sábado, 15 de junho de 2013

Ser Missionária Leiga



Uma das características da Missão renovada é a participação de missionários leigos. Nos últimos 20 anos muitos foram aqueles e aquelas que, por mais de uma vez, fizeram parte de equipas missionárias. Alguns desses missionários, só a doença ou a idade, impediram com que continuassem a “ir em missão”. Continuem em missão permanente, com a sua oração, as suas dores, a sua entrega total.

Este ano, fizeram-se várias Missões. Uma das missionárias, em Maio último, fez a sua 12ª Missão Popular. Numa pequena entrevista, quisemos saber quem é a missionária leiga e como descobriu a sua vocação missionária.

Missão Popular Vicentina (MPV) – Para a página das Missões Populares Vicentinas trace um pequeno retrato de quem é e do seu curriculum vitae?
Henriqueta Varela (HV) – Sou a Maria Henriqueta Vieira da Luz Varela, natural da Ponta do Sol, Ilha da Madeira. Com 20 anos saí da ilha e vim viver para Lisboa. Arranjei um emprego na Segurança Social. Fui trabalhadora estudante, tirei um curso e fui trabalhar para a antiga Mitra, hoje, Lar da terceira idade. Reformei-me. Com bastante tempo disponível, inscrevi-me no Voluntariado e nas Missões Populares.



MPV - Desde 2006 que participa em Missões Populares. Como aconteceu ser chamada para este serviço de evangelização?
HV - Uma minha amiga, a Natividade, que trabalhava comigo, convidou-me para participar no Retiro dos Colaboradores da Missão Vicentina. Fui, gostei e continuei a ir. Num dos retiros, o Padre Gouveia, na altura o responsável pelas Missões, fez uma palestra e convidou-nos a fazer uma Missão Popular. Foi assim que tudo começou.

MPV - Neste ano pastoral de 2012-2013 participou em 4 Missões Populares. Em quantas missões já participou? Onde foram?
HV - Este ano comecei em Penamaior (Paços de Ferreira), com o P. Pereira. Depois, seguiram-se as Missões do Granho e Glória do Ribatejo (Salvaterra de Magos) e de Longomel (Ponte de Sor), todas estas Missões com o P. Agostinho. Esta última foi a 12ª Missão em que fiz parte da Equipa Missionária.
Comecei no Chouto (Chamusca), com o P. João Maria e, posteriormente, em Santa Marinha (Ribeira de Pena), com o P. Fernando e em Vilar de Ferreiros (Mondim de Basto), com o P. Álvaro. Em 2010, estive em Vale de Açor (Ponte de Sor), com o P. Albertino e mais tarde, em Pombeiro (Felgueiras) e S. Domingos (Santiago do Cacém), com o P. Bruno. Com os Padres Pereira e Moura participei na Missão de Arnoia (Celorico de Basto) e, no início de 2012, com o P. Agostinho, fiz a Missão de Foros de Salvaterra (Salvaterra de Magos).

MPV - Estas Missões não foram todas na mesma Diocese. Em que dioceses aconteceram? A Missão é igual no norte, no centro ou no sul?
HV - As Missões foram em diversas Dioceses: Vila Real, Porto, Santarém, Beja, Portalegre-Castelo Branco. As Missões são todas diferentes pois as populações não são iguais no norte, centro, sul. Neste sentido, os Padres que as organizam têm de fazer adaptações conforme os locais.

MPV - Como se prepara para uma Missão? É fácil fazer parte de uma equipa missionária e ir para uma terra que não se conhece?
HV - Não tenho muita dificuldade de adaptação mas, no início de cada Missão, estou sempre um pouco nervosa. 
“As comunidades são a parte principal da Missão”
MPV - O tempo de Missão é de 15 dias. Como decorrem esses dias e como é que, como leiga missionária, age nesse tempo?
HV - A primeira semana é de adaptação ao ambiente; a segunda passa muito depressa. Tento agir conforme as circunstâncias, o que nem sempre se consegue, mas com a ajuda do Espírito Santo, faço o meu melhor.

MPV - Como vê a pós-Missão? Tem participado em algumas acções da pós-Missão?
HV - Só participei na pós-Missão de Abela e S. Domingos (Santiago do Cacém). É um avivar da Missão que aconteceu anteriormente.


MPV - As comunidades ou assembleias, na Missão Popular, assumem um papel importante no tempo da Missão. As pessoas estão preparadas para continuar a reunir e manter o entusiasmo e a alegria experimentada nessas reuniões?
HV - As comunidades são a parte principal da Missão. São elas que vão dar continuidade, reunindo-se com o mesmo entusiasmo

MPV - Pertence aos Colaboradores da Missão Vicentina (CMV). O que é ser Colaborador da Missão e quem pode ser?
HV - Todos podem ser Colaboradores da Missão, de diversas maneiras: rezando, contribuindo monetariamente, e fazendo Missões Populares, como eu.

MPV - Os Colaboradores da Missão que participam nas Missões têm preparação específica?
HV - Os Colaboradores da Missão que participam nas Missões e os outros que o não podem fazer, têm retiros anuais, encontros, momentos de oração. Já houve peregrinações a locais vicentinos e significativos. Todos os anos há o Encontro da Família Vicentina, em Fátima (Setembro).

MPV - Há muitos colaboradores da Missão a participar nas Missões Populares? O que poderá fazer para interpelar alguém para participar numa Missão Popular?
HV - Há alguns. Dar testemunho de como a Missão Popular não só altera a vida dos destinatários da mesma, como também enriquece humana e espiritualmente a vida dos missionários, sejam leigos, sacerdotes ou religiosas.


Nota:
Agradecemos à Henriqueta e a todos os missionários leigos o trabalho simples, humilde e dedicado, bem como a disponibilidade, gratuidade e dedicação à obra da Missão.
Se Deus quiser, e a sua saúde permitir, contamos com eles para novas missões. Há um programa vasto para os próximos tempos, desde Sabóia e Santa Clara-a-Velha (quase Algarve) até Madalena (Chaves), desde a diocese de Viseu até à diocese de Santarém. Com o nosso obrigado, pedimos ao Senhor da messe que os abençoe e proteja.

P. Agostinho Sousa,

Responsável pelas Missões Populares Vicentinas

1 comentário:

  1. Conheci a Maria Henriqueta há 60 anos numas férias na Ponta do Sol. Guardo gratas recordações desses dias em que eramos jovens, mas vim viver para Lisboa e não mais soube dela. Fico feliz por saber agora o seu percurso na vida. Deus lhe conceda as maiores felicidades e a acompanhe com a Sua Graça, nessa obra magnífica de altruismo.
    Carlos Santos Carvalho

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