Esta é a rede que
queremos!
“Como cristãos, todos
nos reconhecemos como membros do único corpo cuja cabeça é Cristo. O panorama
atual convida-nos, a todos nós, a investir nas relações, a afirmar – também na
rede e através da rede – o caráter interpessoal da nossa humanidade. Por maior
força de razão nós, cristãos, somos chamados a manifestar aquela comunhão que
marca a nossa identidade de crentes. De facto, a própria fé é uma relação, um
encontro; e nós, sob o impulso do amor de Deus, podemos comunicar, acolher e
compreender o dom do outro e corresponder-lhe. A imagem do corpo e dos membros
recorda-nos que o uso das redes sociais é complementar do encontro em carne e
osso, vivido através do corpo, do coração, dos olhos, da contemplação, da
respiração do outro. Se a rede for usada como prolongamento ou expectação de
tal encontro, então não se atraiçoa a si mesma e permanece um recurso para a
comunhão. Se uma família utiliza a rede para estar mais conectada, para depois
se encontrar à mesa e olhar-se olhos nos olhos, então é um recurso. Se uma
comunidade eclesial coordena a sua atividade através da rede, para depois
celebrar junta a Eucaristia, então é um recurso. Se a rede é uma oportunidade
para me aproximar de casos e experiências de bondade ou de sofrimento distantes
fisicamente de mim, para rezar juntos e, juntos, buscar o bem na descoberta
daquilo que nos une, então é um recurso. Assim, podemos passar do diagnóstico à
terapia: abrir o caminho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso, ao carinho...
Esta é a rede que queremos: uma rede feita, não para capturar, mas para
libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma
rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos gostos
[«like»], mas na verdade, no «ámen» com que cada um adere ao Corpo de Cristo,
acolhendo os outros”.
Papa Francisco
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