A 9 de Setembro, foi dado o primeiro passo para a preparação da Missão, na Glória do Ribatejo. Nesse dia, sob o olhar de Nossa Senhora da Glória, foi feito o anúncio. Com o tema “Abrir a porta da vida, abrir o coração ao amor” foi dado o mote para o tempo de pré-Missão que se prolongou por vários meses, com reuniões gerais de animadores e donos das casas e da equipa coordenadora, com o porta a porta, no contacto pessoal e na entrega das mensagens, e com tempos de oração. O pároco, P. João Maria, com a sua experiência e paixão pela Missão, desde cedo convocou e mobilizou a comunidade para a Missão Popular Vicentina.
De 17 de Fevereiro a 3 de Março, a Glória do Ribatejo está em Missão. Com a Eucaristia de Envio, presidida pelo Bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, dá-se início a este tempo forte que, em tempo quaresmal, coincide com a vivência do Ano da Fé. Para mobilizar a população, no sábado, dia 16, à noite, realizar-se-á uma Via-Sacra pública que percorrerá o coração da Vila.
Estão formadas 18 comunidades que, ao longo da primeira semana, se reunirão para fazer a experiência dos primeiros cristãos, vivendo unidos na oração e na reflexão à luz da Palavra. O grande encontro das comunidades, momento de testemunho e de partilha, acontecerá no Salão da Casa do Povo. No domingo, dia 24, pela TVI, às 11h00, será transmitida a Eucaristia do II domingo do tempo da Quaresma. Na segunda semana, na Igreja, à noite, haverá as celebrações temáticas. No sábado, dia 2, no salão paroquial há um encontro de formação para animadores da comunidade, orientado pelo P. Manuel Nóbrega, e com o tema “Missão e Caridade”.
Além do pároco e dos animadores, a equipa missionária é formada pelo P. Agostinho, CM, pela Irmã Zulmira, Filha da Caridade da Comunidade de Vendas Novas e pela Henriqueta, dos Colaboradores da Missão Vicentina (CMV).
Locais de culto
Igreja de Nossa Senhora da Glória: Ao longo dos tempos a igreja medieval mandada construir pelo rei D. Pedro I, sofreu inúmeras alterações. A última grande transformação ocorreu na década de 60 do séc. XX, quando se colocou o relógio, modificando por completo a antiga torre.
Nesta Igreja encontra-se a imagem de Nossa Senhora da Glória, que dá o nome à terra, e é aí que se celebra a Eucaristia dominical e de onde parte a grande Procissão das Festas de Agosto, bem como a Festa da Aparição, no domingo da Santíssima Trindade.
Desde 1976, os padres vicentinos são os párocos desta terra que já viveu uma experiência de Missão em 1992. A paróquia tem catequese, conferência vicentina, agrupamento de escuteiros e outros grupos que vão dinamizando a sua vida religiosa e comunitária.
Igreja do Cocharro: No lugar do Cocharro, um pouco distante do centro da Vila, a partir do final da década de 90 do século passado, foi edificada uma capela, dedicada a Santa Luzia, onde todos os domingos se celebra Eucaristia.
Passado e presente (*)
A Glória do Ribatejo, considerada a vila mais ribatejana de Portugal, fica situada no concelho de Salvaterra de Magos, no distrito de Santarém e é habitada por 3.224 habitantes. Ocupa uma extensão de 10 mil hectares de terra e está situada na parte Sul do Ribatejo, entre o Tejo e o Sorraia. Pertenceu à freguesia de Muge, tornando-se sede de freguesia a partir de 29 de Agosto de 1966. Foi elevada a vila a 20 de Maio de 1993.
Numa perspectiva histórica, a Glória tem provavelmente sete séculos de existência. Situada numa região plana e aberta, não teria um tipo definido de habitante. Favorecida pela protecção real, o povo da Glória voltou-se para a charneca, cultivando e criando gado. Isentos do serviço militar durante anos, este povo foi-se “fechando“ nos seus hábitos e costumes tradicionais e característicos.
Com uma identificação cultural muito marcante, construída no dia-a-dia desta população, ainda hoje é possível observar nesta povoação costumes ancestrais. Uma das razões apontadas para a preservação destes valores prende-se com a endogamia. No passado, ao evitar casamentos com outras pessoas de outras localidades, este povo conservou genuinamente os usos e costumes dos seus antepassados. Apesar de ser assediada por outros valores, a Glória do Ribatejo soube sempre respeitar a sua identidade cultural, motivo pelo qual esta vila ainda hoje se orgulha de respirar tradição. É muito famoso na Glória o ponto de cruz, as charteiras, as pataqueiras e as bolsinhas todas feitas manualmente.
Com a guerra colonial, que levou muitos jovens para fora da terra e com o aparecimento do posto emissor (RARET), muito se alterou na localidade. Houve abertura aos hábitos e costumes exteriores, mais postos de trabalho com os seus benefícios económicos, desenvolvimento escolar e possibilidade dos jovens continuarem os seus estudos.
Actualmente as mudanças sociais são bem visíveis na Glória devido à formação dos jovens, havendo agora muitas profissões liberais e cursos superiores. Vivendo essencialmente da agricultura, pastorícia e outras actividades mais rudimentares, a Glória do Ribatejo desenvolveu uma cultura muito peculiar que a diferenciou das restantes freguesias do concelho. (*) Os dados históricos, de vários autores, foram recolhidos na internet
P. Agostinho Sousa, CM
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