estava a acontecer.
E assim, vai a missão em Vale de Água! A ida da Imagem da Senhora a Vale das Éguas e as celebrações temáticas, a festa das famílias, das crianças e doentes, bem como o encontro de Formação para Animadores e a celebração da Confirmação constituem o prato forte desta segunda semana. A presença materna de Maria e a preparação para a Festa do Pentecostes são estímulo para um aprofundamento da fé e para um compromisso missionário desta gente simples e generosa de Vale de Água.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja
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